Aquela parecia ser a noite mais fria e estrelada do mês. Wynnie estava sentada em um banco simples de madeira, observando a paisagem pela janela de seu quarto. Ao redor dos ombros tinha uma das peles de animal, para aquecê-la melhor.
As mãos acariciavam o ventre largo e redondo. Estava grávida por mais de 10 ciclos lunares¹ completos. Suas últimas quatro luas – cheia, crescente, nova e minguante – já haviam se passado, agora estava entrando em mais uma lua cheia, portanto, todos no castelo já esperavam pelas dores do parto. Segundo sua parteira, assim que a lua virasse, o pequeno príncipe começaria a ficar impaciente para vir ao mundo.
Cutucou a própria barriga, numa tentativa vã de provocar o rebento para senti-lo se mexer um pouco. Há alguns dias não o sentia se mover, antes era tão agitado...
De acordo com Laila, a parteira, a criança deveria estar se preparando para nascer e quando isso acontecia, era normal que o bebê ficasse mais quieto, concentrando suas forças para o grande dia. Mas, apesar da tentativa nobre de acalmá-la, Wynnie ainda se sentia um tanto exasperada.
- Vamos lá, bebê... – moveu as mãos sobre o ventre. – Só um chutezinho... – mordeu os lábios, nervosa. – Me mostre que está tudo bem aí dentro.
- Ele irá se mover quando necessário, minha senhora. – Laila entrou no quarto, surpreendendo sua rainha.
- Laila... – suspirou. – Você me assustou.
- Desculpe, senhora. – aproximou-se e ajustou a pele sobre ela. – Apenas vim para ver como esta e se precisa de alguma coisa.
- Estou ansiosa e apreensiva, como se algo fosse dar errado...
- Tudo dará certo, minha senhora. – sorriu. – Você e o pequeno príncipe ficarão bem!
- E como pode ter tanta certeza de que é um menino? – observou-a se acomodar no chão, próxima a ela. – Há tempos vem falando que é um príncipe e estou extremamente curiosa para saber o porquê de não achar que é uma menina.
- Por acaso gostaria de uma menina, minha senhora? – pegou um dos pés e começou a massageá-lo, notando a rainha relaxar um pouco em suas mãos.
- Apenas quero que venha com saúde, mas sei que meu marido prefere um varão para assumir a coroa. – deixou a massagem acalmá-la. – Por acaso você diz ser um menino para agradar ao rei?
- Minha missão é cuidar da minha senhora e não agradar ao rei. – riu quando viu erguer uma das sobrancelhas, surpresa. – Digo que é um príncipe por justamente saber que é.
- E como sabe?
- Além da intuição, notei que sua barriga está mais pontuda...
- Como assim? – voltou a acariciar o ventre.
- A senhora bem sabe que tenho anos como parteira oficial destas terras. – percebeu a mulher concordar com a cabeça e continuou. – E durante meus trabalhos, notei que geralmente as mães que apresentavam um ventre mais redondo, davam à luz a meninas. E as que possuíam os pontudos, se tornavam progenitoras de meninos.
- Geralmente? – sorriu. – Então, quer dizer que ainda há uma probabilidade de estar errada?
- Claro. – suspirou. – Nós humanos nunca estamos totalmente certos de nada nesta vida, nem mesmo os grandes anciões.
- E tem alguma ideia do porquê que as barrigas ficam assim, pontudas ou redondas? – sentia-se incrivelmente curiosa e aquela conversa a estava ajudando a se distrair das preocupações com o parto.
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A Protegida e o Príncipe
Fantasía(Capítulos ainda não corrigidos, desculpe pelos erros!) Desde os dez anos Katherine vivia naquele convento. Ela não era freira e nem noviça, na verdade, o seu temperamento e seus planos não tinham nem um pouco do recato que uma freira deveria ter. ...