Capitulo 8 - Wuhuri

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- Nossa menino! Foi por pouco que eu não passo no teste ontem! - dizia Lucas ao meu lado - Eu quase não consigo ter o controle do meu Zats, e ficaria sendo Lucerna interno, você também Hans! - Ofegando Lucas falava

Eu concordei com a cabeça, estávamos correndo em direção ao montanha Hugel, a maior montanha de Bogen, e em qualquer lugar de Bogen era possível ve-la, seu cume era impossível de se ver do solo

- Ainda bem que conseguimos, nos três! - Falava Marie do outro lado.

Olhei para ela e disse, ofegando.

- Sim, não iria, suportar, saber que, não iria, passar a maior, parte do tempo, sem você! - e pisquei para ela

Ela sorriu, um sorriso timido, fechando os olhos e desviando o olhar, seu cabelo curto balançava com o vento e o balanço de seu corpo enquanto corria.
Estávamos chegando na montanha Hugel quando demos de frente a um imenso buraco, era redondo de grande circunferência, impossível dizer quantos metros de profundidade. O buraco ficava encostado na montanha Hugel, uma cachoeira descia da montanha, vinha de cima das nuvens, e caia no buraco.

- Só pode ser a Senkblei - Disse Lucas, estava cansado, já estava sentado numa pedra retirando o calçado.

- Senkblei? O que é isso? - Marie falava cansada, sentada com as pernas esticadas, e com a mão na terra, relaxando.

- É a cachoeira que nasce no topo da montanha Hugel, ela desce por esse buraco, sem fim, e alimenta nosso rios lagos e mares. - Falava Lucas massageando o pé - Fitz disse que Glott e Atrox impossibilitou os seres da terra de ver sua queda, mas ela deságua em Canoa Quebrada, la no nosso nordestao! Ai meu pé! - Terminou Lucas

- Vamos treinar aqui mesmo, pode ser? - Disse Marie, já a se alongar.

- Sim, mas deixa eu dar uma relaxadinha aqui, - Dizia Lucas se jogando no chão.

- E você Hans? - Marie Falou

- Eu vou ficar so olhando você e Lucas treinar. - Falei eu, me sentando na pedra onde Lucas tinha sentado. - Eu sou o menos habilidoso, sempre perco meu controle nos treinos, você sabe, decidi praticar o Zatz sozinho. E acompanhar o treino de vocês.

- Mas nos perdemos o controle também - Disse Marie

- Mas nada comparado a minha perca de controle, e se Lucas descontrolar o Zats dele, tem você para apagar o fogo, se você tentar me controlar é perigoso, voce se machucar, se machucar muito. Água é um condutor de energia, eu poderia de eletrocutar até a morte, não quero isso, jamais!

Eles começaram a treinar, Lucas treinando capoeira, descalço e sem camisa, ele era mestre de capoeira no Brasil, tinha uma academia em São Paulo. Ele dava saltos mortais, pra frente e para trás, chutes, rasteiras, era impressionante sua habilidade, os dreds balançavam conforme seus golpes, era realmente de se impressionar. Lucas era muito bonito, forte, malhado, grande, maior que eu. Olhos negros e pele escura, dentes branquíssimos, e dreds, que tocavam seus ombros. E Marie estava tirando a camiseta, e ficando de top, estava descalça, e começou a treinar o Zats, estendeu a mão esquerda e agua começou a derrramar de seus dedos, e fazia a agua para a meio metro do chao, a agua se juntava no ar enquanto derramava da mao de Marie.

- Como sera que nós conseguimos fazer isso? A Marie esta fabricando agua! - Dizia Lucas plantando bananeira.

- Fitz me disse quando estávamos no Ferreira Fast esses dias, que acumulamos o Zats quando morremos. Marie por exemplo, morreu afogada, e de uma forma horrível, nisso ela acabou sendo capaz de absorver maiores quantidades de água no corpo, podendo assim retirar, sem se desidratar. Eu morri na cadeira eletrica, por isso adquiri em meu corpo o poder suportar cargas absurdas de energia e absorver essa eletricidade, por isso raios, e você Lucas, morreu queimado por isso fogo.

Marie e Lucas continuaram a treinar, e eu a observar. Lucas conseguiu queimar três arvores, nao era um ambiente com muitas arvores ainda bem. Passamos horas lá no pé da montanha Hugel. Quando de repente o mesmo vulto que passou cortando o ceu no dia do primeiro treino do Zats no QG dos Lucernas cruzou o ceu, só que desta vez lentamente, era um imenso lobo, maior que um cavalo, com asas, asas enormes cheias de penas negras, ele era todo escuro, e nao estava sozinho, pois vinha mais nove atras formando uma piramide o posicionamento deles, todos negros, nós três observávamos espantados, pois eles não estavam voando muito alto, estavam um pouco mais acima das poucas arvores que ali continha. E de repente uivaram, e pousaram, longe de nos.

- Vamos embora já daqui, porque euzinha aqui nao quer virar comida de criatura maligna nao! - Falava Lucas já calçando seus calçados e camisa ligeiramente - VAMOS - Ordenou. 

- Eu estou curioso, quero ver mais de perto - Falei eu

- Então vá sozinho Mon Amour , se quer brincar de suicida vá sozinho, porque isso aqui nao é um esquadrão. - Falou Lucas estalando os dedos e o pescoço.

Olhei para Marie e Lucas e caminhei em direção a onde as criaturas pousaram.

- Não! - Gritou Marie, segurando meu braço - Se você não quer que eu me machuque e se preocupa comigo, eu também me preocupo com você, não quero ver você se arriscando!

Aquilo significou muito para mim, minha vida estava completamente diferente do que era na terra, aquelas palavras de Marie foi o importantes para mim

Voltamos para Harmonie, chegando lá fomos no Ferreira Fast comer, mas antes fomos nós nossos quartos nos tomar um banho e nos trocar. Comemos e rimos até não poder mais.

Ouço um uivo distante...foi o suficiente para saber que era novamente os animais voadores de hoje cedo. Eles passaram voando por cima de Harmonie, os nove na mesma formação quando o da frente começou a voar mais lentamente e se chocou com um de trás, ele perdeu o controle e caiu em cima da casa dos Froys, caiu sobre o telhado, jogando telha pra tudo, que era lado, uma imensa poeira cobriu o local. Já se juntava muitos Lucernas e Fitz estava entre eles, todos apreensivos olhando para a casa com cautela. Quando num instante a criatura sai num pulo da casa que já estava destruída, quebrando a porta e parede. O animal era enorme, maior que um cavalo, todo negro, pelos brilhantes, e asas imensas com penas negras. Sua boca era a maior que algum animal poderia ter! Dentes enormes. Ele abria e fechava as asas, intimidando, rosnava, os Lucernas já empunhavam suas espadas, arcos, e lanças. Preparados

- Calma! Todos quietos, ele não nos fara mal se não atacarmos - Falou Fitz, suavemente.

Eu estava ali, com Marie as minhas costas, os dois morrendo de medo. Quando o animal olha para mim. E me encara, não poderia acontecer coisa pior! Ele me olhava como se me conhecesse, não mostrava medo, ou raiva, estava manso, já não nos apresentava seus absurdos dentes.
Começou a andar para minha direção, Fitz falava para sair dali, mas eu estava em choque, imóvel, Marie também, ele estava cada vez mais perto. A tensão de todos era enorme, preocupados mas nada poderiam fazer. A criatura estava a poucos metros de mim quando ouviu um uivo, ele olhou em direção ao uivo, deu seu último rosnado e partiu.
Aquelas asas abrindo e saindo de numa rapidez enorme fez a poeira que já estava no chão subir novamente.
Fitz não perdeu tempo para mandar todos saírem dali, todos se dispersaram, ficamos só eu, Marie, Lucas, Fitz e os Lucernas.

- Meu Deus! Eu não morri pra morrer de novo!!! Mas o que era aquilo Fitz? - Falava Lucas, enquanto iamos em direção a Fitz.

- Um Wuhuri, um animal lendário, muito poderoso e importante. Eles não sobrevoam Harmonie desde 1500. - Disse Fitz

-Nos já vimos eles duas vezes hoje, uma na montanha Hugel, e essa agora. - Disse Marie

- Três, três vezes - interrompi - no dita em que fomos para o QG dos Lucernas eles também passou sobrevoando Harmonie!

- Isso não é normal, algo está errado, eles estão muito inquietos! - Disse Fitz

- Qual a importância dele? - Perguntou Lucas

- Esse é o animal que Glott usava como montaria, o mais poderoso dentre os animais, seu latido pode ensurdecer um exército inteiro, sua saliva tem poderes curativos. E existe a lenda, que o próximo que o montar será nosso salvador, e ele reconhecerá nosso salvador de cara!

Jordan, outro Lucerna vem andando em nossa direção.

- Hans, Marie e Lucas. Wolfgang pede a presença dos senhores no grande salão.

Hans BrachmannOnde histórias criam vida. Descubra agora