Capítulo 1 - Memórias Infernais Pt II

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5 De Fevereiro, 1998, o dia após aquele.

- Will Acorde!!

Acordo com minha mãe chamando meu nome para eu ir à escola, e assim que percebe que a porta está trancada, grita:

- Will porque você trancou essa porra da porta?! Se não abrir logo irei arrombar ela!

Ainda meio sonolento pois havia acabado de acordar, fui rapidamente pegar a chave, percebi que Lyana havia acordado com os gritos de minha mãe, e estava assustada, então pedi num tom baixo para ela voltar à dormir e não se preocupar. Então respondi a minha mãe:

- Espera mamãe já estou indo abrir a porta!

Então abri a porta e rapidamente pedi desculpas à ela, então ela agarrou em meus ombros com força e me levou à outro canto, para que Lyana não escutasse, me deu um tapa super forte na cara, e falou num tom ameaçador e baixo em meu ouvido:

- Se você trancar esta porta mais uma vez, Você não imagina o que irá acontecer com Lyana...

Então repondi tristemente:

- Me desculpa mamãe, Não farei isso novamente...

Depois disso, fui ao quarto pegar minhas roupas para tomar banho, então fui, e demorei mais que o normal pois estava em estado de choque e desespero, com muito medo que ela fizesse algo a minha irmã, fiquei pensando naquilo e logo após desliguei e fui tomar meu café da manhã...

Após isso, fui à escola, sem despedir de minha mãe pois ela havia voltado a dormir, e também estava magoado profundamente com ela, não imaginava que ela fosse fazer essas coisas comigo.

Na escola, a mesma coisa de sempre, fui deixado de lado, então fiquei pensando em alguma solução, alguma forma de escapar, mas não tinha quem cuidar da gente, e se fugíssemos, iriam nos encontrar rapidamente, duas crianças sem aonde ir...

Então quando voltei a esse mundo, após pensar profundamente, cheguei ao tédio e a tristeza profunda, ver aquelas crianças brincando e brincando, zombando de mim por trás e também na cara dura, me deu ódio, me segurei para não fazer nada então assim que acabou voltei pra casa.

Assim que cheguei no portão e chamei minha mãe, a mesma coisa aconteceu, só que dessa vez pior ainda, minha mãe e minha tia, me amarraram e começaram a abusar de mim, e a me bater também, naquele momento só senti desespero e muita dor, aquilo abalou meu psicológico profundamente...

Após aquilo, elas comentaram algo relacionado a meu pai e a mim, porém não escutei direito, pois havia abelhas cantando em meus ouvidos e não escutava mais nada nas próximas horas, deitei em minha cama e chorei muito, de ódio, de tristeza e senti nojo de mim mesmo.

Quando Lyana chegou, pela primeira vez, não tive forças para conversar e dar atenção à ela, fingi que estava dormindo até começar a dormir de verdade.

A partir daquilo, me tornei uma criança totalmente sem cor ou alegria, não conseguia rir mais pra Lyana, mas mesmo assim ela pelo menos amenizava minha dor, e minha mãe e tia? Ah, elas continuaram a abusar de mim, e a me bater direto.

2 anos e meio haviam se passado.

Lyana percebeu que eu estava triste então fazia de tudo pra me animar, as vezes ia dormir comigo a noite pois acordava assustada com pesadelos, ironicamente os pesadelos dela eram sempre com minha mãe ou minha tia, e as vezes ia dormir comigo simplesmente porque achava que isso iria me animar ou tirar um pouco da minha sensação de vazio.

Ela era a única pessoa em que eu ainda tinha sentimentos, várias vezes abraçava ela e começava a chorar, e ela sempre me perguntava o motivo, mas não falava nada e continuava abraçado com ela.

Havia deixado de resistir à aqueles dois demônios, deixei com que fizessem o que quisessem comigo, não havia mais forças pra lutar, e nem à quem pedir ajuda.

Às vezes tentava falar com algum vizinho, mas minha mãe era muito manipuladora e conseguia convencer facilmente eles, e já estava dizendo à meus vizinhos que eu era louco, o pior é que eles acreditavam nela, mesmo quando mostrava minhas feridas.

E na escola? Foi a pior coisa, tentei pedir ajuda à uma garota, e ela falou tão confiante que iria me ajudar, então dois dias depois de ter falado, a escola inteira começou a zombar da minha pessoa com aquilo.

Os professores viam, e achavam que era brincadeira de criança, e estavam muito ocupados com eles mesmos, estava rodeado de pessoas egoístas e alienadas, adultos e crianças, ninguém notava meu sofrimento.

Chorava todos os dias sozinho, e com Lyana às vezes, deixei de resistir pois não queria que elas fizessem a mesma coisa com minha irmã.

Então naquele dia, uma luz piscou e por fim acendeu no fundo da minha alma e da minha mente, minhas esperanças retornaram, e finalmente surgiu uma idéia, um plano, que poderia salvar eu e Lyana daquele inferno e mudar completamente nossas vidas...

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Expressão 1: "Pois havia abelhas cantando em meus ouvidos" Uma expressão, quando a pessoa está prestes a desmaiar, ou se machuca muito, dá algum impacto forte com alguma parte do corpo, e fica com aquele zum zum no ouvido sem ela escutar nada além disso, uma expressão que seria usada por uma criança de 7 anos.

Expressão 2: "Dois demônios" Claramente Will se referindo a sua mãe e sua tia.

Expressão 3: "Uma luz piscou e por fim acendeu" Mais uma expressão que seria utilizada por uma criança, típica de desenhos animados.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2016 ⏰

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