studio • larry

chapter six

Acordei com o barulho irritante do despertador.

Uma semana havia se passado depois do dia em que eu assinei meu contrato.

As coisas estavam uma correria depois daquilo, eu passava a maior parte do meu tempo no estúdio, ajeitando tudo, aprendendo letras de músicas e ainda tentando decidir qual seria meu primeiro single.

Harry queria arranjar uma parceria com Ed Sheeran ou Zedd pro meu primeiro single, porém ainda não tínhamos nenhuma música exata.

Eu também estava usando meu pouco tempo livre pra tentar escrever alguma composição, eu não queria ser aquele artista que vive das músicas de outras pessoas, nada contra, mas eu prefiro me expressar totalmente.

Harry tinha chamado um dos seus melhores amigos, Liam Payne pra me ajudar com ritmos e com a produção das minhas músicas, quando tudo estivesse pronto e a música fosse lançada, eu e o outro cantor iríamos lançar a música na Radio One e torcer pra tudo dar certo.

Harry... Ah Harry...

A cada dia que eu passo perto dele, eu me encanto um pouco mais. Harry é... Incrível, apaixonante. Ele não é só lindo por fora, mas por dentro também e eu sei que é clichê dizer isso, mas é verdade. Ele é tão bom, tão angelical, eu nem sabia que existia pessoas como ele nesse mundo horrível que vivemos atualmente.

Eu tentava evitar ficar perto dele, mas eu não conseguia. Não quando ele me chamava pra almoçar todos os dias e ficávamos conversando por horas sobre diversas coisas. Não podia evitar quando ele se oferecia pra me levar até meu novo apartamento - conto sobre isso depois - e acabavamos parando em algum drive thru do McDonalds e ficando horas dentro do carro fazendo absolutamente nada além de ouvir um ao outro.

Eu tinha consciência de que não tinha seta de retorno na estrada que eu estava pegando, mas talvez eu não quisesse retornar.

Eu sabia que aquilo podia ser um problema, eu sabia que não podia me apaixonar por Harry, de jeito nenhum. Eu era um novo cantor prestes a ser lançado na mídia, ele poderia achar que eu estava o usando de alguma forma e eu nunca quero dar motivos pra que ele pense algo assim de mim.

Eu precisava me afastar, deixar as coisas o mais profissional possível, sei disso, mas eu não conseguia - e secretamente, também não queria.

Pode me chamar de masoquista, mas eu sempre prefiro ficar perto da pessoa que eu gosto, mesmo sofrendo, do que me afastar.

Há algum tempo atrás, eu li uma frase na internet. "Sofrer é um vício". E isso é verdade, eu sabia que me aproximar demais de Harry ia me machucar, sempre fui fraco demais pra me apaixonar.

Eu sempre acabava quebrando a cara, nunca era correspondido, eu sempre jurava que ia desistir do amor e focar em outras coisas, porém era só um garoto bonito sorrir pra mim e lá estava eu, como o bom otário que eu sou.

Com Harry não foi diferente e o fato dele ser incrivelmente espetacular não ajuda em nada.

Eu sei que estou soando ingrato, afinal eu estava finalmente conseguindo tudo que eu sonhei, mas por que eu sempre preciso abrir mão de algo pra ganhar outra coisa? Por que não posso ser feliz com as duas coisas?

Ah, eu odeio esses meus dias de crise existencial e amorosa.

Me levantei bufando, odiava acordar cedo. Stan e eu nos mudamos no dia seguinte após o contrato ser fechado para um apartamento perto do estúdio, ele não era totalmente luxuoso, mas era mil vezes melhor que o nosso antigo, pelo menos nesse eu tinha uma cama.

Tomei um banho rápido e me troquei, colocando roupas simples como um moletom e uma calça jeans, Los Angeles não era tão fria como o Reino Unido.