Precipício

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A vida toda passei
em cima de um precipício
Sentado à beira do nada
Satisfazendo meu grande vício
Com o cigarro na boca
Senti o vento apagar de vez
Não a chama do cigarro
Mas sim, a minha estupidez
Parei de me fazer de vítima
Esqueci dos problemas lá de baixo
Em cima do precipício
Desejei voar bem alto
Na minha mente
dois pensamentos avulsos
Sobre nosso primeiro beijos,
e dos cortes em seus pulsos
Ali me veio as lembranças
Um beijo, uma morte, uma saudade
Sempre quis saber
O suicídio é por dor ou vaidade?
Vaidade por querer ser lembrada
Dor por não suportar a própria existência
Se for dor ou vaidade
Não fará diferença
Ela já está morta
Dormindo como uma princesa
Talvez a mais obscura
Mas se ela quis, que sim seja
No meu rosto,
Rolou a última lágrima
Fiz minha última prece
Ela estava morta!
Mas desejei que não estivesse
Eu não teria escolha
Deveria ir de pressa
Quanto mais amor eu tivesse
Mais rápida seria minha queda
Pulei e me liberei
Pude sentir o peso da saudade
Era tão leve quanto seu corpo
Que eu encontraria na eternidade

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