Onde risadas costumavam ecoar pelos corredores, agora era preenchido apenas pelo silêncio. Seis meses se passaram desde que a singularidade surgiu nos céus de Central City. Barry Allen, o jovem herói da cidade, não suportava a dor que causou. Ações tem consequências, mas o pior de tudo é ter que conviver com as mudanças que elas causam.
A tela de celular de Barry é a única fonte de luz, ele encara a tela sem ao menos se importar. Tudo havia mudado, estava tão diferente que ele não conseguia nem ao menos encarar o seu rosto no reflexo. Não reconhecia aquele, e temia que ninguém o conhecesse mais.
"Como você esta?" Joe West perguntou, Barry andando até onde o corpo de um homem deitado no chão. Barry deu de ombros com um curto sorriso e colocou suas luvas e começou a examinar. "O nome da vítima é Al Rothstein, um soldador na usina nuclear. Um colega o encontrou esta manhã." Joe explicou, esperando que o rapaz conseguisse examinar, e quando pareceu que ele havia conseguido, o detetive continuou. "O que descobriu?"
"Petéquias no rosto. Olhos brancos. Marcas no pescoço. Provavelmente foi estrangulado por alguém bem forte e grande." Barry se virou para Joe que parecia ter visto um fantasma, na mente do detetive quando o assunto era grande, tinha que ser Grodd. "Grande, mas não com uma aparência de gorila." Ele disse e Joe respirou aliviado. "Aviso quando souber mais."
"O dia do Flash está chegando." Joe disse, um sorriso estampado em seu rosto. "Espero que esteja pensando em aparecer, alegrar as crianças." Ele comentou mas Barry apenas deu de ombros. "Soube que o Prefeito quer dar a chave da cidade para o nosso herói."
"Não acho que o Flash precisa de prêmios, Joe." Barry se levantou, removendo as luvas.
"Como assim? Você ama ganhar prêmios. E todos aqueles troféus de ciência no ensino médio?"
"Aqueles eu mereci, é diferente."
"Bem, eu ouvi dizer que a Sophie vai estar lá." Ele tentou, mas Barry nem reagiu.
"Eu te dou notícias sobre o que eu descobrir depois." Barry ajeitou as amostras coletadas em sua bolsa e se dirigiu até a saída, onde em um beco sem movimento usaria sua super velocidade para se locomover sem precisar chamar táxi. Conhecendo Barry, o detetive se sentiu no dever de ajudar, protegê-lo de toda a dor. Mas mesmo o Joe não mais sabia o que fazer.
Barry Allen não sabia mais o que era dormir. Ele caminhava pelas estradas, à caminho de todos os lugares que foram destruídos, segundo ele, por suas decisões irresponsáveis. Ele se culpava por todas aquelas vidas, toda aquela destruição. Sem fôlego, ele se sentou sobre algumas taboas, olhando o seu trabalho quase feito. Reconstruir aqueles edifícios, essa era a sua redenção. "Se não quiser mais ser o Flash, terá um grande futuro como construtor." Iris disse, escorada na entrada.
"Só estou tentando consertar o que quebrei. Não é algo de se admirar."
"Bem, há rumores de que o comércio local está sendo construído secretamente à noite. Pensei em escrever sobre isso, como o Flash está sendo um herói até mesmo atrás das cortinas." Ela sorriu, olhando ao redor e sorrindo ao perceber que seu velho e aconchegante Jitters logo estaria servindo seu café preferido outra vez.
"Não faça isso, por favor. O Flash não merece elogios." Barry suspirou e Iris parou ao lado dele, segurando sua bolsa junto de seu corpo. "Você sabe, eu não fui o herói aquela noite."
"Eu sei, mas ainda assim." Ela se sentou ao lado de Barry, encostado seu braço com o dele e sorrindo com a proximidade deles. "A cidade precisa conhecer o Flash, não apenas em raios vermelhos que eles imaginam ter visto pelo canto de seus olhos. Vamos, me prometa que virá." Iris o cutucou,Barry deu uma curta risada antes de balançar a cabeça, finalmente cedendo ao pedido. Mas mesmo assim, ele ainda teria imagens daquele dia.
"Ronald? Ronald?" Professor Stein gritava, procurando Ronnie ao redor assim que a singularidade havia se dissipado. Eles conseguiriam, mas a que preço?
"Pai!" Sophie gritou, ela procurava entre as pessoas que eram removidas dos escombros por bombeiros, policias e pessoas que se ofereciam para ajudar. "Pai?" Ela andou por um bom tempo, olhando por todos os lugares até chegar na entrada do prédio em que ele trabalhava. Seus ossos ansiavam por entrar, subir todas aquelas escadas sem se importar com o prédio caindo abaixo de seus pés, mas ela foi impedida por um dos bombeiros em serviço antes mesmo de subir as escadas da grande entrada. "Por favor, o meu pai ainda está lá dentro."
"Estamos fazendo o possível para tirar todos de lá, senhora." Ele dizia enquanto tentava conter ela, que lutava para se soltar de seus braços. "Encontramos mais dois!" Outro bombeiro gritou, uma pequena equipe trazendo dois corpos e os estirando no chão. Em seu pulso havia um relógio que brilhava quando a luz o atingia, machucando os olhos de Sophie. "Sem pulso."
"Não, não. Papai! Não!"
A visão se transformou em uma manhã no quarto de um hospital. Sophie se ajeitou na cadeira ao lado de uma cama, seus dedos acariciando o cobertor acinzentado sobre o seu corpo. Ela não se lembrava de ter colocado aquele cobertor na noite passada, talvez uma das enfermeiras que teve pena? Ela logo se convenceu ser isso. "Bom dia." Ela disse se virando para a cama, onde o corpo de um rapaz de pele escura se encontrava. "Mike." Ela cochichou o seu nome, se levantando para ter uma visão melhor dos sinais vitais da tela ao lado dela.
Ela já esteve em tantas situações como aquela, não como um familiar mas como a médica que avisava sobre as chances de uma pessoa em um coma tão profundo acordar eram quase nulas. Ela fechou seus olhos, tentando não ser consumida pelas memórias daquele dia. Um barulho fraco de dentro do quarto faz Sophie abrir seus olhos, encontrando um homem desconhecido na entrada. "Sophie White?" Ele pergunta, dando um passo para frente onde a luz da janela ilumina o seu rosto.
"Quem é você?" Ela pergunta ao se virar para ele, tentando se lembrar se o conhecia de algum lugar. O homem fica em silêncio, como se estivesse pensando sobre o que falar.
"Eu me chamo Jay Garrick, e preciso da sua ajuda."
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MY HERO II, the flash.
Fanfic╰☆☆ ❝ if this was meant for me, why does it hurt so much? and if you're not made for me, why did we fall in love? ❞ ...