Três

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Ao ver a humana, Miella não pode deixar de elevar suas mãos ao rosto, espantada. Achou a humana muito diferente, de certa forma bela, mas ainda tinha medo.

— A humana é tão semelhante e diferente de nós ao mesmo tempo! - Miella estava impressionada. — Meu irmão, te ajudarei com ela, mas agora é bom escondê-la, pois certamente logo o curador e o responsável da guarda estarão aqui.

Belrod assente e chama Valentina para dentro da cabana. Assustada, a humana não sabia se podia confiar naquele charmoso elfo, mas estava com frio e fome, suficientes para fazer o que ele ordenava.

Dentro da cabana, Valentina ficou maravilhada com a beleza e com a simplicidade do lugar. Era muito mais simples do que qualquer coisa que já viu na Terra e ao mesmo tempo muito aconchegante.

— Deixar-te-ei em meu dormitório. Não mexa em nada e não faça barulho. Se pegarem-nos, certamente seremos punidos. Compreende? — Miella ordena e a humana assente, quieta.

Valentina sentia-se excessivamente cansada e foi deixada em uma parte da cabana com uma cama, logo viu-se sentada na mesma, encostando-se na parede, fechou os olhos e descansou.

Algum tempo passou-se e quando os irmãos elfos regressaram ao dormitório, encontraram a humana dormindo profundamente, ainda sentada na cama e transmitia paz. Embora sentissem medo, era incrível a forma como queriam acreditar que a humana era boa e não faria mal.

A noite logo alcançou Blueoaken e Belrod recuperava-se de seu ferimento graças ao remédio feito do fruto da Grande Árvore. O guardião e sua irmã conversavam, mas foram interrompidos por um ruído vindo do dormitório onde a humana descansava. Correram até lá para ver o que acontecia.

Ao adentrar no dormitório, encontraram a humana caída no chão, um pouco desorientada e assim que os viu, pareceu lembrar-se dos acontecimentos anteriores.

— O que lhe aconteceu Valentina? — Belrod perguntou preocupado com a frágil humana, que levantava-se do chão.

— Estava dormindo e acabei assustando-me com um sonho. — Valentina enrubesce e deixa os dois elfos curiosos, observando-a atentamente.

— Olhe a coloração da pele dela, é tão diferente do alvo de nosso povo... — Miella comenta e seu irmão concorda. — É tão bela e distinta...

— Estão a deixar-me envergonhada... — Valentina pronuncia timidamente.

— Perdoe-nos. — foi à vez de Belrod falar — Mas você tem uma beleza exótica aos nossos olhos. É impossível não admirar-te.

Novamente Valentina sentiu seu rosto esquentar, e a humana sabia que estava novamente corada, pois os irmãos aparentavam estar hipnotizados por seu rosto.

— Humana, tenho planos. Meu irmão contou-me sobre seu objeto estranho e te ajudaremos, pois Belrod falou-me também o quão corajosa você foi e o ajudou com os Vermelhos Sombrios. Abrigar-te-ei em nossa cabana enquanto você arruma seu objeto para voltar a Terra.

Valentina sentiu-se grata, mas um sentimento de tristeza abalou-a por pensar que teria de deixar aquele lugar encantado e voltar a Terra, que estava sendo destruída por seus próprios habitantes.

— Algo abala-te em nosso plano? — Belrod questiona, olhando para a humana e também para sua irmã, que era muito parecida com ele.

— Não, não é nada. Apenas temo por estarem ajudando-me. — Valentina respondeu.

— Não preocupe-se conosco. Você ficará o tempo todo escondida. Não seremos descobertos. — Afirmou Miella e parecia segura de suas palavras.

A Batalha de BelrodOnde histórias criam vida. Descubra agora