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No dia seguinte acordei cedo, tomei um banho rápido e liguei meus dados móveis. Não, eu não havia mandado mensagem para ele ainda, até por que, o que eu iria dizer?

"Oi, é a garota que ficou te encarando no trem."

Definitivamente não!

Peguei minha bolsa e corri para não me atrasar. Antes, enviei uma mensagem para o garoto.

"Oi, aqui é a Ana... Você é o Breno, né?"

Assim que enviei a mensagem desliguei os dados, mas já era tarde demais.

Droga de Whatsapp.

Chueguei na casa da Lívia e ela ainda estava tomando banho.

- Droga Lívia. - gritei, batendo na porta do banheiro. - Vamos nos atrasar!

Pude ouvir sua risada abafada e logo ela saiu do banheiro, já vestida.

- Só deixa eu fazer minha marmita e nós vamos. - ela disse, mandando um beijinho no ar.

Um fato sobre a Lívia: ELA SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE SE ATRASA. Claro que eu já estou acostumada, ela é praticamente uma filha para mim. Levando em consideração que sou quase quinze centímetros mais alta que ela, e que amo aconselhar ela em sua vida amorosa virtual, é quase uma filha, sim.

Ela piscou seus grandes olhos castanhos para mim e eu ri. Tive sorte de a conhecer, sim. Muita sorte.

Chegamos na estação e fiquei olhando para os lados. Que bobagem minha, achar que ele estaria ali.

Só tive coragem de ligar os dados do celular quando faltava uma estação para eu descer, chegaram algumas mensagens, mas quando vi a mensagem dele chegando meu coração faltou pular pra fora da boca.

Ah como eu sou boba.

Abri a mensagem e ele só havia respondido:

"Ah, oi, sou eu sim."

E agora? Como drogas eu continuo essa conversa?

Enviei:

"Gostei da pulseira."

Soprei um cacho do rosto. Sou mesmo um belo dessastre.

Aliás, belo não sei bem. Tenho 1,74 de altura, não sou magra, mas me acho bonita. Pelo menos, é o que dizem.

Lívia riu da minha cara enquanto eu contava que havia elogiado a pulseira do garoto - SIM, A PULSEIRA - e corremos o caminho da estação até o curso.

Por conta das proezas de Lívia, chegamos atrasadas, enfiamos a marmita goela abaixo e corremos para a sala. O professor nos fitou com aquele ar de "vocês estão atrasadas!" - como se eu já não soubesse - e continuou explicando sua materia enquanto eu sentava na cadeira ao lado de Dean.

- Tá atrasada. - ele riu, me dando um beijo no rosto.

- Jura? Nem notei. - revirei os olhos enquanto tirava o caderno da mochila e abria na minha frente.

Não vi o tempo passar, quando dei por mim, já era hora de ir embora. O dia havia passado tão rápido que me senti atordoada. O que estava acontecendo comigo?

Um Romance Nada ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora