Freaks and Geeks

Prólogo

A Abigail Adams High School era apenas mais uma como outra qualquer. As pessoas se dividiam em grupos, e ninguém ousava misturá – los. Era uma regra subentendida: cada um no seu. Existiam os populares e os atletas (que era praticamente os mesmos), assim como os atores, os matletas, as líderes de torcida... E existiam os freaks e os geeks. Esses dois últimos não tinham como ser mais diferentes. A única coisa em comum era que o nome dos grupos era a única coisa que você precisava saber sobre eles.

Os freaks eram definidos como os "estranhos", os deslocados. Não ligavam pra escola e nem pros estudos, muito menos para o futuro. Os rumores sobre eles contavam que a única coisa que estes faziam era fumar maconha e ouvir rock 'n' roll o dia inteiro. Bem, em partes, isso não deixava de ser verdade. Mas eles iam muito além disso. Praticamente o que trazia - os juntos eram os problemas e a vontade de fazer alguma coisa pra esquecê - los. Isso levava – os a fazer loucuras, sem medo do que quer que pudesse acontecer. Afinal, nada poderia ser pior do que a realidade em que já viviam. Ah, os nomes deles? Maya Hart, Lucas Friar, Zay Babineaux.

Os geeks eram o grupo alvo das zoações dos atletas e o grupo invejado pelos "matletas". Eram as pessoas mais inteligentes da escola, e não se atreviam a se misturar com outros e nem a entrar na equipe dos atletas da matemática. Justamente por serem inteligentes, eram um pouco retraídos socialmente, e eram motivo de piada pelos populares. Ainda bem que eles não ligavam nem um pouco para a opinião destes. Formados por Farkle Minkus, Isadora Smackle e Charlie Gardner, a última vez que tinham "aceitado" alguém novo no grupo havia sido nunca.

Existiam poucas exceções na Abigail Adams que não faziam parte de grupo nenhum. Os novatos, logo que ingressavam no colégio, já se sentiam quase obrigados a "entrar" em algum. Riley Matthews estava nervosa sobre essa espécie de tradição. Era seu primeiro dia e ela já sabia disso porque seu pai era professor lá. A menina nunca tinha se sentido parte de alguma coisa, realmente. E de repente, estava sendo forçada a se encaixar em algum grupo de uma hora pra outra, e sem poder voltar atrás, mesmo se tomasse a escolha errada (esta era outra das regras subentendidas: uma vez, pra sempre).