CAPÍTULO 1

86 6 4
                                    

Eu ainda não compreendia o porquê de estavam me levando, afinal, eu estava apenas me divertindo com meu querido irmão, com os meus dez anos de idade, eu fui separado de meus pais preso em uma espécie de camisa que prendia meus braços, eu não compreendia o que estava acontecendo, mas eu me sentia como um animal, e qunto mais eu me debatia tentando me aproximar novamente de meus pais, eles olhavam preocupados, mas o olhar não estava direcionado a mim, não, estava direcionado ao meu querido irmão, eu queria ao menos me despedir de meus pais, mas eles não deixaram, aquelas pessoas más, logo, continuando a me debater, senti uma leve pontada de dor, e minha vista escurecia, a ultima coisa de que me lembro é daquela poça daquele liquido vermelho, eu estiquei a mão para toca-lo, mas apaguei...

Um pouco mais cedo

-Vem tsuki- gritou meu irmão me puxando até o jardim

-me espera yuki- disse eu para meu irmão gêmeo

Corri até o jardim, onde mamãe e papai estavam sentados junto com meu irmão, no meio de um monte de brinquedos

-que bagunça- disse yuki olhando em volta rindo e pulando no meio da pilha de brinquedos

-pois é- ri levemente e corri para me juntar a yuki e nossos pais, adorávamos brincar de piratas, nossos pais faziam fantasias para nós e compravam espadas de brinquedo para que brincássemos, meu irmão e eu sempre nos enfrentávamos nas brincadeiras, alternando sobre quem era o bom e o mal na nossa história, naquele dia, eu era o bom, meu irmão quase me vence, me desarmando e me deixando indefeso, mas eu sempre guardava comigo uma faquinha de brinquedo, que eu usava para o ataque final, e ele sempre caía naquilo, eu e meu irmão éramos inseparáveis, e tão parecidos que as vezes pregávamos peças em nossos pais trocando nossas identidades, ou então, quando um dos dois aprontava, defendiamos um ao outro confundindo nossos pais, que colocavam os dois de castigo, a única diferença entre nós dois eram os olhos, enquanto os do meu irmão eram verdes esmeraldinos, os meus eram de um vermelho intenso, eu sabia que aquela era uma cor estranha para olhos mas, sei lá, eu gostava, possuíamos os mesmos cabelos pretos despenteados e a mesma pele absurdamente clara, eu era um pouco mais alto que yuki, mas isso é coisa que você só percebe se prestar bastante atenção e tiver os dois irmãos perto de você. Naquela manhã, nossos pais saíram para trabalhar, não se despediram de mim, apenas de meu irmão, eu já estava me acostumando, certo dia eu quebrei um vaso enquanto brincava com yuki, bom, na verdade foi yuki, mas eu assumi a culpa, afinal, era eu o mais agitado dos dois irmãos, e eu estava mais perto, quando olhei para trás esperando encontrar yuki, ele não estava mais lá, havia fugido, eu levei a culpa e meus pais ficaram muito irritados comigo, foi a primeira vez que meus pais me agrediram, aquilo me irritou profundamente, meu irmão, desde que conhecera seus novos amigos em sua nova escola, tem se esquecendo de mim, deixa seus própios problemas para eu resolver, e sequer me aconselha com os meus, aqueles garotos são má companhia para meu irmão, enfim, até hoje, duas semanas depois do incidente do vaso, meus pais dizem que não, mas eu percebo, eles me ignoram, não deixo de ama-los mesmo assim, ou pelo menos, não deixava, naquele dia, eu e meu irmão ficaríamos sozinhos em casa, pelo menos, só eu, meu irmão chamou seus dois amigos para brincarem com ele, eu queria participar, peguei meu tapa olho, meu chapéu e minha espada de pirata e desci as escadas correndo, mas meu irmão me barrou

-wow, tsuu, desculpa, você não pode brincar com a gente- fiquei surpreso e magoado, afinal, por que eu não posso brincar com o MEU irmão?

-por.....por que não yuu?- perguntei cabisbaixo

-eles dizem que você é estranho e que é má influência pra mim, foi mal tsuu- e ele desceu as escadas calmamente

"EU SOU A MÁ INFLUÊNCIA? EU SOU A MÁ INFLUÊNCIA?" eu ficava repetindo isso enquanto chutava a parede do meu quarto, ah, é mesmo, eu e yuki dividiamos nosso quarto e nunca tivemos problemas com isso, mas foi só aqueles garotos aparecerem, que meu irmão começou a mudar

-eu vou brincar-eu disse determinado, peguei minha espada e meu tapa olho, esquecendo-me completamente do chapéu, cheguei até um dos amigos de meu irmão e sorri

-posso brincar com vocês?- perguntei meio irritado enquanto via meu irmão fazer "não" pelas costas de seu amigo

-ah...eehh..ta, pode, quer brincar de que?- perguntou curioso

-de pirata- joguei uma espada para o garoto e começamos a brincadeira, mas com 3 minutos, eu tive uma ideia-que tal uma aposta?- perguntei sorrindo, eu sentia-me estranho, eu não sabia como explicar, a palavra "aposta", chamou a atenção dos garotos

-que aposta?- perguntou um dos garotos interessado

-se me ganharem na brincadeira de pirata, ficam com meu videogame e meu celular-aquilo despertou curiosidade em seus olhos- mas, se eu os ganhar, vocês nunca mais falarão com Meu irmão outra vez, fechado?- minha pele estava como fogo, eu nunca havia me sentido daquele jeito, eu só queria derrota-los logo, as pessoas que tiraram meu irmão de mim

-ta legal- o garoto apertou,minha mão, fomos para um lugar onde os outros não podiam nos ver e começamos a batalha, lutamosmcom as espadas até eu empurrar o garoto na piscina e desarma-lo

-um já foi- sorri orgulhoso

Corri até o jardim e entreguei a espada para o pior dos garotos, o que falava mal de mim para meu irmão e que o incentivava a fazer coisas erradas e a fazer os seus trabalhos sujos, meu irmão era usado e não percebia

Começamos a batalha de espadas, enquanto ele avançava, fiquei na defensiva por um tempo, quando ele me derrubou no chão, fiquei com medo de perder, não pelo videogame, mas porque isso significava que meu irmão ainda andaria com aquela má companhia, dei-lhe uma rasteira e o desarmei, dei um sorriso vitorioso e peguei a faquinha

-agora, é a parte em que vocês nunca mais falarão com meu irmão, gostou da brincadeira?- lancei a faca e sorri vitorioso, meu irmão olhava com medo

-consegui maninho, eu os derrotei- disse eu sorrindo gentilmente para meu irmão

- onde está o kayo?- deve ser o nome do outro garoto

-na piscina, por que?- perguntei confuso

-ELE NÃO SABE NADAR SEU BURRO- yuki correu até a piscina e eu ouvi seu grito, aquilo me fez sorrir-seu....como pode..tsuu..?- comecei a rir a cada vez que o outro garoto gritava me pedindo para não feri-lo, mas aquilo era muito legal, eu ria compulsivamente, aquilo era muito melhor do que qualquer piada

-s-seu MONSTRO- meu irmão disse, fazendo eu perceber que yuki estava com raiva, me aproximei dele e o abraçei-não chegue perto de mim!!!

Aquilo me encheu de fúria, eles corromperam meu irmão

-EU FIZ ISSO PRA TE PROTEGER SEU IDIOTA, você estava me esquecendo, fazendo coisas erradas, e a culpa era toda deles, mas eu os salvei, agora eles não precisam viver com o peso de estarem se aproveitando de você- disse eu sorrindo aliviado

- VOCÊ OS MATOU,ASSASSINO!!- eles também contaminarsm meu irmão, tenho....que proteger meu irmão

-vamos brincar maninho?- peguei a faca e me aproximei, feri meu irmão, em breve ele estaria bem, mas nossos pais chegaram, assim como carros da policia e pessoas segurando uma camisa estranha, me arrastaram para longe, e eu perce




Corra.....enquanto PodeOnde histórias criam vida. Descubra agora