16/06/16
Poucos minutos depois do meu primeiro vomito não espontâneo, contei para o meu melhor amigo o que havia acontecido. Eu pensei, pensei e pensei, então acabei contando. Eu precisava dele... Eu preciso do meu anjo da guarda querendo ou não. É inevitável. Contar meus problemas para ele é o mesmo que ser protegida por alguém que amo e ao mesmo tempo ferir essa pessoa. Deu para entender? Mas continua sendo inevitável. Assim que contei para ele o que havia feito, depois de praticamente atravessar a tela do celular para me matar, ele me propôs algo, ou melhor, um jogo: toda vez que eu fizesse novamente você-sabe-o-quê seria como dar uma facada nele, no meu melhor amigo. Foi uma boa tática. Daquele domingo até alguns minutos atrás eu aguentei não fazer a segunda vez acontecer, porém foi mais forte do que eu. "Deculpa, Desculpa, me desculpa..." sussurrei ao ese no banheiro, provocar o vomito, ao chorar enquanto tomava meu banho e deixava a água gelada cair sobre mim e enquanto escrevo isso. "Água, água, água..." foi a primeira coisa que pensei depois de sair do banheiro. Enchi um copo de 700ml de água e tomei tudo de uma vez. Estou deitada agora, tremendo, sentindo dores na minha barriga, eu não sei o que está acontecendo comigo, mas espero que passe, pois não quero que minha família perceba algo diferente em mim. Então, mesmo com um redemoinho de sofrimento dentro de mim, tento ocultar tudo isso e parecer a mesma filha, irmã e amiga de sempre. NÃO, não pretendo contar isso para ele, mesmo que um dia leia esse texto, mas, no momento, eu não quero o preocupar. Ele já tem muitos problemas sem mim, e eu não quero piorar as coisas. Não vai ser fácil carregar tudo isso sozinha, mas eu vou tentar, vou! Mesmo com a dor, o sentimento de loucura dentro de mim e tudo mais. Então é isso.
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6/7
Historia CortaPoucos capítulos, o suficiente, no entanto, para se tornar algo perturbador na vida da personagem. Nesses poucos capítulos, Elizabeth, uma jovem da qual não importa saber a idade ou toda história de vida, narra todas as poucas e insanas vezes que pr...