Capítulo 3

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Se passaram alguns dias, porém nossa heroína não sabe quantos dias passaram, ela só se lembra de ver a noite virando dia, e dia virando noite. Lembra dos barulhos que os animais faziam durante á madruga, o medo que ela sentia de alguma fera da noite mata-la quando dormia. Sentia medo quando os soldados brincavam com ela passando a mão em seu corpo mas antes que algo terrível á acontece-se o príncipe aparecia e todos se aquietavam.

Em uma das noites quando as estrelas pintavam o céu, seus olhos verdes observavam a beleza da escuridão pintada com pontos brilhas em cima de sua cabeça, escultou passos se aproximando.

-As estrelas estão bonitas hoje! –Disse o príncipe se sentando ao seu lado.

-Concordo! Mas nada se compara ao céu da cidade onde eu morava. –Disse a ruiva num tom de saudade.

-Você irá gostar da capital.

-Não sei qual é o motivo de estarem me levando para lá!

-Não precisa saber...

-Claro que preciso! –Disse convicta se virando para encarar aquele homem que foi tão terrível ao arranca-la da sua casa.

-Você irá trabalhar no castelo, sendo uma das minhas servas. Achei sua personalidade forte e queria tê-la como amiga.

A ruiva riu achando graça daquilo. –Amiga? Sério? Você me tirou do meu lar, separou-me da minha família e ainda quer que eu seja sua serva amiga? Poupe-me príncipe mimadinho. Não sou um dos seus súditos que faz o que queres. –Ela virou o rosto para o céu e o contemplou. –Eu tenho um lar e uma família a qual você me tirou. Como seria se você tirasse a lua do céu?

-Não teria mais luz para iluminar a escuridão. –Respondeu a olhando com curiosidade.

-Exato! É assim que você deixou meu lar ao me tirar de lá, deixou com uma eterna escuridão.

Depois daquilo o príncipe nunca mais falou com ela. Até que então lá estavam eles de frente ao portão da Capital.

Eles entram com seus cavalos e são recebidos de braços abertos pelo povo. Chegam no castelo e o príncipe á tira do seu cavalo, levando-a para dentro do castelo e a jogando nas mãos das servas para arruma-la como uma verdadeira serviçal.

Karina olha seu próprio reflexo na prataria da cozinha, analisando seus cabelos ruivos presos num coque com alguns fios rebeldes saindo dele, um vestido preto com bordados brancos que marcavam seu corpo. Ela não se sentia bem naquele traje.

As servas mandam Karina para os aposentos do príncipe e dizem o que ela deve fazer. Ela começa a fazer suas tarefas tranquilamente mas um choro preso em sua garganta a sufocava.

A porta se abre com o príncipe entrando vindo até ela. Ele a segura pelo braço e a arrasta para fora do quarto dele com um certo nervosismo. Ele a leva até a sala do trono.

Quando ela entra com ele, não deixa de observar a grande sala ao seu redor, o qual á deixa surpresa e encantada. O Príncipe á joga no chão de frente ao trono.

A ruiva lembra de quem comanda o seu país, lembra que ela e sua família fugiu durante muito tempo dessa pessoa.

Ela eleva seus olhos e ver a Rainha.

A Rainha era magnífica, seus cabelos negros presos em um penteado alto, usava um vestido negro com detalhes roxos, seus olhos transmitiam maldade, seus dedos mostravam uma pequena fumaça azul de sua mágia, seus lábios eram vermelhos como o sangue, tudo nela era tão belo e ao mesmo tempo tão horroroso.

A Rainha olhava Karina de cima abaixo com seus olhos cruéis e frios, levantado-se de seu trono dando passos firmes na direção da ratinha prebleia em sua frente. Ela pega Karina pelo queixo obrigando que ela se levanta-se.

-Essa é a rata que você trouxe para servir de sua empregada Christopher? –Disse a Rainha num tom frio como o gelo.

-Sim vossa Majestade. Achei ela no vilarejo distante do Reino. –Respondeu o príncipe.

A Rainha sorriu e uma eletricidade passou de seus dedos para a pele de Karina fazendo que ela caísse de joelho gritando. A Rainha riu divertindo-se com aquilo, porém Karina logo se cala e respira ofegante se dobrando para frente, lágrimas de seus olhos caiam sobre suas bochechas e pousando em seu colo, seu corpo todo tremia de dor.

Christopher se aproxima da garota e a levanta com cuidado, a pegando no colo. –Precisava disso mãe? –Christopher falou num tom afiado e de acusação.

-Tudo é preciso quando se trata de defender meu Reino, eu tinha que ter certeza se ela não é uma das crianças as quais deveria morrer. –Ruge a Rainha sentando-se em seu trono. –Agora leve-a e faça o que queres com a ratinha.

Christopher a olhou e virou-se de costas indo para a saída do salão, sentia o corpo da garota tremendo em seus braços, ela parecia tão indefesa e inocente. Nem parecia a garota á qual foi ousada com ele na floresta.

Christopher entrou em seu quarto e colocou Karina deitada na cama, a cobriu com seus lençóis e ficou acariciando seus cabelos tentando acalma-la.

Ele ficou assim com ela durante toda á noite até os dois adormecerem.

Filha do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora