Adolf Hitler é loiro?

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Os capangas me carregaram para dentro do prédio. O sol sumiu de meus olhos e as luzes dos corredores tomaram seu lugar, passaram uma toalha pelos meus ombros, escondendo meu corpo das pessoas que passavam. Me carregaram pelo mesmo caminho, vários jovens me observavam, todos soltavam piadas ou cochichos. Rick estava encostado em um canto do amplo espaço onde todos os jovens estavam localizados, seus olhos se prenderam em mim e ele gritou algo que não foi absorvido pelos meus ouvidos.

Havia um grupo de jovens reunidos, quatro caras e duas garotas, quando me viram começaram a gritar e chamar nomes. Roberto e Jonas. Os nomes não me significam nada, até perceber que esses eram os nomes dos capangas. Os dois pararam por uns instantes e trocaram palavras rápidas, mas logo seguiram caminho.

A gritaria e a baderna dos jovens, desapareceu assim que descemos as escadas e mais uma vez fui levado até aquela velha insuportável. Matilda me esperava na porta e assim que me viu, abriu a porta para abrir caminho.

A sala cheirava a desinfetante barato e perfume de velho. Escutei a porta se fechar, o salto estalando no chão fez os cabelos de minha nuca se arrepiarem, senti meus braços soltos e vi Matilda em minha frente, vestia uma saia apertada que passava do seu joelho e um blazer cinza. Seu rosto definia-se a desgosto.

- Gostou? – confirmei com a cabeça ironicamente – então, não aja como um louco, tente ao menos disfarçar essas suas loucuras. Não tenho muito tempo para um assassino.

Ouvir aquilo me estressou, mas não tinha forças para fazer nada, meu corpo estava queimado em várias partes diferentes, minhas juntas doíam, meus olhos ardiam e meus ossos clamavam por uma cama. Então me resumi com um cuspe no sapato dela.

Ela se virou e acertou um murro na minha cara.

Esparramado no chão esperei por chutes e pancadas, mas nada me atingiu. Ele disse algo para um dos capangas e se virou para mim.

- Você tem sorte, eu poderia muito bem acabar com você aqui e agora - ela se levantou e ajeitou o blazer – mas você tem uma visita hoje e melhor não falar muita coisa. Levem ele.

Senti mãos me levantando, Matilda acenou e fui levando da sala.

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A enfermaria era no térreo e uma das enfermeiras ao me ver ser jogado para dentro da sala, suspirou, suspirou ao ver mais uma vez a mesma coisa. Um dos capangas saiu e o outro permaneceu na porta me encarando. Logo disse:

- Deem um banho nele, e lavem essas queimaduras, a patroa o quer, lindo e pronto para uma visita – ele sorriu e saiu – qualquer coisa me chamem.

Uma das enfermeiras era idêntica a mulher que me serviu a sopa quando cheguei, seus braços corpulentos, me suspenderam e fui colocado e uma cama. A enfermeira mais fraca tinha cabelos pretos amarrados em um coque, ela segurou o meu braço e analisou as queimaduras, passou a mão pelo meu corpo e disse algo que não pude ouvir.

Senti uma alfinetada no braço esquerdo, e quando me virei já era tarde. A mulher da cantina havia enfiado uma agulha, em meu braço e depositava um liquido transparente em meu braço. Quando terminou, tentei resistir e lutar contra aquilo, mas fui amarrado, meus pés e mãos amarrados por tiras de couro. A enfermeira mais nova sorriu, e disse:

- Prometo que aqui, nada ira lhe ferir – ela colocou um produto em minhas queimaduras, que começaram a doer com o produto – isso vai ajudar a parar de doer, vai cicatrizar mais rápido.

Confirmei. Suas mãos correram ao longo do meu corpo, braços, Peito, abdômen, sua mão começou a descer, exibindo um sorriso largo no rosto ela disse que meu corpo era realmente bonito e que merecia tratamento especial.

Asylum - Estranhos e DiferentesOnde histórias criam vida. Descubra agora