2* Primeiro dia no trabalho

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  O dia tão esperado chegou. E, como de costume, estou atrasada para o meu primeiro dia no emprego. Belo trabalho, May!! 
  Me visto super rápido e corro para o parque. Tinha apenas 15 minutos para chegar no meu local de trabalho que, no caso, era a bilheteria. 

  Consegui chegar às 7h em ponto. Infelizmente o parque já tinha aberto e já tinha gente na bilheteria. 
Tentei ser o mais discreta possível para que ninguém percebesse o meu atraso, porém fui pega de surpresa. Ao chegar na porta da cabine, havia um homem alto, moreno e de cabelo liso atendendo no meu lugar.

  -Ahn...Oi, bom dia. Me desculp...

  O homem virou-se e eu me vi paralisada, incapaz de dizer qualquer palavra. Aquele homem na minha frente era simplesmente o homem mais bonito que eu já vira, aquele homem era o carinha do dia da minha entrevista. 

  -Acho que alguém se atrasou no primeiro dia, hein -ele sorriu e eu quase desmaiei. Aquele era o sorriso mais belo que havia no mundo. 

Como alguém poderia ser tão perfeito? E, o mais importante, como eu poderia estar agindo desta forma diante de um homem? Isso nunca me ocorreu antes. Mas, pensando bem, era um pouco compreensível a minha reação, eu não consegui encontrar nenhum defeito externo naquele homem. Seus olhos, estranhamente lindos, cor de esmeralda, seu cabelo liso com pequenas ondulações, seus dentes PERFEITOS e brancos e o corpo muito bem definido, igual ou melhor que o corpo de um atleta.

  -É... Bem... Acho que, sim -definitivamente eu estou patética-. 

  -Então, May, fiquei encarregado de lhe instruir nos seus primeiros dias. Tirando que, você irá entregar muitos bilhetes por dia, é bem tranquilo -E, novamente, aquele sorriso que me tirou do eixo-. 

  -Tudo bem. Tenho certeza de que irei me acostumar -Ele me lançou um olhar que me fez corar-. Então, posso saber o nome do meu instrutor? 

  -Claro! Me chamo Raslin. Me perdoa pela falta de educação -após dizer isso, ele pegou minha mão e a beijou. De início, estranhei, mas depois me deleitei com a sensação-. 

  -Uau! Nome...diferente. Mas é bonito.

  Nossa, May, tanta coisa para dizer, e é isso que saí de sua boca?? Eu realmente sou patética.

  -Ah, quanta gentileza -disse-me Raslin com ironia-. Bem, deixando de lado assuntos paralelos, basicamente sua função é receber o dinheiro e entregar o bilhete. É bem simples. Seu horário de almoço é às 11h. Agora tenho que ir, tenho umas coisas pendentes. Até mais, May. Se precisar de algo é só chamar!!

  E, em questão de segundos, ele sumiu. Um dia irei perguntar como é que ele faz isso tão rápido! 
  Passei o resto do dia entregando bilhetes e ouvindo música. Não houve sinal de Raslin pelo parque, apenas um bilhete que ele pediu que me entregassem. Nele estava escrito: "Me desculpe por não poder ficar com você no seu primeiro dia no trabalho. Infelizmente, tive que sair. Espero que tenha ocorrido tudo bem. Até amanhã, minha doce Argay."

  Um arrepio subiu pelo meu corpo ao ler o meu segundo nome, "Argay". Ninguém me chamava assim. Bizarramente, esse nome me causava lembranças sobre a minha mãe, porém não eram lembranças claras, nem coerentes. Eram sempre confusas e, sempre, todas as lembranças me levavam para dentro da floresta. E eu não me lembrava de ter dito o meu segundo nome para ele.

  Fechei o caixa e fui embora. Me peguei pensando várias vezes em como ele sabia o meu nome. Como ele havia descoberto.

  Cheguei em casa às 17:20h. Encontro minha tia e meu irmão na sala assistindo televisão.

  -Oi, tia!! -dou-lhe um beijo e um abraço bem apertado, pois estava com saudade dela-. Miguelitooo, meu pestinha lindo! Fiquei com saudade de vocês.

  -Oi, minha fadinha linda -disse minha tia-. Também sentimos saudade! Como foi o seu dia lá no parque?

 -Foi bem tranquilo. Tirando que, foram MUITOS ingressos vendidos, foi tranquilo -minha tia riu e me deu um beijo-. Bom, vou tomar um banho e vou deitar, pois amanhã acordo cedo de novo.

  -Ok, minha fadinha. Tá vendo como essa vida de adulta e pré universitária não é fácil? - Minha tia me lançou um sorriso bem largo e deu uma piscadela.  

 Corri para o meu quarto e entrei no chuveiro e, de novo, estava pensando em Raslin. Não entendo como um desconhecido poderia ter mexido tanto comigo. Eu senti uma ligação extremamente forte com ele, só não sabia como ou porquê.

  Acabei o banho e fui dormir. 

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