Cap. 5 - Sonho ou realidade?

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Daniel

Nunca imaginei que iria me divertir tanto com Joseph, rimos muito durante a noite toda e apesar dele ficar falando que queria pegar todas as brasileiras, isso não aconteceu. O que ele gostou mesmo foi da companhia da velha e boa amiga "caipirinha".

Bebemos e brincamos muito, até arriscamos alguns passos do frevo. Assistimos o nascer do sol a beira mar e depois fomos descansar um pouco, afinal de contas não somos de ferro.

Chegamos ao hotel e fomos deitar sem ao menos tomar café, afinal de contas depois de tantas caipirinhas café era a última coisa que nosso estômago iria aguentar.

Depois de algumas horas merecidas de sono, acordei com um gosto horrível na boca, aquele típico de uma bela ressaca, ao levantar da cama parecia que estava flutuando, acho que esse era o sinal para pegar leve hoje, busco em minha mala um remédio para dor de cabeça e engulo a seco mesmo, na esperança que esse mal estar passe rápido.

Tomo um demorado banho, forçando meu corpo a relaxar, está tão quente o clima hoje que ao terminar de me vestir já sinto meu corpo começar a suar. Vou ao quarto de Joseph porém ele não atende, resolvo descer, ao chegar na recepção ele havia deixado um recado dizendo que iria caminhar na praia que fica em frente ao hotel, agradeço o recepcionista e vou em direção à orla, quem sabe tenho um pouco de sorte e consigo encontrar meu amigo.

A praia estava bem movimentada, estamos no segundo dia oficial do carnaval e ainda é possível ver que algumas pessoas estão ligadas em duzentos e vinte volts e desde ontem ainda estão na folia, é possível ver alguns deles dormindo em alguns pontos e outros ainda insistem em beber e cantar fora do ritmo das músicas que tocam em alguns barzinhos, dou risada e continuo meu caminho.

O dia está cada vez mais quente, me arrependo de não ter colocado uma roupa de banho, tiro a camisa e resolvo procurar algo para beber, durante todo o percurso ouço cantadas e suspiros, sei que chamo atenção, mas definitivamente não estou procurando por mais uma aventura, Bia foi a única mulher com que me envolvi depois de Alice e quero que continue assim.

Se tiver que me envolver com alguém que seja novamente com Alice, pois é somente ela que me interessa no momento.

Compro uma água e saio para caminhar novamente, estou perdido em pensamento quando vejo uma pessoa sentada sozinha, meu coração bate descompassado e fico sem saber como agir.

— Ali... — falo baixo, as pessoas vêm e vão e eu continuo estático olhando para ela, não sei quanto tempo fico admirando-a com medo de me aproximar, quando crio coragem um rapaz passa por mim correndo, fazendo com que eu me desiquilibre e passa ao lado da mulher da minha vida assustando-a, ela olha para a direção onde o rapaz foi, porém ele entra em um táxi rápido que sai cantando pneus.

Minhas pernas não têm forças para sustentar o peso do meu corpo e aos poucos vou caindo de joelho na areia quente.

Volto meu olhar para ela, e vejo que o tal "noivo" está se aproximando — mas é claro Daniel, você achou que ela estaria sozinha aqui? Tanto lugar para ir e o casalzinho resolve curtir a lua de mel justamente em Olinda?

Eles conversam e o "tal" olha para os lados, num determinado momento ela olha em minha direção, e por alguns segundos sinto que nossos olhares se cruzam, mas acho que foi somente impressão, logo depois pega um coco da mão dele sorrindo. Eles ficam ali por mais alguns segundos e eu estou na mesma posição com os joelhos na areia sem forças para me mover.

Ela se levanta e vai na direção oposta de onde estou, mas antes de ir embora olha para trás como se procurasse algo. Essa sua atitude me faz relembrar o sonho que tive quando ela me deixava, não posso deixar que isso aconteça de verdade, mas também não estava preparado para encontrá-la talvez eu nunca esteja preparado para isso.

Voltei Por Você - Livro 3 - Série Para Sempre (AMOSTRA) Onde histórias criam vida. Descubra agora