a carta

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Sábado,25 de Janeiro de 1944

Julie, eu sei que nesse momento você está preocupada comigo, e deve imaginar a onde estou e oque faço. Quero que saiba que eu estou bem, e que sinto saudades de você e do pequeno Tarsis.
Lembro como se fosse hoje, o dia em que vi esse menino nascer e me olhar pela primeira vez, nunca imaginei ser pai, cuidar e alimentar de uma criança,mas você me mostrou como era o valor de uma vida tão pequena, frágil, que dependia de mim, e que me fes ter bons momentos que jamais vão sair da minha memória.
Também lembro quando eu vi esse seu belo rosto naquela praça, estava chovendo e havia muito barro, mas foi através disso que nós nos conhecemos e demos muitas risadas feito duas crianças no meio da lama, jamais esquecerei aquele dia, sempre vou lembrar o modo como você me olhava, com essa simplicidade que contemplava seu sorriso e esse perfume que usou no nosso primeiro encontro. Saudades de sentar a mesa com vocês, provar aquela deliciosa lasanha que só você sabe fazer.
Quero que saiba que penso muito em vocês, as coisas estão ficando muito complicadas por aqui, é muito frio e sangrento, o dia parece não avançar e o trabalho nunca acaba, estamos sempre em perigo em campo de batalha, e vemos todos o nosso grande batalhão reduzir em segundos, a poucas horas vamos avançar para conseguir tomar mais um posto dos inimigos.
Quero que saiba que posso ou não voltar, mas se eu não voltar, saiba que eu te amo e sempre te amarei Julie.

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