Capítulo 11

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Amanheceu,eram cinco da manhã,eu estava morrendo de sono. Mas eu tinha que levantar,o Miguel havía me ligado ontém,ele me passou tudo dele,todos os meios de
comunicação. Eu tinha arrumado a minha mala assim que cheguei do centro. Minha mãe interrompeu meus pensamentos,batendo na porta.
-Cecília?
-Oi mãe.
-O que você ainda está fazendo deitada,o nosso voô sai às nove da manhã.
-É ele sai às nove,mas ainda são cinco horas mãe.
-Cecília se você não levantar da cama agora eu juro que... - meu pai interrompeu a minha mãe,ele sempre aparecia nas horas certas.
-Valéria?
-O quê Henrique?! - porque minha mãe era tão estérica?
-O que você está fazendo aqui?
-Estou acordando a Cecília!
-Pra quê?
Ai meu Deus! Pai,eu podia estar roubando,matando,estrangulando. Mas eu só quero dormir um pouco mais. Ainda dá tempo,tira a mamãe daqui logo. Ai como eu queria falar aquilo em voz alta. Mas se eu falasse eu estava morta. Minha mãe não gosta nem um pouco de ser contraríada.
-Porquê ela tem que se arrumar,já estamos indo pro aeroporto.
-Quem já está indo pro aeroporto?! - meu pai perguntou assustado.
-A mamãe!
-Cecília,eu vou contar até três pra você levantar dessa cama.
-Mas ainda são cinco horas Val.
-Olha! Se vocês se atrasarem eu volto sozinha pro Brasil.
-Tá bom Val. Levanta Cecí vai.
Preferi levantar logo. Tomei um banho,pra acordar. E me vesti. Seriam doze horas de voô,então coloquei uma roupa confortável. Coloquei uma calça jeans,uma sapatilha,uma blusa de seda e um blusão,que quando eu estivesse dentro do avião eu tirava. Quando olhei no relógio já eram seis e meia. Eu tinha que estar no aeroporto às sete da manhã,e o avião saíria de lá às nove horas da manhã. Nós estávamos atrasados.
Desci às escadas e fui até a sala.
-Que ruim né Cecí? - minha irmã me perguntou. Ela era a unica que se encontrava na sala.
-O que é ruim? - eu perguntei assustada.
-Você se separar de uma pessoa que você gosta.
-Ah,é. Mas no jantar aquele dia,eu tentei ao máximo não se interessar por ele,porque eu sabia que eu morava em outro país,mas não deu certo,aquele jantar só serviu pra eu ficar mais apaixonada. Sabe,eu acho que isso nem é paixão,essa foi a primeira vez que eu senti alguma coisa por alguém. Meu coração me diz que eu estou apaixonada,mas por incrível que pareça,eu não sinto que isso seja amor ou paixão. O que eu realmente sinto por ele é admiração.
-Não parece. Parece que você está toda confusa!
-Dá pra perceber?
-Claro que dá,ta escrito pra quem quiser ler,bem na sua testa! Mas eu acho melhor você esquecer ele. Eu sei que vai ser difícil,por ele ter sido a sua primeira "paixão",mas não tem jeito. Só se você vir morar comigo.
-Morar com você?
-Dá pra você fazer a sua faculdade aqui sabia?
-Estou convidada?
-E precisa te convidar?!
-Claro que precisa! Dani! Acabei de me lembrar que o Miguel vai no aeroporto se despedir de mim!
-Ele vai?
-Vai!
-Porque? Você convidou ele?
-Não,eu não convidei. Ele mesmo se convidou!
-Ah.
Ficamos conversando até que desceu minha mãe,o Lolô,o Steve,meu pai e meus sobrinhos.
-Vamos embora? - minha mãe disse toda alegre. Parecia até,que foi um alivio ir embora logo.
-Vamos né! - eu disse triste,por dois motivos. O primeiro era que eu iria ficar longe dos conselhos da minha irmã,e o segundo é porque eu não iria mais ver o Miguel.
      -Você vem com a gente Dani? - eu perguntei.
      -Vou,claro que eu vou!
      Colocamos as nossas malas no carro,e fomos a caminho do aeroporto. Enquanto o meu pai foi entregar o carro à locadora. Minha mãe,a Dani,o Lolô,os meus sobrinhos e eu. Fomos fazer o check-in. Eu estava morrendo de sono,estava sol naquela manhã. Ainda eram sete e meia da manhã. Eu queria dormir. Tinha me dado uma vontade enorme de ir ao banheiro. Não consegui segurar,avisei minha mãe a onde eu ia. Saí correndo,eu realmente estava apertada. Fui no banheiro e voltei. Estranhei,de longe. Minha irmã e minha mãe estavam conversando com um rapaz,ele estava virado de costas pra mim. Até que eu cheguei até eles.
      -Oi! - uma voz masculina me disse.
     E eu virei para ver quem era... Era ele. Eu achei que ele não viria.
      -Oi,você veio mesmo! - eu disse enquanto o cumprimentei com um beijo no rosto.
       -Claro que eu vim,ou você achou que eu não iria me despedir de você?
       -Nossa,sério eu achei que você não viria.
       -Mas eu vim,estava aqui conversando com a sua irmã e com a sua mãe,elas tem o seu jeitinho de conversar.
        -É? Eu não acho! - minha irmã interrompeu.
        -Porque não? - eu perguntei surpresa.
        -Sei lá,a Cecí é muito rápidas nas conversas!
