Eu corria e corria na escuridão da noite sem saber para onde estava indo, eu podia escutar eles atrás de mim, eles estavam cada vez mais perto...
...
Eu acordo assustada suando frio:
- Outro pesadelo Megan? - Drel me pergunta enquanto dirigia a caminhonete.
- Não diria que foi bem um pesadelo... - Falo sem jeito, ainda meio assustada. - Zyel ainda está dormindo? - Pergunto me ajeitando ao banco de trás.
- Pelo jeito sim... - Ele dá um cutucão na costela de seu irmão que dormia ao seu lado. - e acho que nem vai acordar... - Ele dá risada. - Megan, já estamos chegando na cidade então lhe aconselho a já ir se preparando...
Faço que sim com a cabeça e já pego a sacola de armas que tinha ao meu lado, carrego todas as armas que consigo e pego a espada de Drel.
- Zyel, acorde, já chegamos... - Drel chacoalha o irmão que resmunga.
Saio do carro esticando meu corpo, afinal, faziam-se quase dez horas que estávamos naquela caminhonete, um pouco depois Don chega com sua moto e vai falar com seus irmãos, era até estranho de pensar que aqueles três eram irmãos, Drel tinha cabelos loiros curtos, uma barba curta um pouco mais escura que seu cabelo e olhos verdes, era sempre bem humorado e gentil, já Zyel era ruivo quase fogo com cabelos levemente cachados, seus olhos eram tão escuros quanto carvão e sua personalidade... hum, digamos que ele gosta de dormir e Don tinha cabelos curto pretos bem lisos e olhos azuis brilhantes como cristais, ele era bem quieto e dificilmente perdia a paciência, era bem protetor com todos e assim mesmo era bem frio.
Logo Adan, Jack, Motus, Sara e Malun chegaram no outro carro, Adan e Sara eram meus colegas na faculdade de medicina, Adan era alto, musculoso e bronzeado, ele era capitão do time de futebol quando estudávamos, Sara era a minha melhor amiga de infância, ela tinha longo cabelos loiros e lindos olhos verdes, Jack também estudava na mesma universidade que a gente mas nunca cheguei a saber o que ele cursava, ele sempre foi muito quieto e recatado, era basicamente um gentleman, ele tinha cabelos compridos e loiros, seus olhos eram verdes, não vou negar que a sua aparência me atraía bastante, e por fim Motus e Malun, eram gêmeas em torno de seis a sete anos, porém, mesmo sendo gêmeas elas tinham personalidades completamente diferente, Motus era carinhosa e delicada, já Malun era quase diabólica, já recebi presentes dela um tanto peculiares como um cadáver de um coelhinho, preferi acreditar que ela o achou assim e na inocência de criança me deu achando que estava vivo, elas eram pequenas e magras, tinham cabelos pretos e longos e pele branca como a neve, seus olhos eram azuis cristalizados igual a os de Don, na verdade elas sempre foram bizarramente parecidas com Don mas eles não tinham nenhum parentesco aparente, afinal, nos encontramos elas caminhando da beira da estrada antes mesmo de encontrarmos Don, Zyel e Drel:
- Megan! - As duas falaram sincronizadas enquanto corriam em minha direção e me abraçaram, por mais que as duas fossem completamente diferentes elas me aceitaram como sua "mãe", Jack me olha sorrindo.
- Elas realmente gostam de você, não pararam de falar de você por um minuto em toda viagem. - Ele toca o meu ombro e sorri.
- No resto da viagem eu vou com vocês, certo meninas? - Acaricio a cabeça das duas que logo comemoram e em seguida direciono os meus olhos para Jack e sorrio.
- Temos que ir procurar por comida e a abrigo antes que anoiteça, vocês sabem como eles ficam durante a noite... - Drel fala nos entregando armas.
- Vamos acabar com isso logo... - Zyel fala girando duas armas na ponta de seus dedos.
- Isso não é brinquedo... - Don segura as armas. - Preciso te lembrar da última vez que brincou com armas?
