Capítulo 44 - Suicídio - Parte II

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[Clarke POV]

Era como se meu coração tivesse sido arrancado do meu peito e caído no chão como vidro. Pike levou a minha gatinha, deixou-me aqui nessa sala sem saber o que estava acontecendo, até ouvir o tiro. A partir de então as coisas pareciam que estavam se movendo em câmera lenta. Congelei minhas ações, parando de bater minhas mãos na porta e caindo no chão.

Ouvi Dr. Jaha murmurar, "Puta merda..."

Anya era a única que ainda estava em movimento, ela ainda estava com a bandeja na mão e me empurrava suavemente de frente da porta, "Sai daí, Clarke."

"Minha..." Resmunguei. "Minha Lexa?"

"Não presuma o pior!" Anya disse, tentando forçar a maçaneta da porta com a bandeja. Ela deu um forte murro e a maçaneta caiu no chão. Anya pegou a sobra da maçaneta que ainda estava na porta e a puxou, xingando quando a porta não se abriu.

Arrastei meus joelhos até o peito e chorei mais ainda. Anya ainda tentava abrir a porta. Minhas mãos deslizaram em meu cabelo, mas a única coisa que pude dizer foi: "M-Minha Lexa... M-Minha gatinha..."

Meu cérebro começou a repetir o curto período de tempo que passei com ela. Como ela quase me odiou quando eu a encontrei, a primeira vez que ela ouviu música. Quando acidentalmente nos beijamos pela primeira vez.

Pensei no quão ansiosa ela tinha sido ao "aprender sobre sexo" porque Raven tinha lhe dito que ia me fazer bem. Todas as vezes que ela se aconchegou a mim enquanto assistíamos "Aristogatas", e como ela achava que eu era a melhor pessoa do mundo por colocar "cores" em seus machucados.

Lembrei-me de quando eu estava preocupada por causa das questões de dinheiro e a garota se culpou instantaneamente, embora a culpa nunca tinha sido dela, e fazia tudo que podia para me agradar.

A menina nunca quis nada mais do que me agradar. Ela queria me fazer feliz e segura, e se eu estivesse machucada ela ficava mais chateada do que eu. Ela realmente me amava mesmo antes de ter ideia do que era o amor, e eu mesma nunca tinha sentido um amor assim antes. E pensar que um amor tão lindo como esse podia estar me rasgando.

Um soluço estrangulado escapou da minha garganta, e eu pressionei meu rosto em minhas mãos, sentindo outro soluço se quebrar no meu corpo. Ouvi Anya trazer a bandeja de volta para a porta e ela gritou: "Não Clarke! Não desista dela! Ela está bem! Eu sei que está!"

"Deixe-me tentar." Eu ouvi o Dr. Jaha murmurar, provavelmente tomando o lugar de Anya na tentativa de abrir a porta.

"Lexa!" Anya gritou. "Lexa, você pode me ouvir? Diga alguma coisa!"

Fiquei em silêncio momentaneamente e levantei minha cabeça na esperança de escutar a voz da menina gatinha, mas apenas ouvi o som do Dr. Jaha tentando abrir a porta. Passei meus braços em volta do meu tronco para tentar aliviar a dor que rasgava dentro de mim, permiti as lágrimas fluírem livre mais uma vez.

Minha mente correu imediatamente sobre o que eu poderia ter feito de diferente para tirar a menina das mãos do Pike e me sacrificar em seu lugar, mas o que eu poderia ter feito no momento em que ela tinha desistido e dito que me amava era... Eu não disse de volta.

"Oh Deus!" Eu ofeguei, minhas mãos puxaram meus cabelos em horror. "Eu... N-Não disse a ela que a amava! Ela disse que me amava e eu disse que não, que ela não podia simplesmente desistir! E-Ela não pode ter ido... Ela não pode ter ido embora pensando que eu não a amava!

Comecei a soluçar novamente, imediatamente senti uma mão nas minhas costas e a voz suplicante de Anya: "Clarke... Não sabemos se Lexa está morta!"

Uniquely Perfect - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora