capítulo 3.

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Remexia com o garfo o pedaço de lasanha que se desfazia em meu prato enquanto ouvia Bethany tagarelar sobre suas férias em um resort que fora com os pais nas férias de verão

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Remexia com o garfo o pedaço de lasanha que se desfazia em meu prato enquanto ouvia Bethany tagarelar sobre suas férias em um resort que fora com os pais nas férias de verão. Era domingo e estávamos almoçando em "família". Minha mãe havia chegado de Sunville e deu a brilhante ideia de Jacob convidar a namorada para se juntar a nós na refeição. E com brilhante quis dizer desastrosa. 

— Sophie, você mal tocou na comida. — o tom da minha mãe era brando, como sempre, mas senti seu olhar preocupado sobre meu prato. Eu nunca perdia o apetite, então era fácil saber que algo estava errado.

Dei de ombros enquanto apoiava o rosto na mão e Bethany continuava seu falatório. — Lá era incrível, foram os 10 mil mais bem gastos do mês, papai quem o diga. — sua risada alta preencheu o cômodo silencioso e vi Ashley sorrir de lado, sem graça, já Jacob mexia no celular ignorando completamente toda conversa que havia se transformado em um monólogo, já que ninguém mais falava além dela. 

Levantei-me, levando o prato comigo e deixando-o na pia, apoiei os braços na pia e abaixei a cabeça. Conseguia sentir as pontadas no fundo dos olhos pelo cansaço mental e pela maldita voz de Hawke ecoando em meus ouvidos.

— Quem sabe nas férias de verão eu possa levar o Jacob. Papai com certeza irá comprar outro resort em Bali ou algum lugar em Burano, como havia pedido de aniversário. Ele sempre me surpreende, sabe como os pais são, não é mesmo?

Seu tom era provocativo e eu sabia que ela fizera o comentário por maldade. Virei o corpo e mantive a voz baixa, controlada.

— Não, Bethany. Não sabemos. É claro que você percebeu que não temos um pai que compra a porra de um resort a cada aniversário pra gente. — proclamei com veemência. — Aliás, ninguém se importa com as suas férias de verão. E sua voz é insuportável. — a garota piscou algumas vezes, atônita.

Já no andar de cima, fechei a porta do meu quarto com mais força que o necessário. Minha cabeça estava um turbilhão, chequei pela milésima vez as minhas mensagens e emails e nada de Carl. Depois de um suspiro fui até meu guarda roupa e coloquei um moletom azul escuro com minha legging e meu tênis esportivo, com os cabelos em um rabo de cavalo e os fones em mãos, saí do quarto. 

— Aonde vai? — Minha mãe estava tirando os pratos da mesa e o casal nojinho continuava na mesa, conversando aos sussurros. Ignoraram completamente minha presença, e eu não me incomodei com isso.

— Correr. Volto antes de escurecer. — avisei antes de colocar os fones e evitar escutar qualquer tipo de comentário irônico ou irritante de Jacob. 

Selecionei minha playlist no aleatório e guardei o celular no meu bolso. Start a Riot do BANNERS começou a tocar e saí trotando em direção ao maior — e único — parque de Croyham. Assim que me aproximei do amplo espaço do parque, cercado de árvores compridas e uma grande área verde, comecei a acelerar o passo. O local estava um pouco vazio, era justificável por conta do clima nublado que assolava a cidade, me permiti pensar com clareza e calma pela primeira vez no dia sobre o que aconteceu. Carl estava doente. E não havia nada que eu pudesse fazer senão apoiá-lo. 

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