- O que?! Você vai mesmo ficar lembrando dessa história?! Foi a milênios atrás! - Ele fala em desespero pelas suas armas.
- E dês de então você não aprendeu nada... - Drel fala e eles riem pelo desespero de Zyel.
Depois do "show" de Zyel pelas suas armas nós dividimos em equipes de dois, Jack e Adan, Zyel e Drel e Don e eu, Sara acabou ficando para tomar conta das meninas.
Eu e Don saímos pela cidade atrás de um supermercado ou qualquer coisa do tipo, eu achava que era uma das piores ideia que eles já tiveram deixar eu e Don juntos, afinal, Don nunca carrega armas com ele e mesmo ele sendo um dos caras mais ágeis do grupo eu nunca o vi matar uma daquelas coisas e eu sou simplesmente horrível com todo tipo de arma que existe, era mais fácil eu dar um tiro em Don do que em uma daquelas coisas, eu sei que Don já me salvou milhares de vezes mas assim mesmo ficava apreensiva pelo fato dele não usar armas e eu ser um desastre com elas.
- Você parece meio avoada... - Ele fala sem olhar para mim.
- Desculpe, eu estava pensando em outra coisa. - Falo meio assustada pela maneira repentina que ele veio falar comigo.
- Só fique mais atenta... - Ele diz se direcionando para um supermercado.
Nos entramos no supermercado que estava parcialmente vazio, só com algumas embalagens de comida e corpos jogados ao chão.
- Vamos procurar no estoque. - Ele se dirige a uma grande porta de plástico.
O depósito estava cheio, parecia que nem foi tocado dês de que tudo começou, eu comecei a encher a mochila de tudo que ainda estava na validade até que Don me puxou pelo braço e me pôs contra uma prateleira, ele estava tão próximo que eu conseguia sentir sua respiração, eu o olho assustada sem entender e ele olha no fundo dos meus olhos e coloca o seu dedo indicador na frente de minha boca, me mandando fazer silêncio e aponta para o fundo do estoque, tinha uma quantidade enorme de teias-de-sangue, aquilo era um ninho, Don tira uma faca da bainha que estava presa a minha coxa e aponta para o canto esquerdo de seu maxilar me dizendo onde eu deveria acertar aquelas coisas em caso de emergência e coloca a faca em minha mão, voltamos a pegar as coisas em silêncio até que por descuido eu acabo derrubo uma lata no chão, Don automaticamente me olha imóvel então escutamos passos rápidos em nossa volta e em questão de segundo nos vimos cercados, eu olho para ele pedindo alguma instrução do que eu deveria fazer mas ele apenas me puxa pelo braço, me segurando junto ao seu peito e se agarra em uma das grande prateleiras de ferro e vai se pendurando de prateleira em prateleira até a janela mais próxima porém, quando estávamos quase chegando uma daquelas coisas pula nossa direção e com um movimento rápido ele coloca seu braço em minha frente para me proteger e empurra aquela coisa para longe e simplesmente se joga pela janela me abraçando para não me deixar ser atingida pelos cacos e nos dois caímos no chão, ele abre seus braços me solta deixando escapar um gemido de dor:
- Você está bem?! - Pergunto saindo de cima dele mas de repente eu noto uma grande quantidade de sangue saindo de seu braço, ele havia sido mordido. - Meu Deus, o seu braço...
Eu tiro a minha jaqueta para tentar estancar o sangue mas ele me impede.
- Está tudo bem... - Ele empurra a minha blusa de volta para mim. - Vamos sair daqui antes que anoiteça. - Ele se levanta com um pouco de dificuldade porém continua andando normalmente como se nada tivesse acontecido....
Voltamos ao ponto de encontro e todos já estavam a nossa espera, Zyel e Drel vieram correndo em nossa direção:
- O que houve?! - Os dois perguntaram juntos.
- Ah...é que eu fui mordido... - Don fala sem dar muita importância então Zyel e Drel trocam olhares.
- Como assim você foi mordido?! - Sara pergunta desesperada.
- Vamos ter que matá-lo?! - Adan pergunta já esperando que a resposta fosse sim.
- Não. - Zyel fala sem mais delongas. - Você explica Drel. - Ele fala virando as costas e Drel dá um leve suspiro.
- Olha... resumidamente nos três somos imunes ao vírus. - Drel fala tentando encurtar a história porém nos quatro trocamos olhares desentendidos e ele se sente obrigado a contar. - O nosso sangue tem uma espécie de "antibiótico" que combate e mata o "vírus", sendo assim nos três não temos que nos preocupar com mordidas ou qualquer contato com aquelas coisas, porém, de nós três o que tem o sangue mais puro é o Don, então é bem provável que ele tenha febre ou passe mal nos próximos dias.
- Vocês são tipo...a cura? - Jack pergunta um tanto intrigado.
- Não. - Zyel responde. - Qualquer contato que qualquer humano de sangue puro tenha com o nosso "antibiótico" vai acabar morrendo.
- E como vocês sabem disso? - Jack o retruca.
- Porque já tentamos. - Don o responde um tanto mal-humorado.
- Isso não tem importância agora, nossa maior obrigação é ir para um abrigo para passar a noite. - Drel fala e todos acabam concordando.
Chegando no local era um pronto-socorro não muito grande, Jack e Adan já haviam preparado o lugar para passarmos a noite, com barricadas e tudo que precisávamos, o lugar veio a ajudar muita já que ainda tinham muitos remédios intactos que me ajudaram a fazer um curativo para Don.
- Você não tem medo? - Don pergunta enquanto eu esterilizava a agulha, era raro Don me dirigir a palavra sem ter alguma realmente necessidade.
- Medo do que? - Pergunto já passando a agulha em seu braço, ele não esboça nenhuma reação.
- De ter contato com sangue contaminado. - Ele diz sem expressão.
- Por que eu teria? - Pergunto. - E além do mais, você só está nessa situação por minha culpa. - Falo meio chorosa.
- Claro que não é sua culpa. - Ele me olha sério. - Não foi você que colocou o apocalipse nesse mundo, ou foi? - Ele pergunta fingindo estar desconfiado me fazendo rir, era a primeira vez que eu e ele conversávamos de mateira informal.
Depois da fazer o curativo nos pequenos cortes que tinha em seu rosto, graças ao vidro daquela janela que ele se jogou, eu já sinto um pouco de calor vindo de seu rosto, ele aparentava já estar começando a ficar com febre então decidi deixá-lo repousar e fui ajudar Sara e Drel a fazer nossa janta, como sempre era qualquer coisa enlatava que não estava vencida:
- Eu quase me esqueci... - Zyel fala saindo do seu posto de vigilância e correndo até o saco enorme de comida que ele tinha conseguido pegar. - Olha o que eu peguei! - Ele vira em nossa direção abraçado a cerca de uns trinta salgadinhos
- Não está vencido? - Perguntei.
- Sei lá. - Ele responde tentando olhar um dos sacos. - Salgadinho é tipo comida enlatada não é?
- Não Zyel, não. - Drel tenta esconder seu rosto em sua mão para não dar risada.
- Gente... - Sara diz pegando um dos sacos. - Por incrível que pareça ainda esta na validade. - Ela fala meio estranhando e Zyel nos olha de maneira vitoriosa.
- A e tem mais... - Ele começa a vasculhar em sua sacola até que tira três garrafas de Red Label. - Bebida alcoólica é tipo comida enlatada né?
- Eu desisto de você... - Drel fala rindo.
No final das contas acabamos comendo sopa de feijão com salgadinho enquanto bebíamos Red Label, definitivamente foi uma das jantas mais estranhas da minha vida.
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Alpha
Paranormale- Larga essa porra de celular Sara, a gente tem que terminar logo esse trabalho. - Digo para ela que me ignora completamente então tento pegar o celular de sua mão. - Calma, eu to tentando avisar o Adan que a gente vai voltar tarde para casa mas ess...