Prólogo

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Me vi dentre uma densa floresta, o medo pairava sobre mim, eu queria fazer algo, mas, conseguia apenas correr, num desespero não muito comum, estava sendo seguida, e o pior não sabia por quem ou o que. Cercada por árvores de todos os lados e iluminada apenas pela luz da lua, a aflição me consumia ainda mais. Minhas pernas estavam bambas, e minha garganta seca, queria gritar, pedir ajuda, mas minha voz estava escassa, não tinha domínio sobre ela. Meus pés ardiam ao pisar em pedras e galhos do caminho, o barulho repetitivo dos pernilongos e dos sapos, eram irritantemente chatos, o lugar era completamente sombrio e me fazia temer, me sentia num filme de terror, perseguida por algo do além. Cada passo que eu dava, sentia como se aquela coisa estivesse mais próxima, minhas pernas já estavam cansadas e meu corpo exausto. Após correr por longos e dolorosos minutos num caminho infernal e triste, meu caminho é interrompido por duas estradas, tenho que escolher um dos dois caminhos, não sei qual, a aflição toma conta do meu raciocínio, minhas pernas paralisam assim como meus pensamentos, um vento forte e assustador passa por mim e faz meus cabelos longos junto com meu vestido voarem feito penas ao vento, um frio toma conta de mim, quando ouço passos secos vindo em minha direção, tento virar-me para olhar, em vão, meu corpo não obedece aos meus comandos, meu impulso de gritar novamente é interrompido por um toque no meu ombro, arrepio dos pés a cabeça, estremeço, e nada mais faço, meu corpo foi perdendo os sentidos, e uma escuridão invadiu meu campo de visão, sinto minhas pertas desabarem, desmaio. Acordo na minha cama, droga, foi um sonho, fico aliviada, mas meu coração está a mil, ainda sinto medo, tento me situar, mas de algum motivo sei que aquele sonho foi um tanto quanto real, olho para meus pés, eles estão doloridos, e sujos, como se eu tivesse realmente corrido no meio do mato. Levanto-me, sinto um peso sobre meu ombro, exatamente onde fui tocada no sonho, olho, mas nada vejo, quando que de repente uma voz doce e masculina fala delicadamente no meu ouvido.
-Preciso de você.
Duvido do que ouço, penso ser apenas um pensamento, mas passo o dia inteiro pensando naquela voz, que no fundo do meu coração, sentia já ter ouvido em algum lugar.

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