Capítulo 1 • O Presente de Aniversário

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  Morgana acordou com um pulo, como sempre. Aqueles sonhos em que ela estava caindo em queda livre estavam cada vez mais freqüentes, e aquilo estava começando a irrita-la.
– Bom dia, minha flor de lótus. – Disse sua mãe, entrando no quarto com uma bandeja na mão. – Feliz Aniversário!
– Me deixa dormir mais um pouco por favor? – Pede Morgana, sonolenta
– Não, você vai acabar se atrasando pra escola.
Sua mãe sentou na ponta da cama e colocou a bandeja em cima do colo de Morgana.
– Agora você vai comer e vai logo em seguida se arrumar pra escola, tem uma surpresa pra você lá em baixo.
Latidos vieram do andar de baixo. Ela levantou correndo e desapareceu na escada.
Morgana comeu rapidamente o café e deixou a bandeja em cima da cama. Andou até o banheiro e começou a se arrumar. Não era o tipo de garota que se arruma e passa maquiagem, não ligava pra isso. Tinha cabelos castanho mel e longos, seus olhos eram castanhos estranhamente avermelhados, era morena, deveria ser descendente de índios ou alguma coisa parecida, seus 16 anos já estava começado a apavora-la.
Ela colocou a típica roupa de garota descuidada: uma camiseta de manhã curta, jeans folgada e all-star. Seu colar de pena pendurado no pescoço.
– Filha, você vai se atrasar. – Gritou sua mãe no primeiro andar.
– Já estou indo.
Ela pegou sua mochila e desceu correndo as escadas, sendo surpreendida por uma pequena bolinha de pelo loiro correndo em sua direção.
– Meu Deus, que coisa mais fofa! –Disse Morgana.
– Como vai ser o nome dele?
–Tate.
– American Horror Story como sempre.
– Você mandou eu escolher o nome.
– Ah, também tem esse colar, deixa eu colocar em você.
O colar era pequeno e brilhante, parecia um pequeno galho que segurava uma pedra de diamante azul marinho.
– Ok, então. Te vejo às quatro.
Rose virou de costas e voltou para a cozinha.Morgana tinha uma grande ligação com sua mãe, sempre foram só elas duas, pois seu pai havia morrido quando ela tinha apenas 1 ano. Era parecida em tudo com sua mãe. Os cabelos castanho, olhos castanhos claros, pele morena, altura. A única diferença era o tamanho do cabelo, pois Rose tinha cabelo curto.
– Tchau, boa aula. – Disse ela, dando um beijo na bochecha de Morgana.

Matheus não aguentava mais aquela família. Sempre quis sair de lá, como em todas as casas que já frequentou, nenhuma dava certo.
Ele era um cara fechado, sempre se sentiu diferente, como se não estivesse nunca em um lugar ideal.
Tinha tamanho ideal para sua idade. Loiro. Olhos azuis, pele queimada de sol, pois adorava caminhar na floresta da cidade, se dava bem e se sentia melhor na presença de animais.
– Matt? – Alguém o chamou, o trazendo de volta a realidade que ele tanto detestava.
– Que foi? – Respondeu Matheus desanimadamente.
– Vou te levar de carro pra escola.
– Já estou indo.
Ele respirou fundo e saiu do sótão, o único lugar da casa onde ele podia ficar sem ser incomodado.
O corredor da pequena casa era frio e silencioso, o que era um benefício para Matt, pois nenhum som atrapalharia, o Sr.Aller passava o dia todo fora, e sua mãe, a Sra.Aller apenas o deixava na escola e ia diretamente para o trabalho, sempre voltando á meia noite. Mesmo a casa sempre vazia, Matheus ficava apenas no sótão, saindo apenas para a cozinha, pro banheiro ou pra caminhar.
– Pegou sua mochila? – Perguntou a Sra.Aller, uma mulher baixa comparada a Matheus, tinha cabelo ruivo que caia pelo seu ombro, sardas pela buchecha e nariz maior do que o normal, ela lembrava um tucano gordo.
– Já peguei tudo sim, já estou indo pro carro.
– Espera, não vai pegar nada para comer?
– Estou sem fome.
– Você vai acabar ficando anorexo, querido.Faz dias que você não come, eu vi que deu seu jantar pro cachorro da vizinha.
– O coitado que não come a dias, você não reparou que os vizinhos estão viajando?
– Você pode dar comida pro cachorro, mas o que sobrar.
– Ok.
– Vamos pro carro.

