O encontro com Paula

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Todos sabiam que Carl sempre foi apaixonado por Paula e ele se preocupava bastante com ela. Nessa sua nova vida ele ainda não havia encontrado ela. Ele pensava em vê-la, queria ver com seus próprios olhos aquilo que ela havia se tornado, não queria acreditar que ela havia se tornado uma prostituta, muito menos uma drogada.

Carl estava refletindo sobre tudo aquilo que Beatriz havia lhe contado, quando o telefone toca, ele atende, era seu empresário avisando que ele iria fazer um concerto naquela noite, mas algo simples, só alguns minutos para alegrar a festa daquela cidade. Carl falou que estava tudo certo e desligou o telefone, ele nem deu muita importância para o que seu empresário estava falando, porque só pensava em seus amigos e no que eles tinham se tornado naquele momento.

Ele tinha que fazer uma escolha dura, continuar com seus sonhos e deixar seus amigos em situações desfavoráveis. Ou abrir mão de tudo para que eles voltassem a serem felizes.

Mas mesmo com tudo, ele não sabia fazer as coisas voltarem ao normal, até porque ele nem sabia como tinha chegado ali. Ele pediu a Beatriz o endereço de Paula, disse que tinha esquecido e queria conversar com ela. Beatriz deu o endereço, ela morava naquele antigo prédio onde ele estava dormindo antes de vir parar nessa vida estranha. Rua Macaparana, n° 85, apartamento 24.

Naquela sua vida Carl fazia suas apresentações há um bom tempo, por isso, ele não passava mais tempo ensaiando, sempre era avisado algumas horas ou até minutos antes dos eventos, já estava próximo a hora do concerto na sua cidade, faltavam umas 2h, mais ou menos.

Ele se preparou, falou a Beatriz que ia na frente, pois precisaria resolver alguns assuntos e que ela fosse depois, lá iriam se encontrar, Beatriz o acompanhava em todos os seus eventos. Então, ele saiu. Antes de ir ao concerto resolveu passar para ver Paula, chegando no apartamento dela, ele chamou umas duas vezes, mas sem resposta. Ela poderia não estar em casa, pensou.

No entanto, o som estava ligado baixinho, Chandelier da Sia, era a canção que estava tocando naquele momento, ele chamou mais uma vez e outra vez sem sucesso, ele resolveu arrombar a porta para ver se ela estava lá, se ela estava bem. Dois chutes foram o suficiente para o ferrolho da porta quebrar e ele poder entrar.

Ele entrou lentamente e chamando por Paula, passou pela sala, pelo primeiro quarto, não viu ninguém, mas percebeu que o apartamento estava uma bagunça, cheio de roupa no chão, papel por todos os lugares, preservativos abertos e fechados jogados por todos os cantos, bebidas aos montes.

Chegando mais dentro, na cozinha, uma surpresa, ele viu Paula no chão, aparentemente desmaiada com várias seringas e frascos de droga ao seu redor. Ele se desesperou e foi tentar ajudá-la, gritou por seu nome, balançando-a e quando virou viu que seus olhos estavam abertos e ela não respirava, sua boca estava cheia de espuma.

Ele percebeu ali que ela tinha tido uma overdose e não estava mais viva...

Ele chorou abraçado com seu corpo e ligou para a ambulância, ainda meio desnorteado sem acreditar naquilo, ele saiu do apartamento de Paula chorando bastante e foi para rua. Naquele instante começou a chover bastante. Ele gritava desesperado "eu quero voltar, eu quero voltar, eu quero voltar!!!!"

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⏰ Última atualização: Jul 28, 2016 ⏰

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