Novas Verdades, Um Único Amor (ficou completo até 19/12/2016 p/ lcto cm e-book)

Capítulo 8

        

  Chegaram em Foz do Iguaçu por volta das oito da noite. Com tantas belezas na cidade e nas redondezas, Alessandra fantasiou que poderia estar chegando para aproveitar a semana com o seu namorado irresistível.

Eles pernoitariam na cidade e partiriam apenas na noite seguinte. Yan teria formas de fazer todo o trajeto até o ponto de contato, sozinho. Os drah senóriahn tinham a habilidade de se teletransportar no mesmo planeta em que estavam, desde que tivessem as coordenadas, o endereço, ou já conhecessem o destino, mas, com Alessandra, isto não seria possível, razão pela qual fizeram toda a viagem segundo os costumes humanos.

— Vou pegar um quarto de casal. — Yan disse ao entrarem no saguão do hotel. — Não é o que está pensando. É que preciso estar próximo para te proteger. Só isso — continuou, antes que ela pudesse intervir.

— Ontem fiquei sozinha no meu apartamento. Por que hoje precisa ser diferente?

— Você pensa que ficou sozinha no seu apartamento.

— Você estava lá? — perguntou o encarando com os olhos arregalados.

— Até chegarmos em Drah, não posso te perder de vista. Lá, terei mais condições de garantir a sua segurança. Aqui sou somente eu e uma infinidade de humanos que não teriam a menor ideia do que estaria acontecendo, caso eu tivesse que entrar num embate. Ficariam apavorados e poderiam se machucar, porque não teriam a menor defesa contra as armas que temos, então toda precaução é bem-vinda.

— Você está armado?

— É evidente que sim. Não teria como te proteger, se não fosse desse modo.

— E cadê as suas armas?

— Já disse que posso burlar a visão das pessoas. Estão comigo.

— Mas que droga! O que mais está escondido em você ou com você? Há algum arsenal virtual que carrega ao seu redor e que camufla para que nenhum de nós, reles humanos, possamos ver? Tem mais algum guarda-costas conosco ou que tenha passado a noite no meu apartamento ontem? Preciso saber até onde fiquei exposta! — Procurou controlar a raiva para não chamar atenção dos que transitavam por ali.

Ele apertou ligeiramente os olhos.

— Jamais exporia você. — falou num tom mais baixo — Eu fiquei no seu apartamento, mas não cheguei perto do seu quarto. Nunca faria isso sem a sua permissão, até porque te protegeria de onde eu estava. Nos aproximamos de uma mulher do modo como está pensando apenas quando ela permite. Não nos aproveitamos desse tipo de situação. Isto seria uma total falta de respeito e somos guiados pelo respeito. — Mesmo calmo, continuou num tom firme, encarando-a. — Quanto ao arsenal, estou armado da cabeça aos pés se quer saber, porque é preciso. E não teria como explicar isso para quem quer que visse, você não concorda? Se houvesse alguém comigo, sensitiva como é, saberia. Optei por vir sozinho, seguindo os meus instintos. Você precisa entender que é o único caminho que temos para solucionar um problema que não somente Drah está enfrentando, mas também outros planetas próximos. Estamos quase sem o elemento crucial para a fabricação de itens de tecnologia para uso básico do dia a dia, equipamentos de defesa ou para a construção de naves como a que vem nos buscar amanhã. Isto não é pouca coisa, Alessandra. Estamos pesquisando há muito tempo e ainda não temos alternativa viável. Então, chega até nós a mensagem do seu pai com uma possibilidade de solução e não sabemos quem mais tem essa informação. Em Drah, eu lhe asseguro que será bem tratada, mas, dependendo de onde for parar... bom, posso garantir que será bem difícil.

— Fica mais fácil entender e aceitar as coisas quando é franco comigo. — Respondeu resignada, porém não menos irritada — Posso não ter o conhecimento de vocês, mas peço que me fale das coisas que estão ao meu redor, principalmente no que me diz respeito, para que eu me sinta menos boba e infantil. É tudo novo para mim. Se a cada passo que eu der tiver uma surpresa, vou pirar. Literalmente. Então prefiro saber das coisas antes que aconteçam. Por favor, não me poupe de informações.