Hate And Love - Destiel

"Bem-vindos a Hogwarts!"

Onze anos.

Finalmente, Castiel Novak tinha completado onze anos. E hoje chegaria sua carta. Tinha que chegar.

Estava ansioso, nem sabia explicar direito. Olhava para a janela de cinco em cinco minutos, esperando a coruja chegar. Mal podia ver uma ave sobrevoar sua casa que seu estômago já dava um pulo e seu coração acelerava.

Castiel tinha mãe e pai bruxo, era puro-sangue. Desde que tinha seus sete anos, ouvia seu pai falar de Hogwarts, sempre com os olhos brilhando. Isso o deixava ansioso para chegar naquele lugar, aprender feitiços mais poderosos do que os que já tinha aprendido, voar em vassouras, ser um bruxo.

Bufou pela sexta vez, resolvendo fazer alguma coisa. Ficar no seu quarto esperando a coruja não era um dos melhores passatempos. Desceu as escadas, entrando na cozinha, podendo ver seu pai sentado na mesa. Franziu o cenho. Ele deveria estar trabalhando.

- Por que está em casa? - Perguntou, caminhando até seu pai.

- Eu disse a Lucy para abrir a loja hoje. - Chuck explicou.

Os Novak's tinham uma grande loja de acessórios para bruxos. Tudo o que precisasse para se divertir dentro do mundo bruxo encontraria lá. Castiel não achava ruim, até se divertia com isso. Certa vez, ele e Gabriel obrigaram um amigo a dar uma porção do amor para alguém que ele gostava. Não se falaram por um mês, até Novak pedir desculpa.

- Por quê?

- Eu tenho que acompanhar meu filho na sua primeira ida pra Hogwarts! - Chuck deu de ombros enquanto Castiel servia-se de um pedaço de bolo.

- Mas minha carta não chegou ainda. Tem certeza que ela chega com onze anos? Vai ver é com quinze. Pode ser que você tenha se confundido.

- Não, Cassie. Ela chega com onze anos, eu tenho certeza. É normal você estar ansioso, mas ouça, ela vai chegar.

Castiel assentiu e Chuck virou as costas, indo em direção a porta. O correio tinha chegado, sabiam pelo barulho do bater de asas das corujas. O pai segurou a correspondência, vendo cartas de contas, cartas de amigos desejando feliz aniversário, e... Oh, aquela carta!

- Castiel! - Gritou, aproximando-se do garoto. - Uma carta pra você! Uma carta de Hogwarts!

O filho arregalou os olhos, sentindo uma felicidade repentina o acolher. Seu coração acelerou quando segurou a carta, e quando a abriu, todos os seus sonhos se realizaram.

- Eu vou pra Hogwarts, pai! - Abraçou Chuck, que gargalhava.

Era bom pra o pai ver seus filhos crescerem. Era bom quando eles finalmente andavam sozinhos. Era bom quando eles recebiam suas cartas, ficavam felizes, aprontavam, namoravam, se divertiam. E, mais uma vez, aquilo tudo estava se repetindo, mas dessa vez com Castiel.

- Eu disse que era com onze anos! - Disse e pegou seu casaco, o que fez Castiel franzir o cenho.

- Pra onde você vai?

- Onde você acha? Nós vamos pra o beco diagonal!

[...]

Castiel respirou fundo.

Sua última parada antes de ir pra Hogwarts estava bem na sua frente, o Olivaras. Dizem que a varinha que escolhe o bruxo, e ele estava ansioso para ver qual seria a sua. Qual varinha o escolheria.

Atravessou a porta, chamando a atenção de algumas pessoas que acompanhavam seus filhos, comprando suas primeiras varinhas. Respirou fundo, sentindo a mão de Chuck no seu ombro enquanto andaram até o balcão. Atrás dele tinha um homem velho, seus cabelos já eram brancos como a neve. Ele se virou, mostrando a Castiel que sua barba também era branca, e que usava óculos redondos, que ficavam na ponta de seu grande nariz. Ele era bem magro, tanto que seus ossos eram visíveis na sua pele clara. Certamente aquele não era o primeiro dono daquele local, já que o mesmo deveria ter morrido algumas décadas atrás, mas era bom finalmente vê-lo.