Prólogo

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Ser uma jovem cristã no século 21 não é algo fácil.
Andar na contramão do mundo, apartar-se da multidão, sair da zona de conforto, fazer a diferença.
Ser corajosa quando todos tem medo, louvar a Deus quando tudo esta dando errado, confiar quando tudo diz que não há mais chances.

Esse era o meu maior desafio. Mas ainda assim, levava a minha vida normalmente. Frenquentava a igreja, orava, lia a bíblia, e quando a vergonha não me assolava, falava de Jesus.
Mas eu sabia que não estava agradando a Deus. Porém, não tinha ideia do que fazer, não sabia como tirar a timidez, o medo, a vergonha e a covardia de mim.

A Palavra é clara quando diz que os tímidos não herdarão o reino dos céus, sim, eu sabia disso, mas ainda assim, nada mudava.
Eu procurava ser sincera com Deus, pedia ajuda, mas até então, nada havia acontecido.

Para muitos, eu era um exemplo, era alegre, tinha Jesus, era feliz. Mas estava longe disso. E claro que me alegrava com a Presença de Deus, mas eu não era perfeita, como muitos pensavam.

Muitas vezes, em vez de ser instrumento nas mãos de Deus, acabava deixando o medo me dominar, e ficava presa. Presa espiritualmente.
A Palavra de Deus também diz que, onde o Espírito de Deus está, aí há liberdade. Mas eu não me sentia nem um pouco livre.

Era uma manhã de segunda-feira. Levantei-me às seis horas da manhã, ansiosa para meu primeiro dia na faculdade.
Fiz minha oração, e entreguei a Deus o meu dia.
Prendi meus cabelos loiros em um rabo de cavalo bem apertado, e arrumei-me, ficando pronta uma hora antes do horário de aulas.

— Bom dia, filha! Como se sente, indo para a faculdade? — Minha mãe se pronuncia, ao encontrar-me na sala.

— Eu confesso, estou bem ansiosa. — sorrio, sem mostrar os dentes.

— Já deu tudo certo, filha! Fico tão orgulhoso de você... — meu pai também aparece à minha frente. — Mas, deixar de comer não vai fazer a ansiedade passar. Vamos tomar café! — ambos vão para a cozinha, me incentivando a acompanhá-los.

— Não estou com fome. — permaneço sentada no sofá, esperando os minutos passarem.

— O que? Você, sem fome? — Rio de seu comentário.

— Estou um pouco enjoada. Deve ser o nervosismo.

— Entendo, mas você precisa se alimentar, filha.

Sob insistência de meus pais, vou para a cozinha e faço um café reforçado.

Faltando alguns minutos para dar o horário de ir para a faculdade, começo a me sentir muito mal.
Corro para o banheiro e coloco para fora todo o meu café da manhã.

— Filha, você está bem? — Vislumbro a figura de meus pais na porta do banheiro.

— Estou sim, como eu disse, deve ser o nervosismo.

— Você está me deixando preocupada. — Mamãe me lança um olhar de preocupação.

— Não precisa se preocupar. Eu estou bem. — Forço um sorriso.

Depois de escovar os dentes e me despedir deles, vou para o ponto de ônibus próximo à minha casa.
Em alguns instantes o ônibus chega e me acomodo em um dos bancos.
A faculdade era um pouco longe, e por isso não poderia mais ir caminhando, como fazia para ir para a escola.

Eu estava cursando Arquitetura. Sempre foi meu sonho fazer essa faculdade, e agradecia a Deus por ter encontrado na minha cidade.

Ao descer do ônibus, sinto uma forte tontura. Decido ignorar.

As aulas na faculdade correram normalmente. Na saída, encontrei alguns ex-colegas - a maioria não gostava de mim, embora nunca tivesse feito nada de mal - e também alguns irmãos da igreja que estudavam ali, dentre eles estavam meus amigos Dalila e Emanuel, que eram os jovens que mais tinha afinidade na igreja, apesar de nunca termos levado nossa amizade para fora do Templo.
Talvez essa fosse uma oportunidade de fazer grandes amigos, não apenas de um culto.
Pérola estudava em outra faculdade, mas ela era minha única melhor amiga, de infância e agora também da igreja.

— Luana, você parece bem cansada. — comentou Dalila.

— E estou mesmo. Acordei muito antes do horário de aulas, e a manhã foi bem cansativa. — disse esfregando os olhos, na tentativa de espantar todo aquele cansaço. — E como foram as suas aulas? — engatamos em um assunto animado enquanto caminhavamos até o ponto de ônibus.

Com o passar dos dias, me acostumei com a nova rotina. E também neste tempo, estive muito mais cansada e enjoada - que julguei ser por causa das aulas cansativas na faculdade - e alguns hematomas apareceram por todo o meu corpo.

— Filha, você precisa ir ao médico. — alertou minha mãe, preocupada. Noite passada havia tido frebe alta e passei muito mal.

— Deve ser apenas uma gripe, mãe. Fica tranquila.

Mas ela insistiu, e acabei cedendo.

Quando rebebi a notícia, vi meu mundo desabar.

— Eu não posso ter câncer! — disse, em um fiapo de voz, sentindo as lágrimas rolarem.

"Jesus virou, viu a mulher e disse:  — Coragem, minha filha! Você sarou porque teve fé. E naquele momento a mulher ficou curada."
Mateus 9:22

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