Celeste corria sem parar. Quanto mais longe de sua casa, melhor.
– Cess, volta! – Gritou sua tia, aparecendo no portão da casa.
– Me desculpa tia, te amo! – Respondeu Celeste, apertando com mais força a mochila nas sua costas.
Finalmente estava livre de tudo, apenas iria na escola se despedir de seus amigos.
Ela continuou correndo pela rua.Seus cabelos pretos esvoassando de um lado para o outro, como um grande véu negro. Aquele sol em sua cara a incomodava, não gostava da claridade.Era tão pálida que poderia participar de um filme de vampiros e nem precisar de maquiagem.
Algo a fez parar. Uma mulher estava parada do outro lado da rua. Parecia ter um 25 anos, mas tinha cabelo branco.Os olhos estavam inchados, parecia ter chorado por vários dia seguidos.Seu rosto era magro, que era capaz de ver a marca dos seu ossos. Ela usava um vestido branco e amarrotado que se alongava até tampar seus pés.
– Moça? – Chamou Celeste. – Você precisa de ajuda?
A mulher não respondeu. Olhou para ela e começou a chorar, dando gritos altos e agudos.
Celeste atravessou a rua até a moça, mas quando chegou lá ela havia desaparecido.
– Ei, Cess! – Alguém a chamou.
Celeste se virou e viu Aaron correndo em sua direção.
Aaron era um cara alto, tinha cabelos pretos bagunçados apenas na parte de cima, os lados eram raspados e com um pouco de cabelo, olhos castanhos, nariz pequeno e rosto era branco, só um pouco mais escuro que o de Celeste.Era forte em vez de magricela. Usava uma camiseta de manhã curta preta, calça jeans e botas.
– Eu falei para você não me seguir! – Disse Celeste, brava. – E você não vai me impedir de fugir.
– Eu não vou te impedir dessa vez, eu só vim falar que eu também vou fugir. – Respondeu Aaron.
– E pra onde você vai?
– Não te interessa, mas quem era aquela mulher com quem você estava falando?
– Também não te interessa, agora vai embora, até mais.
– Nossa, como você é legal, tchau pra você também.
Celeste continuou andando, Aaron atrás dela.
– O que você está fazendo aqui ainda?
– Vou pegar umas coisas minhas na escola.– Respondeu ele.
– Você se formou faz dois anos, não tem nada seu lá.
–Tem sim, e se chama Chloe.
  Celeste fungou e continuou andando.
Ela e Aaron andaram até pararem em frente a um prédio branco com janelas negras, a estátua de um homem brilhando com a luz do sol. Alunos se amontoavam na entrada.
– Fique aqui, você não pode entrar mais. – Disse Celeste. – Eu falo com a Chloe.
Ela continuou andando pelo gramado da escola em direção à entrada.
Todos os alunos agora haviam entrado, deixando o caminho de Celeste mais fácil.
Ela caminhou pelo corredor do primeiro andar até o pátio que ficava logo em seguida.Morgana e Matheus estavam sentados sob a sombra de uma árvore.
– Oi gente. – Cumprimentou ela. – Parabéns Flor de lótus.
– Obrigada. – Agradeceu Morgana.
– Oi Matt. – Cumprimentou Celeste, novamente. Matheus acenou de volta. –Vocês viram a Chloe?
– Não. – Responderam Matheus e Morgana em uníssono.
–Já volto.
Celeste continuou a andar pelo pátio. Andou até a quadra e encontrou Chloe sentada no muro. Seu cabelo loiro platinado brilhava sob a luz do sol e caia sobre o ombro direito.Rosto típico de modelo:Olhos verde claros, nariz simétrico paro o rosto, lábios finos porém carnudos.Seu vestido de hippie se espalhava pelo muro.
Ela olhou para frente e deu um largo sorriso.
– Aaron me falou que você viria me avisar.
– Que bom que você já sabe, agora você poderia por favor desaparecer com ele, obrigado. – Respondeu  Celeste, em tom sarcástico. Um som alto se espalhou pela escola, como uma explosão.
– O que foi isso? – Perguntou Chloe, assustada.
– Não sei.Vem comigo que eu te levo até meu irmão.
Outra explosão sacudiu a escola, está parecendo mais perto que a outra.
– Mas que merda é essa? – Gritou Celeste agarrou a mão de Chloe e saiu correndo pelo pátio, abrindo caminho entre alunos aterrorizados e professores loucos.
– Cess! – Morgana chamou.
Celeste correu até onde ela estava.
– O que foi?
– Minha mãe me ligou e falou pra mim pegar você e o Matheus, ela mandou sairmos agora daqui e esperar ela na frente da escola que ela vai nos pegar.
– Porque?
– Não sei.
– Ok, mas Chloe vai junto!
– Ta, tanto faz.
Morgana agarrou a mão de Matheus e o puxou, Celeste e Chloe logo atrás.

Capítulo 2 • A Mansão Younan

O carro de Rose estava parado em frente à escola. Era estranho ver aquilo em meio ao caos que acontecia ao redor.
Carros de polícia, ambulância e caminhões de bombeiro passavam a mil por hora, pedestres corriam para todos os lados, a fumaça nega agora cobria todo o céu.
– Pelo amor de Deus, o que está acontecendo? – Perguntou Morgana, entrando no carro.
– É verdade sobre os gigantes? – Perguntou Aaron, ofegante, a Rose.
– Gig... O que? – Indagou Matt.
– Longa história. – Respondeu Rose. – E sim, é verdade, recebi a mensagem de Lorc, gigantes estão atacando o leste, uma Hidra no norte, dois dragões a oeste e algo subterrâneo aqui, sul.
Ela ligou o carro e saiu a mil, desviando de pedestres, carros e pedaços de asfalto. As explosões continuavam, e do lado de fora dava para ver o que estava acontecendo.
Quando acontecia uma explosão, asfalto voava para o céu claro, deixando um grande buraco com fumaça.
– Aaron, leva eles para a mansão, eu vou ficar aqui e descobrir quem está causando essas explosões. – Gritou Rose, enquanto parava o carro. Abriu a porta e tirou uma espada de sua bolsa.
– Mãe! – Gritou Morgana.
– Ela vai ficar bem, sabe se cuidar. – Gritou Aaron, dando partida e dirigindo para fora daquele caos.

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Perguntou Matt.
Eles já estavam na estrada a algumas horas, mas ninguém teve a coragem de fazer a pergunta.
– Vocês estavam correndo perigo lá, seus pais ou familiares guardaram isso de vocês –   Aaron começou.
– Isso o que? – Perguntou Matt novamente, com um tom de raiva na voz.
– Vocês não são como os outros, não são simples humanos, vocês tem magia no sangue, podem realizar feitiços. – Continuou Aaron.
– Mas o que você está falando? – Manifestou-se Celeste – Isso é algum tipo de pegadinha, porquê não tem graça nenhuma!
– Aquilo parecia algum tipo de pegadinha? Ninguém nem nada consegue causar um caos por baixo da terra em segundos.
– Só sei que aquilo não foi nada normal. – Disse Morgana.
– Tentem dormir um pouco, vamos chegar na C.Y. daqui uma hora. – Continuou Aaron.
Um desagradável silêncio se seguiu. Aaron prestava atenção à estrada, com cara de que já esperasse a pergunta que certamente viria.
– O que é C.Y.? – Perguntou Chloe, que não havia se pronunciado até o momento.
– A Casa Younan, um lugar para gente como nós. – Respondeu Aaron. Morgana, Matheus, Celeste e Chloe se entreolharam.














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⏰ Last updated: Aug 16, 2016 ⏰

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