Epílogo

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-Maite, a Íris ta chorando e eu não faço ideia do que fazer - falou meu querido "namorido" com voz agoniada.

Notaram a irônia? Então, porque eu quero matar ele agora.

-Porra Christian, queria tomar um banho em paz, você não presta nem pra cuidar dela por alguns minutos. - Falei me enrolando na toalha com o cabelo cheio de shampoo.

É, tive uma filha.

Eu lembro quando descobri que estava grávida, eu quase pirei! Então antes de contar para o Christian, eu juntei as meninas e contei a elas, em lágrimas, e alguns gritos também, o que estava acontecendo.

A Dulce tentava me acalmar dizendo que era maravilhoso ser mãe, mas aquilo não estava me ajudando muito, do jeito que eu era, provavelmente eu ia matar meu filho acidentalmente.

Blanca sorriu e disse que não precisava de tanto desespero, mas eu estava apavorada.

Então Anahi me obrigou a olhar pra ela, o que ela disse depois fez acender uma luz em mim:

"A minha mãe te daria ótimos conselhos e conhecendo ela como conheço seria capaz de até te adotar, como ela fez com as meninas" - então ela sorriu.

Eu já sabia que era uma ótima ideia, mas eu estava com medo, não sei se era a ideia de ter uma figura materna para me ajudar ou se era ter que cumprir esse papel ao bebê que estava dentro de mim, quando nunca tive um exemplo do que era ser boa mãe.

Mesmo com minhas mãos tremendo fui falar com Marichelo, contei tudo, desde minhas brigas com meus pais, até a chegada de Christian na minha vida. No final revelei que estava grávida e que não sabia o que fazer.

Ela me olhou carinhosamente e passou a mão no meu rosto limpando uma lágrima que caía.

E disse as palavras que eu nunca vou esquecer:

"Você não vê? Essa é a sua chance de ser a mãe que você não teve"

Ela realmente me "adotou", não só a mim como ao Christian também.

E apartir daí eu decidi que seria a melhor mãe do mundo, mas confesso que ta difícil com esse choro e a voz de Christian dizendo: "por favor filha fica quietinha" e "papai vai te dar chocolate se você calar a boca".

Cheguei no quarto da Íris e gargalhei com a cena.

Christian estava ajoelhado de frente com nossa filha com as mãos juntas, implorando pra ela parar, enquanto ela estava vermelha de tanto chorar.

-Ai graças a Deus - ele se jogou no chão aliviado quando ouviu minha risada - não faço ideia do que fazer pra acalmar ela.

Olhei para Íris que estava com o cabelo todo bagunçado, só de calcinha, quando ela me viu parou de chorar, mas ainda tinha o biquinho de choro.

-Mãe, o papai não sabe arrumar meu cabelo e agora ele ta todo bagunçado, eu queria ta linda pro aniversário dos meninos - ela falou meio enrrolado.

Era aniversário dos filhos da Dulce, aqueles lindos, minha filha era louca por eles e eles eram loucos por ela. Eles estavam completando 5 anos, Íris era um ano mais nova.

Respirei fundo e me ajoelhei perto dela pra ficar mais ou menos do seu tamanho.

-Você vai ficar linda, mas agora tem que esperar a mamãe tomar banho ta bom? Você tem que aprender a esperar, nem tudo acontece na hora que você quer - falei em um tom carinhoso, mas firme - mamãe te ama - dei um beijo estalado no rosto dela e levantei ficando de pé de novo. - E vê se faz alguma coisa útil e coloca aquele vestido na sua filha - falei brava para Christian e apontei o vestido rosa em cima da caminha dela.

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