Fazendo minhas pesquisas habituais me deparei com essas dicas dadas por João Scortecci que explicam de forma simples e concisa as principais informações e detalhes ao qual devemos nos ater quando pretendemos dar vida a uma história.
Vamos às dicas:
Ser um leitor: Um bom leitor. Um leitor voraz e criterioso. Se o objetivo é um romance concentre-se no gênero. Literatura brasileira e estrangeira, de autores conhecidos ou não. Faça buscas em sebos e bibliotecas, e você encontrará escritores que o aguardam. No exercício desta leitura observe com atenção o primeiro parágrafo da obra, como cada escritor começa a sua aventura, o trejeito com que ele trabalha os primeiros diálogos, planta a semente da trama e traça o fio condutor de sua história. É a hora do encantamento.
A entrada em cena de cada personagem - principal ou coadjuvante - precisa receber do autor uma carga inicial de energia. Quando o autor não o faz corretamente corre o risco de perder o seu leitor. Quando um personagem mostra força e carisma, o leitor o adota. O espera revê-lo em breve. Um bom perfil puxa e pede, de direito, o seu espaço na história. É comum em uma trama um personagem secundário - inicialmente criado para dar liga à história - ganhar fôlego e espaço, além do tempo planejado no roteiro inicial.
Ter uma boa história é fundamental: concisa, objetiva, clara e única. "uma boa história é aquela que pode ser contada". Ela precisa ter começo, meio e fim. Trabalhe com simplicidade e objetividade no fio condutor da história. No elo do enigma. Evite a todo custo a ansiedade de querer concluí-la a qualquer preço. Tudo tem o seu tempo. O inverso - exagero e se estender além da conta - também não é recomendado. O ponto final deve ser "cometido" com precisão cirúrgica. Não existe um sino que toca ou um alarme que pisca nos avisando do fim. Ponto é ponto.
Elaborar um roteiro. Inicialmente simples e pontual.(Caso necessário revise a dica 06 e 09 deste guia). A escolha do número de personagens (não exagere) e seus respectivos nomes é tarefa delicada. Alguns nomes têm mais força do que outros e carregam "heranças" que podem influenciar no enredo. Recomendo pesquisar primeiro na Internet o significado e a origem de cada nome. Evite nomes marcados e associados a escândalos e tragédias.
Use fontes confiáveis. Datas, lugares e costumes são "sinais" que devem ser observados e conferidos com atenção. O estrangeirismo é um abismo e costuma causar estragos em uma boa história.
Concluído o roteiro de sua obra, monte o que chamamos de Rede de Intrigas: amor, ódio, morte, casamento, assassinato, inveja, infidelidade, poder, ganância, ambição, gula, raiva e medo são ingredientes apimentados que devem ser considerados na elaboração de uma boa rede de intrigas. Prender a atenção do leitor e mantê-lo "ligado" é uma missão - quase - impossível. O leitor às vezes se torna preguiçoso, sonolento e voa para longe...Um leitor "voador" costuma não voltar inteiro.
Evite chavões e plágios. Você até pode "babar" de leve uma passagem ou uma frase de efeito de um clássico. A tentação existe - não se envergonhe disso, e mente quem diz que não. O ditado diz: "Desejar até que pode um pouquinho. Pecar jamais". Alguns parágrafos são perfeitos e a inveja literária costuma tirar o sono de muitos. Alguns títulos são eternos e maravilhosos. Valem o livro.
Quem não gostaria de ter escrito: Cem Anos de Solidão; Orgulho e Preconceito; Capitães da Areia, A Menina que Roubava Livros, Ciranda de Pedras ou até mesmo a saga Crepúsculo.
Faça a opção por capítulos. Escolher ou não um título para cada capítulo não é obrigatório. Alguns autores usam números, outros não usam nada. Apenas um espaço em branco de dois terços da página impressa. O que pesa positivamente é ganhar uma pausa. Um respiro. Trabalhar por capítulos é uma mão-na-roda. Havendo um desequilíbrio no texto - isso é comum acontecer - o leitor acaba não percebendo o furo. Lembre-se: é no final de cada capítulo que o leitor toma a decisão de avançar ou não - dando-lhe crédito - ou desistindo, abandonando definitivamente sua história.
Nunca, em hipótese alguma, por favor, diga ao final de sua história "DESCULPEM OS ERROS", o interessante é que eles não existam, e caso haja falhas – o que é muito comum ver até mesmo em livros físicos - procure auxílio de um beta amigo ou um revisor crítico.
Depois de finalizado é importante você saber que o seu livro ainda não está pronto. Ler e reler exaustivamente sua própria obra, ajuda a criar no autor quase um suicídio literário mas isso é bom. É hora então de procurar ajuda profissional. Independentemente de uma auto publicação ou edição comercial, uma obra precisa de revisões.
Escolhendo um título. Um parto para muitos. Para os que não encontram de saída um título "incrível", costuma bater desespero. O medo de batizá-lo com um título "ridículo e pobre", tira o sono de muitos. Recomendo escolher - quando possível - também um subtítulo para a obra. Não existe um título perfeito e sim o melhor título possível entre dois ou três previamente escolhidos.
Isso necessariamente não precisa ser feito após sua obra estar concluída, uma vez que, no meu caso, o título nasce após os primeiros capítulos e com outros mais abençoados, antes mesmo das primeiras linhas.
Última dica. Terrível mas, não menos importante: Bloqueio não é nenhum pecado mortal. Muitos o têm por infinitas razões, motivos e desculpas. Basta faltar na "receita" um elemento que considere fundamental como por exemplo: criatividade que a gororoba desanda. Dar um tempinho para arejar, fazer uma social com os amigos ou assistir a um bom filme, não é errado e pelo contrário faz bem a sua saúde mental. Esclarecer as idéias pode ser a descoberta da caixa de pandora em sua vida literária.
Então é isso pessoal, espero que as dicas tenham sido úteis e como João mesmo cita ainda nesse trabalho "O melhor livro pode ainda não ter sido escrito, quem sabe será o meu ou o seu"!
Que espalhemos sonhos, desejos e paixões através de nossas palavras.
Beijos e até a próxima :D
Dica por Janah Silva - Autora de " É Tempo de Amor" Janahlvs
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CDE - Dicas Para Leitores e Escritores
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