Capítulo 10

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Em alguns dias as coisas já haviam se acalmado. Taehyung estava em casa sendo cuidado por Hoseok. Seus pais não pensaram nada estranho, pois eles são amigos desde pequeno, mas via nos olhinhos brilhantes de ambos que havia algo mais naquilo.

Jungkook parou definitivamente de ir a escola. Decidiu que se dedicaria a coisas que gostava. Sua mente permanecia uma bagunça, e uma hora precisaria tirar suas dúvidas.

Yoongi estava sempre pensativo, confuso, como se suspeitasse, como se tivesse deduzido algo. Jimin e Jin o observavam sempre, sem entender.

Mas Seokjin também estava confuso.

Confuso com seus sentimentos. Por Namjoon ter começado a procurá-lo. Por não saber porquê estava fazendo isso. Por nutrir algo tão forte, sem ser correspondido.

Mal sabe ele que não é verdade.

(...)

Jungkook acorda e anda pela casa, sem realmente saber o que fazer. Faz suas higienes, toma café e se senta no sofá da sala. Encara suas mãos, pensativo, até avistar algo.

Uma chave escapando de um envelope. Encara pensativo até lembrar.

Flashback On:

Também havia uma chave dentro do envelope. Jungkook não fazia a menor idéia de onde era, então ignorou e a guardou novamente no envelope.

Flashback Off.

Se levanta e tira a chave do envelope, logo se senta novamente, a analisando. Não fazia a menor idéia de onde pertencia. Começou a ficar inquieto.

- Por que isso veio no envelope? - disse para si mesmo

Colocou a chave no bolso e subiu as escadas, em direção ao quarto.

Ao chegar no andar de cima olhou em volta e avistou uma portinha. Parecia um sótão. Jungkook nunca havia reparado nele antes. Tentou abrir a portinha, mas estava trancada. E a chave?

Era a que estava em seu bolso.

Com esse pensamento brusco, pegou a chave, seu coração acelerado pelo raciocínio.

A encaixou e, adivinha? Seu raciocínio estava correto. Abaixou a portinha e uma escada desceu "automaticamente". Respirou fundo e subiu.

Por sorte, havia um abajur. O ligou e tampou o nariz e a boca, já espirrando pela poeira.

Não tinha muita coisa. Umas 3 caixas, uma do lado da outra, estavam encostadas na parede. Jungkook se aproximou, curioso, e abriu calmamente cada uma.

A primeira estava cheia de livros. A segunda cheia de discos antigos. E, a terceira, foi a que chamou a atenção de Jungkook.

Ele a pegou e desceu calmamente com ela pra fora do lugar, afinal, a poeira o estava atrapalhando e muito.

Desceu até a sala e pegou um pano. Sentou-se no sofá e, após limpar rapidamente a caixa, a abriu.

Fotos, fitas, folhas dobradas. Isso o intrigou. Pegou uma das fotos e riu com o que viu. Ele, numa festa infantil, com o nariz sujo de bolo em seus 6 anos de idade. A colocou do seu lado e pegou outra. Ele, num balanço. Se recordava desse dia como se fosse ontem. Outra foto. Ele, sua mãe e seu pai em um almoço em família. Lágrimas ameaçaram cair, mas ele as conteve e continuou vendo outras fotos.

Os papéis dobrados o chamavam atenção, e ele finalmente os pegou. Abriu calmamente um, reconhecendo logo a caligrafia de sua mãe. Dessa vez as lágrimas foram mais forte que ele.

"Olá Jungkook. Sei que quando ler isso já estará um homem adulto. Esse pensamento me anima. Você, o meu menininho, um homem. Espero que esteja bem, que durma bem e não pule refeições. E o amor? Já encontrou? Se já, não o deixe ir. Quando se encontra algo que te levanta, que te faz forte, que te faz sentir que as coisas fazem sentido, não se deixa o vento levar. Eu te desejo tudo de bom, Kookinho. Que você esteja bem e, acima de tudo, consiga superar as coisas que te derrubam. Sei que vou morrer logo. E quero que saiba que eu sempre amarei você. Fique bem, Jungkook. Fique bem."

Lágrimas saiam sem parar e ele já estava cansado de tentar contê-las. Colocou a carta no sofá e se encostou, fungando não somente pela rinite. Respirou fundo e continuou olhando a caixa.

Pegou a outra folha que estava dobrada. Reconheceu logo que era de seu pai. Ele já estava chorando demais, por isso deixou a carta de lado, sem ler.

Mas a vontade foi mais forte que a tristeza.

"Jungkook. Quero começar essa carta pedindo perdão. Perdão por tudo que aconteceu. Perdão por tudo que teve que passar. Sinto que tudo que aconteceu é minha culpa, e não estou errado. Me perdoa por não conseguir salvar sua mãe. Me perdoa por ter me isolado de você. É que toda vez que te via lembrava da sua mãe, e eu já não aguentava de dor. Eu não sou forte, Jungkook. E eu peço que você seja. Seja forte. Fique bem. Eu não consigo mais viver. Todo esse amor que eu sinto está vinculado com culpa, e eu sinto que devo ir. Tenho que ir. Me perdoa, meu filho. Eu irei te amar pra sempre."

Essa ele não pode aguentar. Se ajoelhou no tapete da sala e chorou até seus olhos secarem. Todas as noites que esperava seu pai, todas as noite que desejava ardentemente que ele voltasse. Mal sabia ele que seu em seu pai doía ainda mais.

Ele suspira e se deita no tapete, ainda chorando. Se encolhe todo e tenta liberar a dor que estava sentindo.

Eu também amo você, papai. E eu sei que você tá ai, do lado da mamãe, nesse exato momento. Eu serei forte. Eu serei o garoto que vocês terão orgulho. Eu viverei por vocês.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Eu juro de todo meu coração que to chorando agora, e não é pouco não, viu. Nunca escrevi algo assim.

Eu ia deixar essa parte mais pro finalzinho, mas não aguentei. E também, já to sentindo cheiro de fim, mesmo...

Percebi que eu amo escrever. Mesmo que não esteja bom, escrever me acalma, sabe.

Gostaram da capa nova? Preferem a antiga? Falem comigo!

Vocês me sarangheiam? Porq eu sarangueio vocês ^-^

Save MeOnde histórias criam vida. Descubra agora