Belrod saiu de casa, ninguém sabia onde o guardião estava. Miella estava triste, mas dedicou total atenção a amiga humana, e na hora de partir, acompanhou Valentina para o bosque, onde sua aeronave estava escondida. As duas se despediram com um forte abraço, e Miella retornou para a cabana. Seria assim, Valentina ia embora sem saber do amor de Belrod por ela.
Infelizmente, sua aeronave não funcionou. Até o dia anterior não havia problemas, mas no dia atual sim. Valentina decidiu retornar a aldeia sorrateiramente, solicitar ajuda, mas para ela, em seu coração, aquilo era um sinal para que ela falasse com Belrod.
Decida, ela foi. Correu pelo bosque o mais rápido que suas pernas humanas conseguiam e quando alcançou a civilização, um terrível medo subiu suas espinhas. Estava tudo destruído e muitos elfos gravemente feridos ao chão. Ela queria ajudar, mas não tinha tempo, precisava encontrar Belrod.
Ela foi até a cabana de seu querido Belrod, e encontrou-a destruída. Uma forte dor tomou conta de seu peito. Não podia tê-lo perdido, não sem dizer a ele o que sentia.
Valentia buscou fundo em suas memórias, buscando por alguma pista que lhe indicasse onde ele poderia estar. Não achou. Ouviu uma voz familiar chamar-lhe. Olhando para trás encontrou Miella, pouco ferida, que correu em sua direção.
— Miella, o que está acontecendo aqui? Como feriu-se? Onde está seu irmão?
— Aqueles miseráveis... — exclamou ela com ódio — os elfos do Reino Vermelho invadiram nosso continente! Destruir-nos-ão! — ela chorava — Não sei onde meu irmão está, talvez como guardião na Grande Árvore e é para lá que os Vermelhos Sombrios foram... Não suportarei perder meu irmão...
— Acalme-se Miella. Procure os elfos sobreviventes e ajude-os. Protejam-se. Vou procurar Belrod. — a humana encheu-se de valentia e não esperou sequer uma resposta para correr.
Correu como se sua vida dependesse daquilo, correu mesmo sentindo seus pulmões falharem por falta de ar. Correu até chegar a Grande Árvore.
O espantou tomou-lhe conta quando deparou-se com o estrago que os elfos do mal fizeram ali, muitos elfos mortos e alguns feridos gravemente estavam ao chão. Valentina examinou-os um por um, certificando-se de que nenhum deles era Belrod.
A humana nunca havia estado do lado de dentro daquele local, e mesmo destruído, era assustadoramente lindo. A copa escura da árvore possuía vasos condutores azuis, que chegavam a cintilar. Encantada, ela seguiu um desses vasos condutores e chegou a outro local, mais secreto. Lá dentro, viu elfos esguios e fortes, ameaçadores. Eram vermelhos e mantinham um elfo azul refém.
Valentina sentiu seu coração subir a garganta e suas pernas bambearem quando notou que o elfo refém era o seu Belrod. Cheia de coragem, foi atrás dele, sorrateiramente e procurando uma arma para proteger-se.
A humana encontrou uma bela espada que provavelmente pertenceu anteriormente a algum guardião e teve de esconder-se por alguns momentos dos elfos vermelhos que tomaram o lugar.
Seu querido elfo estava sendo levados por dois vermelhos, e ela resolveu atacar. Antes que pudessem notar, a espada fora enfiada na região abdominal de um deles, que caiu no chão no mesmo momento.
O outro elfo vermelho, assim que entendeu o que acontecia, foi golpeado na cabeça, mas antes conseguiu emitir um barulho, atraindo mais elfos sombrios para o local. Valentina desamarrou Belrod e lançou lhe um sorriso doce, fazendo com que o elfo perde-se. Belrod pegou a espada de um dos mortos e retribuiu o sorriso, mas logo voltaram à realidade e defenderam-se dos muitos elfos que apareceram.
Eles lutavam contra os sombrios que apareciam, em uma batalha de espadas, bem contra mal, como numa coreografia perfeitamente ensaiada, uma bela dança mortal.
No meio da batalha, fizeram de tudo para proteger a sala dos frutos misteriosos, local onde os invasores tentavam a todo custo entrar. Enquanto participavam da maravilhosa coreografia das espadas, Belrod distraiu-se olhando para a valente humana ao seu lado, de aparência frágil, mas de uma bravura imensurável. Seus cabelos escuros brilhavam e possuíam uma vida incrível, sua pele estava rubra e seus olhos brilhavam esperança. Ela era linda, e talvez esse fosse um dos motivos que o fizeram amá-la.
Belrod é atingido por um golpe do último elfo vermelho que ali estava, quando Valentina notou-o, rapidamente livrou-se dele. Virando-se para seu elfo, viu que ele estava gravemente ferido.
Correu até ele, que já encontrava-se no chão, seu corpo estava tendo espasmos, Belrod sofria com a dor. O coração de Valentina doía demasiadamente com o olhar de Belrod perdendo seu brilho.
— Rod, meu querido! — ela colocou a cabeça dele em seu colo — Rod, sei que parece impossível, mas amo-te. Amo-te exorbitantemente, e não quero ficar longe de ti. — Belrod sentiu que sua vida queria voltar, sentiu seu coração aquecer-se e queria dizer a ela que compartilhavam o mesmo sentimento, mas nada saia de sua boca. Ele apenas sorriu com o máximo de força que podia, que era pouca - Rod, não ouse me deixar! Não ouse partir sem antes tornar-me sua esposa! Você não tem esse direito!
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A Batalha de Belrod
FantasyBelrod é um elfo guardião dos frutos misteriosos do Carvalho Azul, indispensável fonte da vida do pequeno mundo de Blueoaken. Muitas coisas mudam quando uma humana invade sua vida, trazendo a ele muitos sentimentos estranhos. Ela o ajudará na batalh...