Sinto como se estivesse em uma estrada, cujo a única opção é seguir em frente rumo a escuridão que leva a morte. Ainda me restava um fio de esperança, mas estava se queimando junto com minhas cicatrizes. As opções haviam se esgotado, meu destino era a morte e não havia como impedir. Por mais que eu entregasse Neithan, eu sabia que Morghana ia continuar me odiado e o feitiço continuaria fazendo efeito.
Era isso que ela queria minha morte pois sabia que Jey estaria em um estado fraco, assim ficaria mais fácil para derrota-lo. De forma alguma eu iria entregar meu filho, prefiro morrer ao ver meu pequeno com aquela bruxa. Morrer, uma palavra pequena mas com um significado tão forte, o fim de tudo. Segundo a lenda é quando a lua decide que você já fez o que necessitava nessa terra e que está na hora de partir e deixar aqueles que você tanto ama seguir sem você.
Pra mim a morte significa outra coisa. Salvar meu filho, de alguma forma proteger a alcateia e torcer para que minha partida não destrua, mas sim, torne Jey mais forte. Pensava em tudo isso em quanto as lágrimas abundantes molhavam meu rosto antes mesmo de chegar na bochecha viravam vapor devidos as marcas que já estavam em todo o meu corpo me impossibilitava de mover o corpo devido a dor que sentia a cada minuto.
Alguém bate a porta, fazendo me despertar de meus devaneios. Rebecca abre um fresto da porta o suficiente para mostrar seu rosto.
- Posso entrar? - Pergunta receosa, confirmo com a cabeça sentindo minha pele queimar.
- Jey pediu para ficar com você, enquanto ele resolve umas coisas. - Explicou ela abrindo as cortinas.
O sol estava alegre lá fora, um dia lindo para morrer. Jey fez o que eu havia pedido, ele foi preparar meu testamento. Passamos a madrugada inteira em meio a dor e agonia discutindo o que faríamos dali para frente. Jey era teimoso, assim como o irmão isso era de família pois Neithan também vinha se revelando teimoso. Ele não aceitava a ideia da minha morte, muito menos eu. Não ter mais Jey ao meu lado, não poder ver Neithan crescer, não fazer mais parte dessa alcateia que tinha se tornado minha família. Não! eu não quero morrer mas não há escolha.
- Como está se sentindo? - Perguntou Becca, ao sentar na ponta da cama.
- Como antes. - Falei simplismente. - As dores são cada vez mais intensas, mas depois dessa noite aprendi a suporta las. - Disse com desânimo.
Rebecca olhou para o chão, e secou uma lágrima teimosa que consegui escapar e demonstrar seu tentativa de se manter forte, ela respirou fundo e olhou para mim com compaixão.
- Não é culpa sua. - Falou a loira tentando amenizar nossa dor.
- Para de falar isso, claro que é culpa minha. - Rebati revoltada. - O motivo sempre fui eu! Esta na hora de pagar por todas as mortes, por ter entrado em um mundo que não me pertencia. - Disse chorosa e um tanto brava.
- Não fale assim Lairy. - Rebecca tanta me acalmar. - Você foi a coisa mais incrível que nos aconteceu, você nos deu coragem e um motivo pra continuar a lutar. - Falou ela sorrindo em meio às lágrimas.
Faz sentido tudo que ela acabou de falar, me fazendo para pensar por alguns minutos. Talvez o estresse a dor agonizante e o medo que eu estava tentando com todas as forçar esconder estavam me impedindo de ver certas coisas, antes de eu chegar todos viviam suas vidas com medo do próximo ataque, sem perspectivas do que fariam se um dia isso acontecesse. Sobreviviam pra esperar sua morte, uma vida tediosa e sem esperança. Até que eu entrei em suas vidas uma humana que reacendeu o lema que por tempos havia virado apenas lenda, "Matar os vampiros, proteger os humanos, dar nossas vidas por quem amamos..." Afinal foi pra isso que os lycans haviam sido criados. Só que desta vez não era vampiros, e sim criaturas diabolicas sedentas por caos e sofrimento, com as quais nossas garras e presas não eram suficientes.
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2. WOLF- Loupynah
Hombres LoboLIVRO 2 Elas voltaram para reaver seu antigo território, e o sangue sedento por vingança ferve junto a magia de seus caldeirões. "Se os Lyncans estão vivos é porque a humanidade inda corre perigo, Meu filho corre perigo e farei de tudo para salva-lo...