5 - parte 2

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Quando saí da faculdade, Olavo me arrastou para dentro do Doblo.

— O Wallace está esperando você chegar para te levar no seu novo emprego. Vamos logo senão ele chega atrasado na faculdade.

— Por que ele mesmo não veio me buscar? Poupava-nos tempo.

Olavo me encarou enquanto eu entrava no carro.

— Gata, você sabe que ele não anda com carona na moto.

— Mas ele me trouxe para casa de moto no carnaval.

Meus três amigos me encararam, comecei a me sentir constrangida.

— Vocês sabem, no dia em que eu bebi demais e acabei beijando... vocês sabem.

Olavo e Pitt pareciam espantados, mas a expressão de Willian demonstrava raiva. Eles não falaram mais nada e resolvi mudar de assunto. Mas o clima foi tenso até a casa deles, onde Wallace assumiu o volante e saiu dirigindo feito um louco.

Chegamos a uma barraca famosa em Porto Seguro, Ponto de Encontro, já tinha ouvido falar muito dela, era um point nacionalmente conhecido, onde muitos artistas se apresentavam e sempre tinha os luaus no meio da semana, com bebida à vontade. Wallace praticamente me arrastou pela mão até uma mulher baixinha de cabelo cacheado.

— Rosie, essa é a Jules, a garota de quem te falei.

— Olá — falei estendendo a minha mão.

Ela pegou minha mão, me olhando de cima a baixo, por fim, perguntou:

— Você é maior de idade?

Ouvi Wallace conter uma risada enquanto eu explicava à desconfiada dona da barraca que era pequena, porém velha.

— Então Jules, aqui você precisa servir as mesas, comidas e bebidas. Limpar as mesas quando os clientes a desocupam e, de vez em quando, assumir o caixa. Os luaus não estão incluídos no seu salário, quando você puder trabalhar neles recebe hora extra. Você tem hora de pegar serviço, mas não tem hora para deixar, claro que cada minuto de trabalho a mais será pago como hora extra e preciso que comece agora. Tudo bem para você?

Assenti entusiasmada. Finalmente tinha um emprego, não ia precisar voltar para a casa da minha mãe. Sorri para Wallace que apertou a minha mão enquanto Rosie chamava alguém para me ensinar o que teria que fazer. Logo, apareceu um rapaz alto, cabelo preto espetado, pele morena e um sorriso enorme. Ele também me olhou de cima a baixo e comentou com Wallace:

— Porra! Depois dessa você merece até um aumento, Wallace! Vai ser muito melhor trabalhar com essa vista — falou ele olhando para o meu decote.

Wallace fechou a cara, mas quando ia falar alguma coisa, o moreno estendeu a mão para mim.

— Eu sou Pedro, vou te ajudar com tudo o que você quiser saber por aqui. E quando eu digo TUDO, quero dizer TUDO mesmo! Qualquer coisa.

Não consegui conter um sorriso e Wallace logo tirou minha mão da mão de Pedro, reclamando com Rosie que ele precisava ter mais modos.

Pedro me explicou durante o dia todo o que eu tinha que fazer, tive um pouco de dificuldade em carregar os copos de bebida no começo, mas ele sempre estava ali por perto para me ajudar. Até quando derrubei o copo num cliente, ele apareceu rapidamente pedindo desculpas por mim e oferecendo as bebidas da mesa inteira por conta da casa. E foi assim que descobri que ela era filho da Rosie.

Cheguei em casa morta, mas feliz e fui preparar uma surpresa para Wallace. Eu já havia comprado todos os ingredientes que precisaria para fazer meu famoso macarrão de panela, lembrando que é a única coisa decente que sei fazer numa cozinha. Cozinhei o macarrão bem temperado e esperei que ele ficasse na pressão por cinco minutos, então o coloquei num recipiente, coloquei creme de leite, presunto e mozarela em cubinhos, azeitona e um pouco de pimenta. Esperei a mozarela derreter no calor do macarrão, e estava pronto.

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