Amo fugir de casa. Apesar de ter quase 21 anos, e ter o prazer de fazer o que eu bem quero, eu gosto de pensar que eu ainda não tenho. A adrenalina fica maior. Eu sei que eles vão sempre ficar no meu pé. Não importa oque eu faça. Pego apenas uma lanterna, o que, eu acredito, ser a única coisa que vou precisar, são apenas sonhos. Aliás, porque eu estou indo para lá?
Desço as escadas com os pés descalços ara que ninguém escute e tente impedir uma adolescente-quase-adulta a ir a uma floresta a noite por causa de uma pesadelo que tem desde a infância. Para minha sorte, meu pai tem sono pesado, e minha irmã é muito pequena e burra para entender alguma coisa.
A floresta não era tão longe da minha casa. Por um motivo que não faz nenhum sentido, meu pai optou por sair de uma casa ótima na Califórnia para morar no meio do nada, com apenas umas três ou quatro casas ao redor da nossa, e ainda acredito que, se achasse um lugar mais afastado, ele iria sem pensar duas vezes. Ele meio que gosta de viver com árvores e plantas ao seu redor. Mas eu, honestamente, odeio.
Chego lá, e logo sinto um frio na espinha. A floresta estava um breu. Não era muito fã do escuro, e meus olhos parecem nunca se acostumarem com a escuridão. Começo a apontar a lanterna para todos os lados, mas por segurança do que por curiosidade. Mas nada que realmente me assustasse além das folhas das árvores que batiam uma a outra, fazendo um barulho bizarro, e as corujas, que eu particularmente amo. É fascinante como elas são belas, e não precisam da claridade para ver o quanto são lindas. Eu sempre acreditei, desde a minha infância, que elas gostam da escuridão porque são tímidas, e não gostam de ser elogiadas. O barulho delas me fizeram relaxar...
Pelo menos pelos primeiros 5 segundos.
Um som enorme veio de algum lugar da floresta, onde eu não consegui saber. Mas era um som alto, como se fosse uma mulher gritando, ou melhor, um berro de desespero, como se tivesse uma faca rasgando seu peito. O grito era meu. Comecei a ficar desesperada, queria saber de onde o grito vinha, mas queria correr ao mesmo tempo.
Paris... Paris... Paris...
Olho para todos os lados, achando que tinha ficado louca, que estava ouvindo coisas.
Paris... Paris... Paris...
E a voz foi sumindo... Minha vista estava ficando turva pelo medo, pelo desespero. Estava ficando hipnotizada com tudo aquilo rodando minha mente.
Paris... Par...
-- Paris! -- senti duas mãos em cada lado de meus ombros, e, como se tivesse voltado a vida, acordo de meu transe e sinto que consigo voltar a respirar.
Olho primeiro para meus ombros e para as mãos que apertava os mesmo, logo depois para o rosto, que conhecia, mesmo não conhecendo, não de verdade. Era ele. Ele era igual como todas as vezes que eu sonhei com ele, mesmo sem querer. Ele não estava com o olhar preocupado, como todas as vezes que eu o vira, ele estava. Ele estava zangado.
-- Como você veio parar aqui? -- pergunto, quase num sussurro.
-- Da mesma forma que eu acho você todos os anos. Oque caralhos você está fazendo aqui? -- ele diz com frieza quase total na voz, e tira as mãos dos meus ombros, dando um passo para trás.
-- Como assim ''oque''? Por todos esses anos eu não tenho o mínimo de sossego quando está perto ou durante meu aniversários por causa desses pesadelos horríveis. Eu tinha medo. E, eu até seria agradecida a você, mas não é o caso agora. Agora eu odiei você. -- o encaro, com um olhar frio, da mesma forma que as palavras saíram de sua boca.
Ele me encarou por 3 longos segundos, com um olhar sério, para depois dar uma risada sarcástica e passar a mão no cabelo.
-- Vai para casa, Paris. Agora.
-- Quem está mandando? Você?
-- Não sei se percebeu, mas sou sempre eu que te salvo quando você...
-- Você me salva porra nenhuma! Era só um sonho. -- grito, por já estar cheia de as pessoas me dizerem o que fazer.
-- Isso, que você viu agora, com certeza não foi um sonho. Você sabe disso.
-- Eu sei que eu preciso de um psiquiatra.
-- Talvez você precise de um choque de realidade. De quem você realmente é.
-- E quem eu realmente sou? -- coloco um pé a frente de onde eu estava, sentindo o medo e a insegurança escorrerem pelo meu corpo e serem puxadas pela terra abaixo de meus pés.
-- Talvez você entenda. Mas não vai ser hoje. Ah, bela tatuagem.
Eles foi se afastando, de frente para mim, me encarando, como se soubesse mais de mim do que eu mesma sei de mim mesma. Queria ir atrás dele, mas, eu não saberia voltar para casa se passasse daqui, e eu não confiava nele. E eu não queria passar a noite na floresta. Fiquei o observando até o mesmo sumir de vista, entre as árvores e a escuridão.
YOU ARE READING
Programa de Proteção Para o Estranho e o Sobrenatural
Teen FictionO Programa de Proteção para o Estranho e o Sobrenatural é uma organização bem diferente do que as pessoas costumam ver. Ela é restrita apenas a criaturas e ao sobrenatural, onde as pessoas encarregadas de proteger, fazem oque podem. Lá existem tipos...