Desconfianças

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-- Eu lembro de você mais ou menos, mais agora preciso ir atrás de Manuela. Tenho medo do que ela seja capaz de fazer. – Disse Lara preocupadíssima.

-- Te entendo, mas eu posso ir com você? – A médica se ofereceu mesmo vendo que Lara não ficou feliz.

-- Tudo bem, toda a ajuda é bem-vinda e além do mais você é médica e pode ajudar se ela foi fazer o que penso que foi. – Lara saiu às pressas rumo à rua para atacar um táxi, mas Gabriela ofereceu carona no seu carro.

Elas foram rumo ao morro e quando chegaram lá pararam logo na subida, pois teriam de fazer o restante a pé.

Uns rapazes armados a impediram de seguirem a caminhada e as fizeram se identificarem.

-- Estamos procurando uma moça negra, bonita, magra. – Descreveu Lara aos rapazes.

-- Isso é o que mais tem aqui moça. – Riu um dos rapazes com um fuzil na mão.

-- Ela usa pó e tem pago em dinheiro vivo. Por favor, faz pouco tempo que ela está usando! – Lara estava desesperada. – Ela veio a pouco para cá, deve ter chego há minutos atrás.

-- Aí sim moça sei quem é. – Falou o rapaz da pistola. – Bonita a negra, pena estar nessa vida de merda.

-- É uma merda mesmo! – Disse Gabriela.

-- Onde ela está moço? – Lara estava muito nervosa.

-- Suba o morro e vire à esquerda, tem um barraco onde ela fica mais uns viciados usando droga. – Informou o rapaz do fuzil.

As duas foram liberadas e subiram o morro. Era uma boa subida até o barraco, mas assim que chegaram sentiram que o que viriam não seria um filme de conto de fadas e sim um de terror.

Um barraco caindo aos pedaços era o que se via de fora e assim que entrava podia se ver vários jovens e até pessoas mais velhas consumindo drogas enlouquecidas. Algumas estavam tendo aluminações e falavam com as paredes e faziam gestos com os braços. Era um cenário muito triste.

Logo em um canto elas viram Manuela já drogada e bem alucinada. Gabriela a examinou e viu que o melhor era leva-la para o carro onde ela tinha alguma coisa que podia medica-la.

Com esforço desceram com ela para o carro, com ela ainda delirando e alucinando. Gabriela aplicou duas medicações e ela logo apagou no banco traseiro do carro. Lara a ajeitou no banco e foi com ela atrás para que ela não se machucasse.

-- Para onde a levaremos Gabriela? – Lara acariciava o rosto de Manuela.

-- Pensei em leva-la para meu apartamento e amanhã tentar convence-la a ela ir para a fazenda de recuperação. – Sugeriu Gabriela dirigindo.

-- Seu apartamento? Mas você nem a conhece?

-- Eu sei, mas sinto que a conheço a anos Lara. – Gabriela sentiu o peito apertar ao falar aquilo. – E além do mais tenho medicação e tudo que ela possa precisar...e você pode dormir junto.

-- Posso?

-- Claro. – Gabriela a olhou pelo espelho.

-- Então vamos. – Concordou Lara já pegando o telefone para avisar sua mãe que dormiria fora.

O apartamento de Gabriela era bem amplo, mas organizado e simples. Tudo parecia estar ao alcance das mãos e sem a necessidade de se fazer muito esforço. Era muito bem decorado com cores vivas como laranja e azul claro.

-- Fique à vontade. – Gabriela disse, depois que deixaram Manuela no quarto de hospedes. – Tem água, café, bebida de álcool, suco...vou tomar um banho. O controle da tv está sobre a mesinha da sala.

O RESGATE DA MINHA VIDAWhere stories live. Discover now