Sou Valentina Briguenti Maserati tenho dezesseis anos vou fazer dezessete. Uma adolescente comum certo? Não. Posso te dizer isto com a maior certeza desde mundo. Nada em mim é normal. Bom, para começar meu descobrimento. É, você leu direito descobri...
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Oi.
Meu nome é Valentina Briguenti Maserati tenho dezesseis e vou fazer dezessete daqui a quatro meses. Uma das coisas que mais odeio é ficar enclausurada num lugar fechado, e isto piorava dez mil vez mais quanto eu estou dentro de um avião. Odeio voar! Se o ser humano foi feito para voar deveria ter nascido com asas, pensava olhando aflita pela janelinha do avião. A pior coisa além de voar era ter uma pessoa que estava mais em pânico que você sentado ao seu lado.
Olhei desgostosa o rapaz do meu lado que orava pela décima vez.
Meu vou do aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro ate JFK em Nova York tinha sido um pesadelo, pois nunca pensei em ficar tanto tempo enclausurada dentro de uma avião. Mas por viajar a noite e ser de primeira classe, isto é, ficar sozinha sem ninguém do seu lado, amenizou a situação. Nem mesmo as várias horas que tive que aguardar meu próximo vou para Vermont lhe tirou tanto a paciência como agora.
Meu vôo ate Vermont não duraria mais que uma hora e meia, mas ao lado daquele rapaz estava sendo uma eternidade.
Ainda não acreditava que Marcelo me convenceu a estudar nos Estados Unidos, longe dele.
Marcelo era minha única família. O único que conhecia e ficar afastado dele me causava pânico.
Esta na hora de o pássaro deixar seu ninho e ampliar seus horizontes, ele sempre me dizia. Por causa disto estava naquele bendito avião com um lunático religioso do lado. Bufou de raiva.
_ Querem alguma coisa? - os perguntou a aeromoça simpática.
_ Não obrigada. - sorri agradecida.
_ Quando vamos pousar? - quis saber o rapaz com o terço nas mãos.
_ Daqui a dez minutos. - respondeu ela compreensiva.
_ Graças a Deus. - murmurei para mim mesma.
Olhei pela janela novamente e respirei fundo.
_ O que será que me espera aqui?
Mesmo não querendo me lembrei do sonho que tive dias atrás. Me vi num cemitério cheios de lápides com nomes que não conhecia e tinha uma mulher toda de branco que flutuava entre elas. Ela parecia feliz dançando num lugar tão triste. Mas quando vi seus olhos senti minha alma gelar, não tinha olhos, em seu lugar havia a escuridão. Eram tão negros seus olhos que eu corri apavorada! Senti meu coração disparar e quando pensei que tinha fugido ela segurou meu braço e eu acordei ensopada de suor e com a respiração entrecortada.
