4º Capítulo

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Marcos parou o carro em frente a uma lanchonete pequena. Era bem brasileira mesmo. Daniel saiu do carro e me ofereceu a mão para me ajudar. Segurei a mão dele e saí também.

— Eu ligo quando a gente quiser ir embora — falou com Marcos.

— Sim, senhor. — Foi embora depois de dizer isso.

— Vamos?

Acenei com a cabeça e o segui para dentro do local. Tinha bastante gente lá dentro. Achei que ia estar vazio. Ainda mais que vai ter Karaokê.

Um cara se aproximou da gente com um grande sorriso no rosto. Ele é um pouco mais baixo do que o Daniel e tem o cabelo escuro.

— Que bom que você veio, cara! Não aguento mais ter que falar em outra língua.

— Não imagino como as pessoas ficam falando com você — Daniel respondeu com deboche e o cara deu um soco no ombro dele. Ele me olhou e ficou me avaliando por um segundo.

— Sua namorada?

Troquei olhares com Daniel.

— Não. É uma longa história...

— Hum... — Cerrou os olhos na minha direção. Franzi a testa olhando-o. — Vem, vou arrumar uma mesa para vocês.

Seguimos ele. Vi no fundo do local um pequeno palco e uma tevê, microfones e um aparelho de som bem grande. Realmente vai ser interessante.

Sentamos à mesa que ele arrumou. Já estava ficando irritada com os olhares desse cara! Que droga! Não tem respeito não? Sei que não sou nada do Daniel, mas ele podia me respeitar! Que merda!

— Quer pedir a seu amigo para parar de me comer com os olhos?

— Ele é assim mesmo. — Daniel deu uma gargalhada.

— Ele também te come com os olhos?

— Não. Ele fica olhando as pessoas tentando decifrá-las.

— Decifrar?

— Ele acha estranho eu estar aqui com você.

— Por quê?

— Nunca trouxe ninguém aqui.

— É? Por que não?

— Esse lugar é como meu lugar de paz. Gosto de vir aqui e relaxar.

— Rindo das pessoas, claro — falei com um sorriso cínico e ele riu.

— Também.

O "decifrador de pessoas" se aproximou.

— Vão querer o que?

— Quero uma Coca-Cola — respondeu Daniel.

— E você, bonitinha?

— Lara.

Ele sorriu largamente.

— E você, Lara?

— Não quero nada.

— Tem certeza?

— Sim.

— Tudo bem. Se mudar de ideia, me chama. — Ele saiu de perto da gente.

— Vai começar — disse sorrindo. Olhei na mesma direção que ele olhava e entendi. Dois caras estavam ligando o Karaokê.

Céus! Eles estavam estragando a música! E olha que nem sei o que diabos é aquela música! Cobri os ouvidos e olhei Daniel. Ele riu.

— É só o começo.

— Que bom — respondi irônica.

— Não vai querer nada mesmo?

DEGUSTAÇÃO - O filho do meu noivoOnde histórias criam vida. Descubra agora