-Em algum lugar nas planícies de Ishtar, 7 de junho de 2423-
Exaustos, simplesmente exaustos estávamos. O vento não perdoara os cabelos, tão como o gramado alto e amarelado que se estendia vastamente pelo horizonte límpido e caloroso da primavera. Algumas flores começavam a brotar, um solo tão fértil que até mesmo merda regada a mijo poderia crescer ali. O vento começara a ser domado enquanto o sol dava seus últimos suspiros alaranjados, já era possível avistar Fjalar e Galar, duas imensas luas que orbitavam Ishtar.
Algumas gargalhadas e resmungos eram ouvidos alguns metros abaixo de mim. Éramos vinte e oito, talvez vinte e nove se contássemos com o pequeno Knut, que convenhamos, de pequeno não tinha nada, quase dois metros, tamanho o suficiente para impor respeito, se não fosse sua mente tão inocente e delongada, Knut se distara diversas vezes com insetos ou até menos, isso não era problema, a menos quando o fizera em meio a sangrentas batalhas como a que acabávamos de vencer.
Eu decidira por dormir ali, no galho mais alto da arvore mais bela que já vi, o que tornara especial? Folhas rosadas, tão rosa que mesmo na escuridão era possível vê-la a metros de distância. Não é muito difícil ver uma arvore dessa proporção em meio a um vasto campo, ela não era fácil de se perder, por isso nosso acampamento se estabeleceu ali, e logo descobri o melhor lugar deste mundo para refletir.
Uma revoada de pássaros voava desenfreadamente rumo ao norte. Eu os observava calmamente com meu diário na mão, uma pena molhada de tinta ocupava minha mão direita, meu corpo inerte olhava fixamente para o vazio. Até que um zumbido metálico e estridente surgira, o barulho ficara cada vez mais grave até que foi coberto pela balbúrdia de uma explosão, uma explosão tão alta que seria impossível confundir-se com qualquer outra coisa. Mas o que seria tamanha algazarra? Eram tempos de paz pelo que me lembro.
"Veja aquilo irmão James" Gritou Alberich apontando horrorizado para o céu estrelado, enquanto preparava sua balestra sônica e chutava vossos companheiros para que acordassem. "Chamas negras" Eu retruquei, intrigado com aquele grande corpo que caia a alguns quilômetros da arvore rosada. Não era sempre que algo envolto por chamas negras entrava na atmosfera. "Armas liberada rapazes, preparem os pardais, vamos caçar!"
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A queda de Ishtar
PertualanganPela Humanidade, pelo amor, por redenção, para ser aceito. Entre em um universo mágico e tecnológico ao mesmo tempo bárbaro e sombrio. Uma historia épica que sem duvidas vale cada palavra lida