O Destino dessa Família

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-Papai? Papai!?- chamou a pequena morena, correndo para o quarto de seu pai.

-Camiz, minha pequena. O que faz acordada até agora? - perguntou ele ao pega-la no colo.

Camila estava com dois anos, perto de completar três. Sua mãe sumiu, foi caçar sem avisar a ninguém e não dera mais notícias.
A morena olhou para os lados, seus olhos pararam em três malas em cima da cama. Podia ser criança, mas sabia o que viria a seguir. Ainda mais por ter visto duas das malas cheias de armas.

- O sinho vai imbola tamém?- não pode evitar, seus olhos inundaram e seus lábios tremeram, não queria chorar, mas era impossível controlar.

- Oh pequena... papai vai sim, preciso achar sua mãe, não é? Você quer sua mamãe né, então, eu preciso ir...- C deu um beijo na testa da filha e a colocou no chão.

- Eu quelo a mamãe, mas não quelo que o sinho vai imbola...poi favoi papai... - nesse meio tempo a pequena já formava um rio de lágrimas.

- Chegará um tempo que você também terá que caçar... Não que eu queira isso pra ti, mas não tem como fugir... ninguém consegue fugir de seu destino!

- Eu não quero isso!- Camila falou firmemente, nem parecia a garotinha de 2 anos de agora pouco.

- Não se pode mudar o destino, pequena Camila - C falou determinado a explicar tudo a sua filha- Todos os caminhos levam ao mesmo destino!

- Eu não quero isso...- repetiu ela.

- Caçar coisas
- Salvar pessoas
- O negócio da família
- O destino dessa família

- E se eu não querer seguir o negócio da família?
- E se eu querer seguir minha própria vida?
- Minhas próprias escolhas?
- Meu próprio destino!?

- Você não pode fazer isso... ainda mais com a família que tem!

- O que tem minha família?

- Quando chegar a hora você saberá, só me prometa que não hesitará, não importa o que ela for, não importa o quão importante é pra você... Você terá que caça-la....

- De quem esta falando... ela quem?

- Sua...
***

- Camila!- sua voz soou em meu ouvido como uma melodia. A doce melodia da morte, algo falou em minha mente.

- Hamm?- abri meus olhos devagar, mas logo fechei por conta da claridade.

- Tu estás bem, Camiz?- reconheci a voz de Ingrid. Seu pior pesadelo! Novamente algo falou em minha mente.

- Claro que estou!- ao me acostumar com a luz abri os olhos, pude reconhecer nosso quarto, estava vazio.

Ela estava de pé ao lado da minha cama, apontei para a cama que ela logo se sentou trazendo os pés pra cima da mesmo, tipico dela, cruzando as perninhas em forma de indinha.

- Tu estava tremendo e falando... fiquei preocupado! - falou com uma expressão indecifrável.

- Eu tive um sonho estranho..- respondi a uma pergunta inexistente-... sonhei com meu pai... no dia em que ele foi embora!..

Sua expressão mudou, pela primeira vez, para uma de total curiosidade. Problema mortal de minha prima é sua curiosidade.

- O que aconteceu? -perguntou lenta, nada parecida com ela.

- Ele estava falando algo sobre destino.. Destino de nossa família!

Sua família baby!

- Ouviu isso?- mesmo sabendo que ela não ouviu, perguntei.

- Isso o que?- um sorriso brincou em seus lábios mas achei melhor não comentar.

- Nada não, esquece!

- O.K. Vou indo...

Ingrid se levantou e eu logo a puxei. Não quero ficar sozinha, não depois do sonho e da voz.

A princesinha ta com medinho é!?

- Fica aqui comigo? Por favor...

- Claro, família é pra isso!- um sorriso maligno brincou em seus lábios mas que logo foi substituído por sua famosa e inseparável expressão indecifrável

Vejo que vou me divertir muito! Prepare-se baby... minhas brincadeiras não acabando nada bem!...

- Bem...- ignorei a voz-... Sua mãe me falou que você cresceu com sei pai né? - ela assentiu- Como ele era?

- Aparência?-assenti- Pele clara, olhos pretos assim como seus cabelos, a barba por fazer e bem só andava de preto...

- Como ele era com você?

- Ele tem um trabalho onde não tem horário fixo. Precisam dele, ele vai. Mas eu nunca fui sozinha, pois tinha meu irmão, Jean, e meu primo...-ela pensou-.. Lucky. Sem falar no meu tio Lú, ele era muito legal!

- Nossa, deve ter sido muito legal sua infância...

- Foi sim! Se bem que eu sempre quis saber mais sobre minha mãe...

- Seu pai e nem seu tio não te falavam?

- De jeito nenhum! Meu pai nunca permitiu nem sequer tocaram nesse assunto. Mas assim que completei certa idade eu fugi... Lucky ficou muito magoado comigo, mas eu precisava achar minha mãe...

- E foi ai que tu me achou?

- Mais ou menos... Vamos, tu dormiu a tarde toda e a galera combinaram de ir na clareira ver o por-do-sol!!!

Ingrid saiu me puxando pra clareira. Percebi que ela estava triste, pode parecer loucura da minha parte mas juro que vi uma aura preta cercando ela, como se lembrar de sua família doesse.

Parabéns.... Achou meu ponto fraco, ponto pra ti...

Meus deuses, como que a Ingrid consegue falar em minha mente?

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