        Eu não acreditei quando ela disse aquilo,tomara que ele não tenha entendido nada. Eu estava com vontade de virar as costas da minha mão na cara dela,mas me contive. Dei um sorrisinho sem graça que eu sei que ela havia entendido.
     -Vamos ali no free-shop comigo? - ele me perguntou com a carinha do gatinho do Shrek.
      -Vamos,vem Dani! - eu disse.
      -Não,não... Dani me deixa a sós com a Cecí?
      -Claro que eu deixo!
      -Vai logo Cecília,daqui a pouco vão chamar o nosso voô! - minha mãe disse. Sempre histérica,gritando.
      Nós deixamos a companhia delas,e fomos a caminho do free-shop. No caminho fomos conversando.
       -Sabe Cecí... Eu vou sentir sua falta.
       -Ah,eu também vou! - ele ficou mudo,então decidi continuar. - Mas olha você passou os seus meios de comunicação pra mim e eu passei os meus pra você. E olha,quando você quiser,você pode ir me visitar no Brasil!
       -É. - ele estava triste.
      Chegamos no free-shop.
       -O que você quer?
       -Nada Miguel.
       -Então eu escolho!
       -Ah para! Não precisa,você já me deu aqueles presentes de aniversário!
       -Precisa sim!
       -Não!
       -Olha esse aqui que lindo! - eram duas pulseira de "Best Friend Forever". Realmente,elas eram lindas.
       -Que lindas,mas eu não quero!
       -Você não vai aceitar o meu presente Cecília Campos? - ele disse sarcástico.
       -Tá bom vai.
       -Isso!
       Ele pegou as pulseiras. Em cada uma delas tinha metade de um coração,como se fosse quebrado,e quando as duas partes se juntavam,o coração ficava inteiro. E dentro da minha metade estava escrito "Best Friend",e na metade do Miguel estava o "Forever". Ele colocou a minha no meu pulso,e logo em seguida eu coloquei pra ele.
      -Olha,mesmo que eu não conheça muito sobre você,mesmo que eu tenha te conhecido na semana passada,mesmo você estando a quilômetros de distancia,eu gosto muito de você,eu gostei muito da sua companhia nesses últimos dias,e eu quero que você olhe para essa pulseira e se lembre de mim. Do seu "guia turistico".
      -Ah,claro que eu vou me lembrar do meu "guia turistico",com pulseira ou sem pulseira. E eu que te agradeço pelo tour,por ter largado de lado o seu trabalho pra me apresentar a faculdade,essa vai ser a primeira coisa que eu vou contar pra Micaela. Enfim muito obrigada por cada segundo que eu passei com você! Desculpa por te incomodar.
     -A sua companhia pra mim é um presente Cecí! Espero te ver logo.
     -Quando você quiser ir para o Brasil,me liga ou me manda um e-mail,você pode se hospedar lá em casa.
      -Estou convidado?
      -Claro. Sempre!
      -Você quando quiser... Ah não a sua irmã já mora aqui né?
      -É.
      -Vamos que daqui a pouco vão chamar o seu voô!
      Ele pagou as pulseiras,e nós saímos da loja. Quando nos aproximamos delas de novo,meu pai já estava lá.
-Olá,Miguel! Tudo bom? - meu pai disse,o cumprimentando.
     -Oi Sr. Henrique,tudo sim.
     -Vocês já se conhecem né? - eu não lembrava se eles se conheciam ou não.
     -Nos conhecemos do parque Cecí.
     -Ah é verdade! Lembrei. Do dia do meu aniversário né?
     -Isso!
     O chamado do meu voô,interrompeu a nossa conversa.
      -Bom,já é hora de ir! - minha mãe disse animada. Ela queria ir embora logo.
       -Tchau Cecí,fica bem tá,eu te amo muito,e vê se vem pra cá logo viu! Juízo  menina! - Eu ia sentir muita falta da Dani,ela que sempre me aconselhava.
       -Eu também vou sentir sua falta! Obrigada pelos conselhos tá?
       -De nada.
       Dei um beijo nos meus sobrinhos,que me perguntaram se eu não podia enfia-los na bolsa,para leva-los junto comigo na viagem. Eu disse que não,porque logo eu iria voltar. E me direcionei ao Miguel.
       -Chegou a hora...
       -É,mas logo eu volto.
       -Tá bom. Boa viagem.
       -Obrigada. Fica bem tá?
       -Vou ficar...
       -É bom mesmo que fique!
       Ele riu. Dei um beijo no rosto dele.
       -Tchau. - ele me disse todo triste.
       -Tchau... Meu guia turístico!
       -Me promete uma coisa?
       -O que?
       -Que quando você olhar para essa pulseira,você lembre de mim! Porque eu vou lembrar de você. - Como pode ser tão lindo?
       -Prometo!
      O segundo chamado para o meu voô interrompeu novamente a nossa conversa. E eu tive que me despedir dele definitivamente.
       -Bom. Agora eu tenho que ir! Até um dia. Já estou com saudades.
       -Eu já estou ansioso pra te ver de novo. Até.
        Dei um beijo no rosto dele. Olhei pra Dani,e fui andando em direção a sala de embarque. Quando cheguei bem na porta dela,me virei para trás. E lá estava ele,com aqueles olhos azuis,me olhando fixamente. Eu dei um aceno para ele e minha irmã que estavam um ao lado do outro. E segui em frente,olhando para a minha mão direita,a onde estava a pulseira que representava a nossa amizade.
       Me sentei na poltrona do avião,e ele levantou voô,eu fui vendo a Flórida ficar bem pequena até que eu não consegui enxergar mais nada. Daquele dia em diante aquela pulseira seria a minha eterna companheira.

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