Infância

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Eu sempre rio das mesmas piadas
Do mesmo livro
Do mesmo filme
Do mesmo sonho.

Eu nunca sou a mesma de ontem
Nem de anteontem
Ou da semana passada
Tampouco de um ano atrás.

É quase engraçado
O modo como mudamos sem mudar,
Como, quando caímos, olhamos para trás
Para os amigos antigos
Para as poças de lama
Para os soldados cabeça-de-papel
Para os anjos nos bosques
Para os anéis de vidro (ou de plástico)
Para os chapéus espanhóis
Para as lagartas pintadas
Para os bolos que mamãe fazia
Para os sorrisos despreocupados
Para as horas brincando no sol ou na chuva
Para correr atrás do sonho simples que era a diversão
E nós levantamos para que exista um futuro
Em que as crianças herdem esse espírito.

Eu mudo meu mundo
E o mundo de alguém
Para que o nosso mundo
Seja bom para todos
Cheio de palavras gentis
E pessoas que não esqueceram
Todas as coisas boas da infância.

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