Capítulo 3

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Hope Belucci

Dormir noite passada foi difícil, eu não conseguia tirar Cameron da cabeça... O jeito dele me olhar, até o sotaque um pouco puxado para o francês, seu sorriso provocante e sua postura de bad boy me deixaram atordoada.

Eu fiquei uma hora deitada sem conseguir dormir antes da exaustão me levar. Para piorar acordei nove horas com Lindsay me chamando para ir tomar café. Eu sempre acordava cedo, mas como havia dormido muito tarde na noite anterior, perdi a hora.

Coloquei uma regata branca e um short jeans desfiado, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, passei meu companheiro de todas as horas mais conhecido como rímel e calcei uma rasteirinha. Logo Lindsay me puxava escadas abaixo.

— Bom dia, Hope. — Rachel sorriu ao me ver. Ela estava impecável como sempre, com um vestido branco rodado até os joelhos, um salto baixo e os cabelos soltos.

— Bom dia, Rachel, papai.

— Olá, meu amor. — Meu pai beijou minha testa e se sentou ao lado de Rachel. Logo Babi apareceu com uma cesta de pães nas mãos. Ela nos deu "bom dia" e foi buscar o resto das coisas, logo me vi acompanhando-a para ajudá-la. Babi achou ruim de início, mas quando eu peguei a cafeteira e uma xícara ela deixou de lado.

Quando eu voltei para a mesa, Cameron descia as escadas. Ele estava sem camisa e com uma calça de moletom que marcava... Muito. Levei uma cutucada nas costelas e balancei a cabeça, então olhei para Babi.

— Pare de encarar, doidinha, seu pai vai notar. — Ela sussurrou divertida e eu corei dos pés à cabeça.

— Eu... Não...

— Bom dia, filho! — Ouvi Rachel dizer alegre, ela se levantou e foi até ele, abraçando-o. — É tão bom vê-lo aqui.

Ele sorriu sem jeito e se aproximou da mesa. Eu terminei de arrumar as coisas e me sentei, bem indiferente. Toma essa, maninho, você não me afeta em nada.

— E aí, Cam? — Meu pai cumprimentou gentilmente.

— Oi, Ethan. — Cameron disse com a voz rouca... Meu Deus, eu disse que ele não me afetava? Ah, é, não me afeta...

Logo ele se sentou na mesa, de frente para mim. Meu pai nos apresentou, e depois apresentou Lindsay à ele. Em momento algum eu subi meu olhar, não precisava encarar sua tatuagem, nem seu peitoral definido, nem seu tanquinho, nem seus olhos maravilhosos... Poxa, Hope...

Continuei ali, fingindo que o pão com geleia era mil vezes mais interessante que meu novo irmão sentado à minha frente, até que meu pai recebeu uma ligação e teve que ir, beijou Rachel nos lábios, depois a testa de Lindsay, depois a minha e se despediu de Cameron.

Então eu vi minha deixa. "Terminei de comer" e pedi licença ao sair da mesa, eu sentia o olhar de Cameron em minhas costas... E aquilo era desconcertante, eu sequer sabia se ele estava olhando para mim de fato... Ou para a minha bunda!

Após deitar na minha nova cama e suspirar umas cinco vezes decidi abrir meu notebook e procurar uma escola de dança em Seattle. Eu dançava na minha cidade antiga e só parei porque nós mudamos de cidade. Dançava desde os meus três anos de idade, quando Alexia me colocou em um estúdio de dança para me ver rodopiar desajeitada e tirar fotos minhas para se exibir entre as amigas... Então eu me apaixonei pela dança.

Meu peito deu um pulo quando vi que havia um estúdio enorme em Seattle. Rapidamente contatei minha professora de balé anterior e pedi uma indicação, ela mandou a indicação por e-mail e saí a procura de Rachel para imprimi-la.

— Rachel. — Eu a chamei na sala.

— Aqui, querida. — Ouvi sua voz vir da parte externa. Ela estava com Babi, que limpava um vaso de orquídeas. — Isso, aí você pode levar um pouco para lá. Aqui está atrapalhando a passagem.

A Filha do meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora