"Eu quero hambúrgueres com batatas fritas!" Reclamo empurrando o seu corpo. Não sei á quanto tempo estamos a ter esta discussão, porque ele diz que quer esparguete á bolonhesa e eu quero hambúrgueres. Mas vamos lá ver – hambúrgueres é muito melhor do que aquela pasta de carne misturada com paus de massa.
"Quem é o dono desta casa?" Pergunta endireitando-se. Não é preciso espetares o peito amigo, já sei que és mais alto que eu.
"Isso não interessa agora, vamos comer o que eu quero porque eu mando!" Contraponho com um sorriso desenhado nos meus lábios rosa.
"Só podes estar a sonhar pirralha!" Ruge como um leão. Eu já disse que eu ele gosta de imitar animais? É que ele faz isso a todo o tempo.
"Cala-te lá camelo porque eu preciso de comer!" Grito pondo a minha mão na barriga que já emitia alguns sons esquisitos. "Vês?!"
"Então combinamos assim – Eu escolho o prato principal e tu escolhes a sobremesa." Propôs.
"Bolo de chocolate!" Solto entusiasmada. Eu sei que pareço uma criança e blá blá blá, mas eu só estou com fome (coisa que acontece 24 horas por dia).
"Então queres fazer o quê primeiro?" Interroga com a sua voz mais suave do que dante, estou a gozar a sua voz de suave não tem nada. É mais rouca e sexy do que qualquer outra coisa. Gosto de o ouvir a falar assim calmamente comigo sem estar constantemente a reclamar comigo. Eu não sou a pior coisa que se passou na sua vida, devo é ser a melhor.
"Bolo claro, demora mais tempo a fazer!" Informo fazendo uma cara que mostra que eu sei muita coisa.
Acho que eu pessoa que olha para mim assim do nada não percebe que eu sou inteligente. Deve pensar que eu sou apenas uma miúda parva e sem família, mas queridos eu sou tudo menos parva.
Ás vezes lembro-me de quando tinha família e os meus pais estavam sempre a discutir. Eu detestava isso e sempre que possível encolhia-me o máximo possível tento afastar todas as más energias do meu corpo. Isso não ressoltava, nunca ressoltou de maneira alguma, mas eu continuava a fazê-lo sentindo-me um pouco mais protegida.
O meu pai era um bêbedo e drogado e a minha mãe uma puta e oferecida. Todos os dias o meu pai vinha tarde para casa e batia na minha mãe destruindo um pouco da própria casa, assim como todos os dias a minha mãe razia um homem diferente para casa quando o meu pai estava ausente. Eu via tudo e não podia dizer uma palavra sobre. Se eu falasse eu morria, morta pelos meus próprios pais que só me falavam quando diziam para eu comer os seus restos.
Eu nunca fui uma criança feliz mas a maior dor desapareceu quando ambos se mataram um ao outro e acabaram com o meu maior pesadelo. Mas outro pesadelo um pouco menor que o outro começou quando eu fui posta num orfanatos e tratada como uma prisioneira.
E agora vocês perguntam-me como eu ainda tenho disposição para meter um sorriso na minha cara, e eu responde que é melhor sorrir do que chorar. Para quê eu chorar por pessoas que nem merecem estar no meu pensamento. Eu tenho que sorrir e ter humor para conseguir de maneira alguma ser feliz.
Agora que estou com o Harry em sua casa sinto-me um pouco menos sozinha, mas sei que não sou bem-vinda, e de alguma forma isso magoa-me um pouco.
Deposito um pouco de farinha na bancada da cozinha e chamos o Harry para me ajudar no resto visto que eu não sei cozinhar nada. Nunca o tive que fazer sozinha por isso não sei mesmo nada.
"O que é que estás a fazer?" Arregala os olhos olhando para a sua bancada agora branca. Bem, ela costumava ser preta.
"Como é que se faz um bolo?" Coço o meu braço em forma de nervosismo.
"Tu nunca fizeste um bolo?"
"Não!" respondo simplesmente não lhe dando mais algumas explicações, ele não precisa de saber tanto da minha vida como eu sei da dele.
"Anda eu ensino-te!" exclama pondo-se atrás de mim e agarrando as minhas mãos com as suas. What the fuck? Este gajo só pode estar passado.
