Chegada a Angola

144 9 3
                                    

Zé Nando encontrava-se a dormir, quando repentinamente, dois pacóvios da companhia de engenharia adentraram o camarote, cantando uma canção horrível, cujo Zé não conseguiu identificar.

Zé não ficou contente com isto. 

Zé levantou-se da sua cama, e deu uma surra a cada um, deixando-os com a face marcada.

Os dois pacóvios fitaram o grande bigode de Zé Nando, com as lágrimas no olhos, e saíram do camarote.

Agora sozinho, Fernando aproveitou para cofiar o bigode, símbolo de estilo e charme. Tinha uma face engraçada, este Zé, alguns até a considerariam sedutora, de tão peculiar que era. 

Mas ninguém quer saber a aparência física de Zé, pois o que faz a personagem, é o carácter!

Mas voltando à história, Zé, depois de ter expulsado os pacóvios, e de ter acariciado o seu bigode, teve de esperar umas valente horas, a olhar para a escotilha, até atracar no Porto de Luanda, onde a sua jornada realmente começaria. 

Mas quando atracou, sentiu-se aliviado, finalmente estava em terra. 

Luanda era uma verdadeira cidade, cheia de beleza, um grande centro urbano, muito movimentado. Uma das cidades mais desenvolvidas do continente Africano, digna de respeito e admiração. Mas Zé Nando não podia apreciar estar belezas por muito tempo, nesse mesmo dia tinha de começar a viagem de sei lá quantos quilómetros até Luacano, onde ficaria durante 2 duros anos. 

Após fazer umas merdas em Luanda, de seguir ordens, e afins, Zé finalmente entrou no comboio que o levou, a si e à sua companhia, até Luacano

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após fazer umas merdas em Luanda, de seguir ordens, e afins, Zé finalmente entrou no comboio que o levou, a si e à sua companhia, até Luacano. 

A viagem foi dura, este calor dava cabo de Zé, que estava habituado ao clima temperado da sua aldeola no Norte de Portugal. Sentiam-se as saudades, saudades do lar, saudades da sua região, saudades do norte, saudades dos campos, saudades da vizinha avantajada, saudades da sua mãe e seu pai, que estariam, muito provavelmente, naquele preciso momento a lamentar a sua partida para a província ultramarina d'Angola.

O tempo passou, e com o tempo, veio o sono, que o fez adormecer, num sono profundo. Durante o sono, sonhou com algo que mudaria a sua vida... Nesse sonho viu Amílcar Cabral, Samora Machel e Agostinho Neto, mortos. Isto despertou algo na mente de Fernando. Ele agora percebi-a, com toda a claridade, que Angola é Portugal! Que o Movimento Popular da Libertação de Angola não passava de um bando de comunas ingratos e traidores.

Quando acordou, já tinha chegado a Luacano...


=====================================CONTINUA==================================

Crónicas do Lago Dilolo - Angola é PortugalOnde histórias criam vida. Descubra agora