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G u s t a v o

- Gustavo: - Letícia temos que ir, agora.

- Letícia: - meu pai, eu não vou sair daqui sem ele.

- Gustavo: - vai sim. - joguei ela no meu ombro e procurei a porta.

O fogo já estava em boa parte do lugar, a fumaça não deixava a gente enxergar e muito menos respirar.

- Letícia: - Gustavo me larga, eu tenho que achar o meu pai.

- Gustavo: - não Letícia, você vai sair daqui agora e sem discussão.

Ouvimos um barulho e Leonardo apareceu todo sujo de sangue e apontando uma arma pra nós dois.

- Leonardo: - achou que fosse tão fácil assim. - tirei a Letícia dos ombros e botei ela atrás de mim

- Letícia: - DEIXA A GENTE IR LEONARDO. - ele riu alto.

- Leonardo: - só por cima do meu cadáver.

- Gustavo: - por mim, tudo bem.

Avistei minha arma no chão, ela estava a minha direita, um pouco longe mas dava pra pegar, corri e peguei.

- Leonardo: - cadê você, ta se escondendo? - Leonardo parecia não ter me achado no meio da fumaça, era minha hora.

Estreitei bem os olhos e pude ver seu vulto passar ao meu lado, dei um soco nele e  senti uma coisa perfurar minha barriga.

- Letícia: - GUSTAVO? - ouvi Letícia me gritar.

Minha barriga estava doendo muito, estava tentando estancar o sangue mas não estava adiantando.

- Paulo: - cadê ela? - ele parecia cansado e apertava sua mão contra meu ombro.

- Gustavo: - ele pegou ela. - disse com dor.

- Paulo: - desgraçado. - ele falou e me ajudou a sair dali.

Vi Leonardo tentar entrar no carro com Letícia mas nesse exato momento eu já não conseguia enxergar direito e só via tudo em vulto, olhei minha barriga e ela não parava de sangrar.

Paulo estava caído no chão, eu estava em pé encostado na parede e Leonardo estava com ela, a mulher que eu jurei que iria salvar.

Eu estava quase fechando os olhos e ouvi alguns disparos, me despertei um pouco e vi Leonardo cair no chão junto de Letícia, um semblante familiar logo entrou na minha frente.

- Gabriel: - Gustavo, você tá bem? - ouvi a voz de Gabriel. - Gustavo? - minha visão escureceu e eu cai pra frente.

G a b r i e l

Depois que o Gustavo saiu eu mandei rastrearem seu celular, dois policiais o seguiram, depois conseguimos escutar a ligação dele e eu soube de tudo.

Fui até a casa abandonada, assim que cheguei lá boa parte da casa estava tomada pelo fogo e alguns homens estavam saindo de dentro dela.

Mandei meus homens entrarem e ouvi alguns disparos de trás da casa, saquei a arma e fui até lá.

Gustavo estava sangrando sentado, um homem mais velho estava caído no chão e Leonardo também estava caído no chão ao lado de uma garota.

- Gabriel: - Gustavo, você está bem, GUSTAVO? - ele piscou algumas vezes e caiu pro meu lado. - ALGUÉM CHAMA O PARAMÉDICO. - gritei e um policial veio me ajudar a levantar ele.

- Gustavo: - leva ela primeiro, salva ela Gabriel. - foi a única coisa que ele falou ainda de olhos fechados e muito baixo, eu quase não ouvi.

Mandei o policial pegar a menina e quando olhei vi que o homem que estava estirado no chão a dois minutos atrás, não estava mais ali, ele tinha sumido.

Coloquei Gustavo na ambulância e logo a sirene foi ligada, indo direto para o hospital.

- Gabriel: - você ta bem Letícia? - falei com ela, que estava fazendo nebulização e algumas enfermeiras tratavam do seu corte.

- Letícia: - estou melhor, obrigada. - ela olhava o lugar pegando fogo e seus olhos se enchiam de lágrima. - Alguém ficou lá dentro? - ela parecia procurar alguém.

- Gabriel: - só o Leonardo e o pai dele. - ela ficou meio assustada. - mortos.

- Letícia: - meu pai e minha mãe.

Gabriel: - quando eu cheguei acho que ele estava no chão e quando olhei depois ele não estava mais e sua mãe está sendo examinada.

- Letícia: - Gustavo, cadê ele?

- Gabriel: - foi pro hospital. - ela tirou a máscara do rosto e ela tentou se levantar. - ei, calma você tem um ferimento de faca aí.

- Letícia: - eu preciso ir pra lá.

- Gabriel: - antes acho que alguém vai gostar de te ver. - ela parou assim que sua mãe a chamou.

- Sara: - filha?

- Letícia: - mãe. - ela sussurrou sem se virar,depois que ela se virou, sua mãe veio correndo e a abraçou.

- Gabriel: - é melhor avisar seu irmão. - ela assentiu e dei o celular pra ela.

×××

Chegamos no hospital, Letícia foi tratar do seu ferimento e eu fui até a recepção procurar notícias do Gustavo.

- Gabriel: - licença, queria saber sobre Gustavo Bennet. - perguntei a recepcionista.

- Desconhecido: - ele entrou pra cirurgia agora, terá que esperar o doutor Marcelo vir avisar alguma coisa. - assenti.

- Sara: - alguma coisa? - ela foi a primeira a perguntar.

- Gabriel: - só que ele entrou pra sala de cirurgia. - ela esfregou o rosto e sentou. - vou pegar uma água.

Fui até a cantina do hospital e  pedi uma água, respirei  um pouco e quando voltei o Lucas estava lá com Fernanda.

- Gabriel: - oi Lucas. - o cumprimentei. - Fernanda. - a abracei. - alguma novidade? - eles negaram.

- Sara: - é horrível ficar sem notícias.

- Lucas: - vai ficar tudo bem, não vai Gabriel?

- Gabriel: - vai, Gustavo é forte, ele vai conseguir. - pelo menos é o que eu esperava.

×××

Fui até a cantina do hospital e busquei alguns cafés e algumas águas, aproveitei pra soltar algumas lágrimas e respirar um pouco.

Eu precisava disso, apesar de termos nos conhecido a pouco tempo eu já o considerava um grande irmão.

Ouvi meu celular vibrar, olhei na tela e era uma mensagem da Camilla.

[ mensagem on ]

Camilla: - amor, como ele está?

nada ainda, ninguém da notícia.

Camilla: - qualquer coisa me avisa, por favor.

pode deixar, se cuida.

[ mensagem off ]

Guardei o celular e voltei para a sala de espera, entreguei os cafés e águas e me sentei, logo todos  levantaram com a chegada de um médico.

- Desconhecido: - familiares de Gustavo Bennet? - o médico chamou.

Nós levantamos e pela sua expressão eu já estava esperando o pior.

- Sara: - ele tá bem? - ela perguntou primeiro.

- Lucas: - fala doutor. - Lucas foi o próximo.

- Fernanda: - pelo amor de Deus, diz logo. - todos jogaram as perguntas no médico que estava até assustado.

- Gabriel: - deixem o médico falar. - disse e ele assentiu.

- Marcelo: - obrigado. - assenti. - o caso dele agora já está fora de risco, está tudo bem com ele.

×××

Aleluiaa.

Beijos!!

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora