Capítulo 27 - Porque estou com saudades (parte 2)

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VOLTEI!

Não disse que iria postar o próximo ainda essa semana?

Enfim, hoje só quero dizer que morri lendo o desespero de vocês por causa do spoilerzinho que postei ontem. Nem foi nada demais, né gente? Exagero de vocês :P

E, bem, aproveitem o capítulo. 

-x-x-x-x-x-

Trinta minutos depois, três casais já haviam sido sorteados e, mesmo contra suas vontades, foram trancados nos quartos e banheiros da casa. Toda vez que a garrafa para de girar e eu não sou a escolhida, meus ombros relaxam em alívio. Não é exatamente meu sonho ficar trancada em um lugar escuro com algum desconhecido que tem bafo de cerveja.

No entanto, eu pareço a única a estar preocupada com isso, porque todos estão rindo e se divertindo. Até mesmo Noah, que está sentado em minha frente, dá gargalhadas quando a garrafa escolhe suas novas vítimas. E acho que não é preciso dizer que Olga bate palmas com empolgação e solta gritinhos agudos, que entram em meus ouvidos feito agulhas.

– Se eu e aquele loirinho formos sorteados, vou fazer um estrago dentro daquele quarto – ela sussurra com um sorriso maligno nos lábios.

Meus olhos se arregalam.

– E Sebastian?

– Aquele idiota não me merece.

Eu ergo uma sobrancelha e ela mantém a expressão dura.

– E por isso você vai se jogar em cima de outro cara?

Ela franze a testa e me olha com se eu fosse a pessoa mais burra do planeta.

– Óbvio – responde, olhando fixamente para o garoto loiro que não conheço. – Mamãe vai te deixar em pedaços. Rawr.

Agradeço mentalmente que a música está alta e ninguém pode nos ouvir. O último casal que havia sido sorteado abre a porta do banheiro e ambos saem de mãos dadas. O batom da garota está absurdamente borrado, e imagino que a boca vermelha do cara alto tenha alguma coisa a ver com isso. Como se não bastasse, ela carrega os saltos e a meia calça na mão. Todos da roda batem palmas, com exceção de Noah e eu. Eu não aplaudo esse show de piriguetagem porque estou um pouco chocada, e Noah não o faz porque está ocupado demais me observando com um sorriso no rosto.

– Quem vai girar agora? – Luiza ergue a garrafa.

Há um silêncio repentino entre todos nós, que é quebrado por uma voz profunda que eu conhecia muito bem:

– Eu – Noah declara, sem tirar os olhos de mim e nem desfazer o sorriso de seus lábios.

Meu coração começa a bater mais rápido, e me pergunto se não seria interessante procurar um cardiologista assim que sair daqui. Eu devo ter algum tipo de taquicardia crônica. Por isso culpo Noah. Enquanto ele segura a garrafa, preparando-se para girá-la, uma onda de pensamentos negativos toma conta de mim, do tipo que me faz ter dor no estômago só de pensar que ele passará sete minutos em um lugar escuro com alguém que pode não ser eu. Bem na minha frente, pelo menos três garotas o examinam como quem olha para um pedaço de carne, e não é preciso ter o poder de ler mentes para saber o que se passa em suas cabeças. Agora faz sentido o porquê de ele estar animado para jogar.

– Por favor, garrafinha, não aponte para mim – Olga murmura, aparentando estar quase mais nervosa que eu. – Não fiz nada pra merecer ficar perto desse traste por tanto tempo seguido.

Quando você foi emboraOnde histórias criam vida. Descubra agora