A sua cara mostra uma figura neutra e nenhum sorriso ou olhar retrata que ele está a gozar com a minha cara. O que lhe deu para me tratar bem?
"É suposto tu pegares nas minhas mãos e assim eu aprender?" Pergunto como se quisesse que ele me libertasse dos seus braços. Não estou habituada a ter muito contacto com pessoas. Mas o mesmo não se mexe e assente com a cabeça continuando a mexer na comida com as minhas mãos por baixo das suas.
"Isto é esquisito." Murmuro para mim própria seguindo todos os seus paços com o meu olhar. Elá ele sabe cozinhar?
"Onde aprendeste a cozinhar?" Pergunto intrometidamente.
"A minha mãe ensinou-me." Disse de uma maneira fria lembrando-se da sua querida progenitora.
Claro que eu sei o que aconteceu com ele e com a sua família, isso estava tudo muito explícito na sua pasta, mas eu mesmo assim quero que seja ele a contar-me coisas sobre si mesmo.
"Desde quando não vês a tua mãe?" Será que estou a ser demasiado simpática?
"Não te vou responder a isso!" Resmunga. "Não eras tu que sabias tudo sobre mim?"
"E sei!" Declaro. Eu consigo ser todos os seus passos e saber que ele a ultima vez que esteve com a sua mãe foi aos seus 12 anos, mesmo indo vê-la todos os meses ás escondidas.
Para aliviar o ambiente e a sua feição amuada pego num pouco de farinha da bancada e atiro para a sua cara rindo um pouco. O rapaz leva a mão á mesma abrindo aboca de admiração e raiva.
"Já vais ver pirralha!" Corre até mim, que já me tinha afastado do seu corpo com medo do mesmo atirar farinha de volta. Ela pega num pouco da mesma e atira para a minha roupa.
"Ei era nova!" Reclamo tentando limpara a mesma, mas paro-me quando vejo um sorriso na sua cara com direito a covinha. Que fofo posso ficar com elas? "Dá-me as tuas covinhas?"
"O quê?" Erroga a testa. "Nem penses, as minhas covinhas são minhas nem chegues perto!"
Sorriu com a sua atitude e corro até ao mesmo vendo-o a correr na direção oposta á minha, entrando assim para o corredor dos quartos.
"Eu vou-te apanhar Harry, eu quero essas covinhas para mim!" Grito rindo-me.
"Nunca miúda!" Grita de volta entrando no seu quarto.
Entro no mesmo e reparo que se encontra tudo escuro, eu não consigo ver nada! Caminho tentado encontrá-lo com as minhas mãos, mas umas mãos maiores que as minhas prendem-me contra a parede.
"Se fosses mais velha nem sabes o que eu fazia contigo!" Uma respiração quente embate contra o meu pescoço e eu estremeço. Ele não me mete medo, mas agora estamos ao escuro e não faço a mínima se ele tem uma arma na mão ou não.
"Vais me matar?" Pergunto também encostando os meus lábios ao seu ouvido e mordo-lhe o lombo.
"Carolina..." Geme pelo meu ato, mas recompõe-se imediatamente soltando-me. "Só se me tentares roubar as covinhas novamente. Elas são minhas, em ti ficam mal!"
"Sabes que eu não tas conseguia roubar, não é?" Riu-me com a sua ignorância.
"Sei lá, tu ainda me cortavas as bochechas só para ficares com elas. Eu não sei tu és maluca." Declara inocente e eu riu com a sua parvalhice, eu não sou assim tão maluca.
É bom saber que ele já está mais á vontade comido do que no inicio.
"Agora vamos trabalhar, temos uma pessoa para matar!" Manda pegando-me no braço e avançando até á sala.
"Tu tens uma pessoa para matar!" Deito a língua de fora em forma de nojo. Eu nunca seria capaz de matar alguém.
Nunca digas nunca Carolina...
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Killer |HS|
Fiksi PenggemarEla é divertida. Ele é sério e determinado. Ela só quer o bem das pessoas. Ele mata-as. Ela é inteligente. Ele é atlético. Ela tem 16 anos e não liga á idade. Ele tem 19 anos e reusa-se a sentir alguma coisa por uma miúda mais nova. Eles são tot...