Quando me dei conta, uma luz muito forte estava em meu redor, o cheirode pó e ainda duas vozes. Abrindo os olhos, pude enxergar um estranho esqueletoda cabeça de um animal com chifres enormes pendurado no teto. Estava deitadosobre uma mesa de madeira, com dois cobertores por cima de mim, aquele lugartivera sido feito inteiro de madeira. Senti alguém se aproximando e então um senhor me entregou um copo cheiode chá.
- É melhor tomá-lo logo, pois esfriará rápido. – Um mar de rugas sobresua pele, ele já era velho, seu tamanho se aproximava do meu. Vestia algoparecido com uma túnica. Logo atrás de um balcão ao nosso lado, havia outro homem de aparênciamais jovem, organizava as bebidas de acordo com o valor. Possuía cabelosbrancos, botas negras e um sobretudo marrom escuro, sua característica maismarcante seria sem dúvidas a expressão de vazio em seu rosto. - Jack, por gentileza, poderia cuidar do garoto para mim? Meu corpo nãoé mais como antigamente, cada passo fica mais difícil, irei descansar um pouco.– Diz o homem que aparentava ser o dono da taverna.
Jack balança a cabeça como um sinal de "sim" enquanto eu tomava meu chá.
- Moedas de ouro... A pele de um mamute... Por que diabos um membro da família realestava andando por estas terras? Qualquer imbecil saberia sobre o perigo dosLobos Brancos! – Exclamou o homem.
- Infelizmente minha família não possuí professores que lecionam magia.Digamos que todos estão ocupados, por um motivo que nem mesmo eu sei. - Ele olhava com desprezo enquanto abriauma bebida.
- Alexandria já foi o berço de grandes magos, mas hoje em dia, vocêstodos são uma piada!! Não me faça rir pirralho, qual é o motivo de quereraprender magia? – Era impressionante como acabava com uma garrafa, tão rápido. Se surpreendeu um pouco depois de ter ouvido meus motivos, queria sabero que há depois das montanhas, até aonde a luz toca, fazer sua própria históriacomo naqueles livros de contos. Ele advertiu, estava sendo um pouco precoce, umpássaro que acabou de nascer, não podia bater as asas para enfrentar o mundo asua volta. Há perigos fora deste país, atravessando os mares. Alexandria juntoa mais quatro países, faz parte da "Terra dos magos", porém, ao norte seencontra outro continente. Povoado por humanos que possuem armas peculiares,não só armas mas objetos também, dados pelos Deuses. Com isso, ganham poderesque condizem com o Deus que lhe foi concedido. Com objetivos de conquistarnovas fronteiras e se tornarem mais fortes ainda, eles se infiltram nos reinos,provocando muitas mortes. Por acaso minha família é um dos alvos principais, carregandoesse sangue puro, tenho grandes riscos. Terminando este assunto delicado,rajadas de vento estraçalharam a porta, se movia como uma bala de canhão. Ocorpo pesado, quase se arrastava, empurrando a neve consigo enquanto fazia ochão tremer em cada passo. Era Matt, estava sem camisa, um casaco penduradosobre sua cintura e perneiras revestidas com ferro nas pernas. Dois braceletesfeitos de ouro, não havia um arranhão neles, percebi a quantidade de cicatrizesem seu tronco.
- Por que .... Você estáaqui ??- Pergunto ao Matt.
- Suponho que já deveria ter percebido, como acha que conseguiu fugirtão facilmente? Alguém lá de dentro fez algo para que os guardas ficassemocupados. Uma pessoa que já está servindo a família real por muito tempo,estudando cada passo, até achar uma brecha para completar seu objetivo... Sequestrar o descendente de Merlin, nãodeveria estar tão surpreso, somos seus inimigos esqueceu? Pode nos chamar de...Deuses falsos!!! – Matt se aproxima de mim.
Me lembrei o que Jack tivera me contado, sobre os infiltrados. Antes queeu pudesse empunhar minha adaga, o homem dos cabelos brancos, solta uma garrafae levanta.
- Ei.. Ei.. Ei... Você destruiu a porta da taverna... O velhote não vaigostar disso. – Disse Jack.
Com um punho, o bárbaro afunda Jack no chão, criando um grande tremorenquanto quebra todos os ossos do corpo dele.
- Ele está morto, o próximo será você se não se entregar! – Eu não sabiao que fazer naquele momento.
De repente o tal se levanta do chão, ileso, estica os braços e aspernas. Toma um gole da bebida mais próxima e fala :
- Agora é minha vez!! – O homemdos cabelos brancos estrala os dedos.
- O que... O que é você !??? –Matt se questiona.
- Eu não sou ninguém, sou só um homem que trabalha numa taverna suja,mas por uma droga de coincidência... Eu sou imortal.
Matt golpeia novamente Jack com seu punho direito, porém ele pula sobresua mão, sobe em cima das suas costas. Tocando a pele de seu oponente, elacomeça a congelar, o Deus Falso cambaleia. Espinhos de gelo são jogados contraaquele bárbaro, mas se quebram em pedaços com nenhum corte. Sem reação, Jackcongela os braços dele, em seguida, quebra eles com um chute. O sangue escorre e Matt desmaia, a lenda erareal, eu estava vendo ela agora na minha frente.
- Ei garoto! Eu serei seuprofessor. – Diz o imortal enquanto levanta a porta.

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Garoto Imortal.
AventuraEsta é a história de um jovem príncipe que sonhava em conhecer o mundo e seu professor imortal.