Como todas as manhãs, sua mãe entrou no quarto em um silêncio consideravelmente impossível, jogando as enormes cortinas, de um cinza escuro e um vermelho escarlate opacos, com força fazendo-as estremecerem nas hastes,única parte de cimento, que as suspendiam sobre as enormes paredes de vidro, permitindo a entrada do sol que já devia indicar ser 10:00 horas, mas a manhã estava nublada, deixando o sol fraco e escondido atrás de algumas nuvens como se estivesse com vergonha e pensando se saia de seu esconderijo, dando a impressão de curiosidade ao olhar para baixo avaliando se valia a pena se mostrar e permitir a todos terem sentimentos e reações diferentes ao seu respeito.
Contraiu os olhos, sentindo as pálpebras arderem e protestarem pela a mudança súbita de luminosidade, causando-lhe uma série de palavrões dos mais variados, na tentativa de fazer com que sua mãe permitisse que prolongasse mais seus sonhos que como todas a vezes, pareciam ficar interessantes apenas no momento em que deveria acordar. Contraiu-se, recusando a abandonar a cama, que nunca pareceu-lhe tão convidativa e interessante como naquele momento, nem mesmo tão interessante como na primeira vez que transara.
Foi tudo tão rápido e nesse meio tempo só conseguiu puxar a perna para próximo ao corpo, assim que uma coisa gelada e muito molhada lhe correu todas as extensões do pé, uma música fora colocada no último volume e a luminosidade aumentando com muito vigor e a luminosidade no local aumentando, indicando a conclusão dos seguintes ocorridos: 1º Tormenta lambera seu pé; 2º Sua mãe ligara o som, na mesma música que já começava a cansar de ouvir; 3º A empregada abrira as últimas cortinas duas cortinas faltantes. Logo forçou-se a ignorar praticamente tudo, mas por mais que tentasse não conseguia ignorar a música, que insistia em preencher seu cérebro e inundar seus ouvidos com todas as notas, atiçando seus nervos, lhe excitando a garganta para que deixasse a música correr por todas as suas cordas vocais, sentindo a necessidade de fazer um dueto com a música, que parecia tomar e se prender as suas veias e pulsar junto de seu coração. Não era para menos que aquela música era dita ser sua cara, seguindo-a ao pé da letra.
-Sebastian você está me ouvindo? --Perguntou sua mãe após abaixar o volume do som. -Você trate de levantar já, que se seu pai se mostrou bem irritado agora pela manhã, apenas com a possibilidade de você perder essa oportunidade. Então por favor, levante, tome seu banho, desça e se junte a mim no dejejum. --Não passava de uma formalidade familiar ela estar presente durante sua refeição, mas tradições nunca são quebradas, mesmo que tenham suas alterações, como fato de que ela já devia estar desperta a algumas horas e já até mesmo corrido os vários km, referentes a extensão do condomínio.
Olhou a mulher de cabelos escuros, longos e graças a criação que tivera com eles no seu mais completo estado natural, mostrando os seus cachos definidos e volumosos, olhos azuis e intensos com a capacidade de mostrar o quão acolhedora, gentil e doce era, um sorriso delicado com certa fragilidade no olhar, uma combinação perfeita que fazia-o se sentir seguro e capaz de qualquer coisa. Sorriu e acenou com a cabeça, mesmo que sentisse que ela não merecia tantas mentiras na vida dela, como não saber com quem dividia o outro lado da cama. Mas o pensamento da pessoa em questão, fez seus olhos revirarem e parecer fazer de tudo para permanecer na órbita. Mais uma vez o real motivo de tantos anos de esforço, socou-lhe o estômago, fazendo-o revirar.
Lançou o corpo para fora da sua prisão de panos, pegando sua mãe nos braços e dando uma beijo estalado em sua bochecha, que riu em agrado ao carinho, sendo logo libertada dos braços torneados e bronzeados, que estavam sendo libertos da camisa, deixando também o abdômen definido destacar-se e chamarem a atenção da empregada, que sorriu sem graça. Viu sua mãe sair e Tormenta seguir o exemplo, vendo que agora só havia ele e a empregada no quarto, que acabou deixando as cobertas caírem abafadas, no momento em que Sebastian tirou a cueca box, deixando com que o visse como veio ao mundo, mas nas palavras dele "Mais melhorado". Ela levou a mão a boca, na tentativa de abafar um gemido que lhe traiu. Ele apenas sorriu maliciosa e foi em direção a pilastra que ficava no centro do quarto, onde estava fixada o chuveiro, entrando na pequena área que servia para a água escorrer. Ligou o chuveiro, sentindo a água trabalhar ao favor dos seus músculos ainda rígidos, ao tempo de sua barriga protestar e revirar na procura por comida e em um sinal de solidariedade, deu dois tapinhas na mesma na tentativa de estabelecer uma trégua.
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Notas de uma relação.
Teen FictionSempre buscamos realizar nossos sonhos, independente da vontade que move esse sentimento, independente daquilo que nos guia, daquilo que nos faz querer aquele sonho, mas uma certeza nisso tudo há, certeza que fazemos tudo para conseguir isso e é iss...