CAPÍTULO 2: FRUTO PROIBIDO (CONTINUAÇÃO)

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Gratel

***

     Os ângulos do teto da igreja me deixaram tonta. A fraca luz solar do final do dia era filtrada pelas janelas com vitrais. Ainda assim, era muito brilhante. Ela revelava o meu corpo, um corpo que doía, gritando pelo seu toque proibido e as coisas pecaminosas que ele falava. Eu desejava que fosse de noite. Na escuridão, eu seria capaz de esconder o meu corpo nu de nós dois. Eu poderia me dissolver nesses desejos completamente. Até mesmo uma máscara já faria uma grande diferença. Pelo menos assim eu poderia fingir que era uma pessoa diferente - uma mulher que poderia se render em julgamentos ou restrições.

     Naquele momento, eu queria ser sua. Meu copo doía por ele. Ele tinha deslizado um dedo naquela parte proibida do meu corpo que até mesmo eu não me atrevia a tocar. Ele sabia exatamente o que queria - como atiçar e domar aquele crescente dentro de mim - como fazer essa deliciosa dor ainda mais dolorosa e, ao mesmo tempo, ainda mais desejável. Eu queria o paraíso corrompido que ele oferecia - o prazer misturado com dor. Eu queria que ele me possuísse.

     Mas eu não poderia dizer isso. Esses pensamentos não poderiam estar vindo de mim, certamente. Especialmente quando eu estava na casa de Deus. Ele estava assistindo. Eu sabia disso, e ainda assim o meu corpo tremia diante dele, pedindo-lhe aquelas coisas pecaminosas.

       "Gratel." A voz de Hansel era um aviso. Seus olhos e corpo também. Cheios de escuridão e tensão. Logo, não haveria como voltar atrás.

        Eu não me importava com as consequências. Eu só queria o que estava por vir, fosse o que fosse. Se eu não o tivesse, ficaria louca. "Eu não posso deixar você", eu sussurrei. "E eu não vou. Então tome... o que você quiser de mim..."

         Ele empurrou a minha perna esquerda para cima, deixando minha área proibida mais apertada e tenra. "Você não sabe o que está pedindo."

          Fechei os olhos. Lá, eu encontrei a escuridão que eu precisava para ser eu mesma. Para lhe responder honestamente. Para bloquear tudo o que estava entre nós, para que eu pudesse me render às sensações crescendo dentro de mim. "Eu não me importo", eu disse, voz rouca e trêmula. "Eu quero que você me possua."

          Ele rosnou e recuou. Por um momento, houve silêncio. Eu quase pensei que tinha imaginado a coisa toda - e talvez até fosse possível, se minhas pernas não tivessem doloridas de onde ele tinha me tocado.

           "Abra os olhos.", ele ordenou.

           Eu o fiz. Minha visão estava um pouco embaçada.

           "Agora, tire o vestido."

           Eu me ergui. "Mas eu não estou vestindo nada por baix-."

           "Tire", ele interrompeu.

           De repente, eu estava com medo de discutir. Com medo até mesmo de obedecer, embora eu logo o tivesse eito. Lentamente, eu fiquei de joelhos, agarrei a barra do meu vestido e o puxei sobre a minha cabeça.

           O ar estava frio,e meu corpo reagiu imediatamente - minha barriga se flexionando, eu puxei minhas pernas juntas e arrepios cobriram a minha pele. O vestido ficou preso no meu queixo enquanto eu o retirava, mas eu o puxei com mais força, ignorando a maneira como os botões raspavam a minha pele, até que ele se foi. Depois eu joguei o vestido ao lado do altar.

         Abracei a mim mesma, meus braços em volta dos meus seios. Minhas bochechas estavam tão quentes que eu fiquei meio aturdida. "Eu estou nua. E agora?"

         "Não o suficiente. Tire suas roupas de baixo." Sua voz soava menos confiante e mais tensa. Eu estava tentada a olhar para ele, mas tinha muito medo.

A Tentação do Meu Irmão Adotivo (Meu Meio-Irmão #2) Nadia DantesOnde histórias criam vida. Descubra agora