"Você me irrita de um jeito diferente"

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23 de Março de 2008

Pov. Jade

Que garoto insuportável! Ele não para de me olhar, que eu saiba ainda não sou verde. Mas, eu sei que não deveria nem me importar, mas ele me olha tanto que chega até a me deixar corada, e isso é quase impossível.
— Você por acaso perdeu alguma coisa em mim? - Me virei olhando para a carteira a minha direita.
— Eu não, mas você com certeza não perdeu a chance de fazer um showzinho, né? - Ele me olha sarcástico.
— Eu não quero fazer showzinho nenhum! Eu só quero que você pare com essa de ficar me observando.- Falei bufando.
— Te incomoda? - Ele riu.
— Me incomoda saber que estou sendo vigiada sim. - Dei um sorriso falso e me virei para frente.
— O que eu posso fazer se você é linda. - Filho da mãe! Se antes eu estava corada, agora roubei o lugar do tomate. Minha pele estava pegando fogo, e meu estômago agia sozinho. Aquelas palavras acabaram comigo, o mais estranho é que sou acostumada a ouvir elogios e simplesmente ignorar, coisas sem importância, mas quando Ricardo me disse aquilo algo em mim nasceu, nunca tinha sentido isso antes.
— A mimadinha não está acostumada a elogios. - Ele riu fraco. - Interessante.
— E-eu... fique quieto! Estamos no meio de uma aula, e eu não pretendo perder nota. - Me senti suar frio e meu corpo tremeu.
— Você que sabe, dama. - Dama? Que cafonice. Se bem que de tão cafona chega até ser fofo. Ridículo. Para com isso Jade, você não pode deixar isso acontecer.

A aula se estendeu por conta de um trabalho que o professor fez questão de passar, durante esse vago tempo continuei a receber olhares do Ricardo, só que com mais frequência. Aos poucos fui deixando de me incomodar, mas ainda mexe comigo.

— Ótima aula, né dama?
— Seria melh...foi uma boa aula. - Eu iria cortá-lo, só que por um momento, ao olhar para seus olhos, me deu um aperto no coração e não consegui.
— Olha só, a minha dama sendo gentil, hoje por acaso vai chover? - Ele riu fraco, acompanhei. Que babaca.
— Eu sempre sou gentil. - O olho sarcástica, já saindo da sala de aula, dando direito ao corredor principal.
— Não é o que dizem. - Ele sorri - Nem o que demonstra. - Então ele pisca para mim e sai andando se perdendo da minha vista. Droga.

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