Acordo com um ruído enorme da porta a abrir e levanto me meia atordoada.
- Tenha calma, só viemos dar a medicação.
- Desculpe. - Calço as minhas sandálias e arranjo o cabelo com as mãos.
- Ela passou a noite bem?
- Sim passou, estava exausta e adormeceu num instante. O Harry está melhor? - Ao dizer o nome dele o meu coração contraiu.
- Penso que sim, conhece-o?
Assinto com a cabeça mas não digo mais nada, ela diz-me o número do quarto.
- Mamã, posso ir dar uma volta contigo?
- Claro que sim meu amor.
A Marie por agora só podia andar se fosse na cadeira, ela estava muito fraquinha. Decidi ir buscar a cadeira e peguei nela pondo-a lá. Já conhecia o hospital de olhos fechados ou como a palma da minha mãe.
- De quem estavas a falar?
- Daquele rapaz que está no hospital que te falei ontem. - Andamos pelos corredores quando uma enfermeira nos encontrou pelo caminho e levou-a à psicóloga. Como não podia entrar com ela decidi ir vê-lo, não sei se me sentia preparada para o fazer mas tinha de o fazer porque no fundo eu e ele temos uma filha que ele decidiu desprezar.
Bato a porta e do outro lado ouço um " Entre" e assim o fiz.
- Olá... Lembras-te de mim? - Olho-o e ele encontrava se sentado no cadeirão com um pijama azul escuro e com uma guitarra na mão.
- Katherine? O que estás aqui a fazer? Como me encontras-te?
- Ontem fui eu que te vim trazer aqui.
Devia ter ódio por ele, sei que odiar alguém é muito forte mas por tudo o que ele me fez e me desejou aqui estou eu no quarto dele a perguntar como ele está.
- E então queres que te agradeça é? Agora és médica... Ao menos fazes algo da vida.
- A minha filha está no hospital e a enfermeira pediu-me mas a sério nem sei porque estou aqui, continuas e irás continuar o mesmo estúpido de sempre. - Saiu do quarto dele com lágrimas nos olhos e vou a correr para o quarto da Marie chocando com algumas pessoas e pedindo um " Desculpe " baixo.
Não acredito que durante este tempo ele não mudou nada, ele não merece a preocupação de ninguém e eu ainda quero que ele saiba que tem uma filha. Para quê? Ela é a cara dele chapadinha mas aposto que ele ainda iria ter a lata de me chamar mentirosa. Só preciso da Marie boa e a correr pelo parque a brincar.
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Um grande amor ||
RomanceKatherine viveu 18 anos da sua vida num colégio onde nunca foi feliz. Secalhar até foi feliz num certo período de tempo mas tudo isso passou. Agora com uma menina cheia de problemas e sem ninguém para a ajudar com as despesas como é que irá sobrev...