Capítulo 2

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CAPITULO 2

"Sempre o tempo estará ao nosso favor".

CRIAÇÃO

Sigo os passos dele pela trilha, ele começa a andar mais rapidamente, ao ponto que eu não consigo alcança-lo, tendo que acelerar os meus passos, ele nota pelo som das minhas botas no solo sendo aumentada, e se movimenta cada vez mais rápido, me forçando a correr, e continuamos a correr até encontrarmos um enorme portão enferrujado com cadeados quebrados, me paraliso observando o local, o odor piora continuamente enquanto nos aproximamos da entrada.

— Cheiro de máquinas, criação, trabalho e principalmente liberdade – diz a voz sobre o capuz.

— Não, cheiro de lixo, suor, nojeira e tenha certeza que eu sou uma pessoa bem livre e não tenho um terço do cheiro desse lugar – retruco em minha defesa.

— Ah fala sério Jinx, faz tempo que você não pisa aqui, aliás, faz tempo que você não é mais daqui, sempre negando as suas origens, essa é a Jinx que eu cresci – ele solta uma risada única, que só ele possui.

— Um momentinho, me deixa tentar fazer uma voz de tocada e triste por saber disso – coloco as mãos na boca, imitando uma pessoa chorando – Poxa vida, isso é tão errado, sinto tanto orgulho de ser desse fedor, nossa, me sinto lisonjeada de ter passado minha infância inteira nesse ambiente – solto uma gargalhada rapidamente.

— É parece que piada não é o seu forte, aliás, você está mais forte? Eu estava muito a frente de você e não consegui olhar pra trás e reparar se algo no seu corpo evoluiu, é que tipo, o tempo ajuda nessas coisas sabe – novamente ele ri.

O tempo? Ah isso você entende muito bem né? – me estresso, avançando na sua frente, e tirando o seu capuz, revelando seu topete irreconhecível — O tempo passa, e você continua com esse cabelo horrivel, parece que alguém ainda vive no passado né queridinho?

Ele sorri e se vira rapidamente, tirando a capa deixando-a cair no chão, Ekko é uma ameaça para Piltover, assim como eu, então temos algo em comum, crescemos juntos e nos distanciamos com o tempo, graças a propósitos distintos, porém eu não poderia contar com mais ninguém fora ele, ele conhece Piltover como as palmas das mãos.

Entramos pelo portão, cuja uma placa com o nome Zaun gira lentamente conforme passamos, Zaun nunca foi uma cidade limpa, porém também é conhecida como uma das cidades portadoras de criadores Hextec, entramos em um laboratório e Ekko estende a mão, me pedindo os baús, entrego somente um, o outro mantenho guardado no bolso, o homem que se encontra no outro lado do balcão me lança um olhar;

— O que a mocinha pretende fazer com este baú? – Ele pergunta, esfregando seu bigode com os dedos.

— Acho que joga-lo no chão e quebra-lo, talvez seja por isso que eu vim aqui né? – respondo lançando um sorriso.

— Dúvido que faria isso, esse baú é composto por CH-1, constituído por elétrons, ou seja, pode machucar entrando em contato com o inimigo – ele olha para o baú com os olhos brilhando.

— Interessante, tudo que é eletrizante também é aterrorizador, acho que tive uma idéia – tiro da minha bolsa algumas granadas e boto sobre o balcão – O que acha de dar umas personalizadas nas minhas granadas, tipo, eletro-granadas. – respondo com empolgação.

— É possível, mas tudo tem um preço, e talvez eu tenha um pouco de trabalho – diz o homem, coçando o queixo.

— Ah, qual é? Já te fiz vários favores, quebra essa pra um velho amigo – diz Ekko, encostando-se à parede, cruzando os braços – Aliás, ela tem um bom motivo pra usar essas granadas, e sei que você gostará do show.

— Show? Algo está acontecendo aqui, e eu não estou sabendo? – o rapaz faz uma cara de dúvida.

— Nada acontece aqui, e não terá show nenhum – olho para o Ekko, com olhar de reprovação – Preciso dessas granadas ainda hoje, e sim, não conto os meus planos a ninguém, só quero dar uma turbinada nos meus equipamentos.

— Ok, como o nosso amigo já me tirou de várias furadas, farei isso por ele, quando o sol se pôr retorne – ele entra para a sala de criação, fechando a porta.

Movimento-me para fora do ambiente sendo seguida por Ekko, ele segura o meu pulso e corre comigo pelos corredores de Zaun, onde desvio rapidamente das encanações que são notáveis das instalações das residências dos ambientes, entramos em um enorme galpão, onde encontramos diversas crianças correndo de um lado para o outro, com roupas surradas, provavelmente órfãos.

— Você precisa descansar, teve um dia corrido em Piltover, pode deixar que pego as suas "eletro-granadas", nome muito criativo – diz Ekko, estendendo os braços para a direção da cama.

Quando abro a boca para opinar, mudo rapidamente de ideia, eu estava me sentindo completamente cansada, não penso duas vezes e me deito no colchão localizado no chão, sem desgrudar das minhas armas, tirando o baú rapidamente do meu bolso, escondendo debaixo do travesseiro, fecho meus olhos.

O tempo se passa, quando desperto encontro Ekko na minha frente, com um sorriso que quase rasga o seu rosto, em suas mãos se encontra uma caixa com o aviso "use apenas em casos necessários", sorrio, e abro rapidamente, me deparando com granadas repletas por ondas elétricas de um tom azul.

— Eu sugiro que você use luvas, você se ferir sem usa-lás, é meio.... desestimulante – ele pronuncia essas palavras gargalhando.

— Ah, tenha certeza que usarei muito elas, e ao contrário, elas irão ferir pessoas, que com toda a certeza, não sou eu – dou um tapinha no seu ombro.

Levanto-me rapidamente, colocando a caixa na minha bolsa, e olho para o relógio na parede, percebo que estou atrasada para o terceiro passo, olho para o Ekko e sorrio, e ando em direção a saída, rapidamente sou interrompida com a porta sendo fechada.

— Para onde você irá? Irá desaparecer novamente? – Diz ele, com um tonalidade de voz acelerada.

— Não vou desaparecer, aliás, vai ver meu nome muito por aí, mas agora preciso realmente ir, o tempo está se passando – Dou algumas tapinhas no seu pulso.

— O tempo nunca foi um problema para mim, muito pelo contrário, eu sei o que você quer fazer, e eu quero te ajudar nisso, preciso rever certa pessoa que você conhece muito bem, o caos não pode começar sem mim, te ajudarei a paralisar o tempo em Piltover, uma nova era irá ressurgir – Ele pronuncia as palavras com um tom de seriedade.

Penso em opinar algo, porém percebo que a ajuda dele será necessária, e reconheço de longe quando a vingança torna-se parte de um ser, ter Ekko como aliado é útil, pois sempre o tempo estará ao nosso favor.

— Ok, vamos lá, mas não inventa de mudar o plano menino relógio, pois já tenho tudo arquitetado – bato os meus dedos na cabeça, sorrindo.

Seguimos juntos para fora de Zaun, unindo as nossas forças a queda de Piltover seria inevitável, olhei para o Ekko e ele tirou a espada hextec das suas costas, denominada como Revo-Z, posicionei o Fishbones nos ombros, e lancei um lança míssil para o ar, exalando cores coloridas no céu, representando que o inicio do terceiro ato estava por vim.


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